Capítulo TRINTA

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Capitulo TRINTA

•Por Juliana

Confesso que fui pega de surpresa quando cheguei em casa e vi minha madrinha com seu namorado, o qual eu nem sabia que ela tinha. Ela nunca havia me contado de nada, mas depois explicou o porque de não ter contado.

Fiquei muito feliz com a visita dela, porém angustiada só de pensar que ela poderia descobrir que eu estava casada com o Rodrigo.

—Então quer dizer que vocês estão namorando e morando juntos? —ela me perguntou, meio desconfiada.

—Sim madrinha. Nossa história já é antiga, mas não havíamos assumido nada. Dai quando o papai morreu, decidimos oficializarmos o namoro e ele me chamou pra vir morar aqui com ele. —Respondi, tentando passar uma imagem tranquila à ela.

—Entendi. Estranho, mas aceito. Porque não me contou antes sobre ele?

—Porque não era nada sério madrinha. Não queria contar nada à senhora que não fosse concreto.

—Mas poderia pelo menos ter comentado comigo.

—Assim como a senhorita também deveria ter me contado sobre o Carlos... —virei o jogo.

—Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.. —ela disse.

—Uhum... Ótimo argumento. —ironizei.

Quando tive um tempinho sozinha mandei uma mensagem para o Rod pedindo à ele que guardasse a aliança no seu bolso e que quando chegasse em casa o explicaria.

Ele chegou e tudo deu certo. Fomos então para nossos respectivos quartos.

—E o que o Rodolfo queria com você?! —perguntei enquanto me deitava na cama.

—Me parabenizou pelo desempenho. Disse que depois que o setor de turismo foi aberto no hotel, os lucros aumentaram cinquenta por cento.

—Caramba!!!

—Pois é. E disse também que vai ter uma promoção no meu cargo e que pode ser que eu consiga um aumento.

—Nossa Rod, que coisa boa!! Parabéns!

—Pois é, mas as notícias não param por aí. —ele abaixou a cabeça.

—Como assim? Não entendi.

—O Márcio vai voltar a gerenciar o nosso hotel.

—O QUE? —me levantei rapidamente ali, sentando-me na cama. —Você não pode estar falando sério né?!

—Pior que não Ju. O Rodolfo falou que nem ele sabe direito porque que o Márcio decidiu isso, mas que a partir de segunda feira ele já estará no hotel do Leblon e o Márcio voltará pra cá.. —ele se sentou na cama. —e pior, parece que está vindo um cara de lá, junto com o Márcio, que trabalhará aqui e  disputará a promoção comigo.

—Óbvio que o Márcio está fazendo isso pra me atingir.

—Pra nos atingir né. Mas nós não podemos deixar com que ele faça nada pra nos derrubar. —ele ficou de frente pra mim e pegou nas minhas mãos. —eu prometo que eu vou dar o meu melhor, vou conseguir essa promoção e ele não vai poder fazer nada conosco. Confia em mim?

—Confio! —Nos abraçamos.

Incrivelmente, um clima se instalou ali. Fiquei completamente desconsertada com aquele abraço. Parece que aqueles braços foram feitos pra mim.

Quando me dei conta do que estava pensando, me afastei, meio estranha. Percebi que ele também ficou diferente com o abraço, mas não trocamos nenhuma palavra.

—Bom... eu vou escovar... vou escovar os meus dentes. —ele gaguejava.

Apenas sorri e me deitei, com o rosto em direção a parede. Ele entrou no banheiro, deixando apenas o som da televisão ali. Percebi que não demorou muito pra sair do banheiro e deitar na cama.

Naquela noite foi difícil pra eu poder pegar no sono. Me mexia, me mexia e nada do sono vir. Até que de repente, percebi Rodrigo se aproximando mais de mim e me puxando para mais perto dele. Passou seu braço e o estacionou em minha barriga. Estávamos dormindo de 'conchinha'. Fiquei em choque quando o vi se aproximando, porém sabia que ele estava "inconsciente", pois eu ouvia a sua respiração forte.

                             #####

•Por Rodrigo

Aquela loirinha ainda acaba comigo. Eu não sei qual o poder que ela tem, pois só com um abraço me deixa sem saber o que fazer. Isso nunca me aconteceu na vida. Sempre me dei bem com as meninas, mas com ela é tudo muito diferente, é tudo muito forte. Ela é capaz de me levar nas estrelas apenas com um abraço. A minha vontade era de agarrar ela naquele mesmo momento, mas eu tinha que me controlar. Eu não podia. Nós tínhamos um trato e combinamos que evitaríamos contatos físicos. Apenas na frente das pessoas que era liberado. Só que eu já estava ficando doido com ela ali.

Entrei no banheiro, com a desculpa de que iria escovar os dentes, os quais já estavam limpos e higienizados, porém eu precisava me afastar dela naquele momento, para não agarra-la ali e acabar com o nosso trato.

Não demorei muito e logo voltei para o quarto. Me deitei, assisti um pouco de televisão, mas logo peguei no sono.

Durante a madrugada, acordei e senti algo de diferente. Senti alguns fios de cabelo no meu rosto e um perfume que emanava e que era maravilhoso. Abri meus olhos e vi onde estava. Estava dormindo de conchinha com Juliana. Meu Deus, em qual parte da noite tudo isso aconteceu? O que eu perdi? Será que fui eu que fiz isso? Ou ela que se aproximou e eu, inconscientemente, a abracei? Não sei, só sei que, por incrível que pareça, aquilo estava sendo bom. Não me movi e voltei a dormir.

Já de manhã, diferentemente de quando acordei de madrugada, percebi que já estava sozinho na cama. Ju já levantou? Mas ela nunca levanta cedo... pelo contrário, é sempre um século pra sair da cama. Que horas era será?

Busquei meu celular no criado-mudo que havia ali no canto da cama e vi que já era quase onze e meia da manhã. Meu Deus! Porque Juliana não me acordou antes?

Me levantei da cama e percebi que havia um bilhete em cima do travesseiro da Ju. Dizia assim:

"Bom dia maridinho!
Feliz uma semana de casado, fiquei sabendo que é bodas de algodão...
Ps: Assim que acordar, não esqueça de retirar a aliança. Deixei o meu dentro da gaveta no criado-mudo."

Posso dizer com todas as palavras que nunca vou me arrepender de ter escolhido a Ju como minha esposa. Essa menina não existe!

Me levantei, fiz minha higiene matinal e sai do quarto. Encontrei Ju e todos as nossas visitas na sala.

—Bom dia, bom dia, bom dia. —eu disse com a voz meio grossa do "pós sono".

—Bom dia Rodrigo! —Daniela me respondeu animada.

—Bom dia! —Carlos também me respondeu.

—Boa tarde quase né bonitinho. —Ju estava sentada no canto do sofá. Me sentei no braço do mesmo e lhe dei um beijo rápido.

—Pois é. Desculpa. —fiz um carinho no cabelo dela.

—Tá tudo bem. Falei brincando.

Ela encostou sua cabeça no meu peito e continuamos assim por mais algum tempo.
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Estão sentindo o clima acontecendo? Hummmm... Quero só ver.
BESOS, até quarta.

Boas MentirasOnde histórias criam vida. Descubra agora