Capítulo VINTE E UM

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•Por Rodrigo

Durante todo esse tempo eu estava tentando ser gentil com Juliana. No começo ouvi algumas coisas, mas não ligava, sabia que era apenas provocação. Tomei uns dois foras dela, sem contar que o quanto fosse possível dela ficar longe de mim, ela ficava. Me evitava ao máximo. Eu poderia muito bem deixá-la ali e voltar pra casa, até porque eu não tinha obrigação nenhuma de estar ali, eu só estava fazendo tudo aquilo porque eu havia feito uma promessa com o Gil de que eu cuidaria dela, principalmente nesse momento delicado, que eu, mais do que ninguém, a entendo.

Não liguei pra nenhuma ofensa que fazia pra mim ou a distância que ficava de mim. Mas teve um momento em que eu me injuriei. Cansei. Simplesmente cansei. Eu estava ali por causa dela. Perdi meu emprego por causa dela; e pior, não só o meu como o do Bruno e do Felipe, que entraram nessa comigo. Aguentei foras e mais foras por causa dela e agora ela vem me tratar assim? Ela está achando que eu sou o que?

Depois da resposta que ela deu pra mim, virei as costas e sai dali. Minha cabeça fervilhava de raiva. Eu juro que se arrependimento matasse, eu estava só o pó.

—Rod, fica calmo. —Felipe veio atrás de mim.

—Essa garota é a mais ingrata que eu já vi na vida. —eu andava de um lado para o outro.

—Tenta entendê-la. Ela acabou de perder o pai, está com a cabeça a mil, nem sabe direito o que está falando.

—E isso dá o direto a ela pra que me trate assim? —parei de frente pra ele. —Fi, nós perdemos o nosso emprego por causa dela, eu estou levando fora dela desde o momento em que eu cheguei aqui.

—Eu sei Rod, mas...

—Mas nada... Ela está sem razão e ponto.

Yanna, Bruno, Mariana e Fernanda estavam entrando no carro nesse momento e Juliana vinha logo atrás deles, junto com Vanessa.

—Ela vai no carro de quem? —Fi perguntou.

—Ela vai com o Bruno. —disse num tom alto pra que ela pudesse ouvir.

E pelo jeito realmente ouviu. Se despediu de Vanessa com um abraço e entrou direto no carro do Bruno.

O caminho de volta foi feito no silêncio, pois Mari e Fi, que estavam sentados no banco de trás, dormiam tranquilamente. Deixei a Mari em sua casa, logo depois Fi e fui para a minha.

Tomei um banho assim que cheguei e ainda me martirizava por dentro. Não acreditava que havia feito tanto, por alguém que não merecia nada.

Não queria mais sofrer por conta do que já se passou. Limpei meus pensamentos e sai do banho. Antes de entrar no banho, havia pedido alguns combos de comida japonesa num dos meus restaurantes preferidos, o qual estava quase pra chegar.

Minutos depois entregaram o meu pedido e afoguei todas as minhas mágoas me acabando de comer.

Bom, e como sabia que estava desempregado, precisava começar a correr atrás de novos empregos. Como já tinha meu currículo no notebook, pesquisei algumas empresas na internet e dediquei todo aquele restinho de noite enviando e-mails para as empresas.

Aquela semana toda eu corri pra resolver isso. Recebi algumas respostas, mas todas eram: "no momento não temos vagas, mas assim que abrir, o informaremos." "Desculpe, já estamos lotados." "Pesquisarei melhor sobre e qualquer novidade, entraremos em contato" ou coisas desse tipo.

Eu já estava entrando em desespero. Uma semana se passou e nada. Duas semanas e nada. Meu Deus!!! Será que a praga daquele filho de uma boa mãe, pegou em mim? Acho que sim.

Nem eu, nem Bruno, nem Felipe conseguimos emprego. Nem um bico se quer aparecia.

E as minhas contas? Os meus empréstimos? Como é que eu vou pagar?

O tempo passava e a minha preocupação só aumentava. O banco começou a me cobrar, pois não pagava o empréstimo que eu havia feito. À luz estava quase pra ser cortada e a água então, nem se fala.

Num domingo, nos juntamos para um almoço em casa. Eu, Bruno, Yanna, Fi e Mari. Conversamos sobre as coisas que estavam acontecendo e nós três estávamos passando pela mesma coisa.

—Pois é brothers, parece que a praga daquele cara grudou na gente, assim como chiclete gruda no sapato. —falei.

—Pior que vocês, só Juliana que está procurando um marido de aluguel.

OI?
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TCHARAAAAAAM
SURPRESAAA!!!
Cheguei, mas já to indo.
Beijo!

Boas MentirasOnde histórias criam vida. Descubra agora