Capítulo QUARENTA E CINCO

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•Por Rodrigo

Eu juro que toda mulher deveria vir com um manual de instruções. Meu Deus, que complicação! Transforma uma coisa simples em um furacão. Incrível.

Sempre sofri com a minha mãe com relação a isso, porém ela pelo menos tem uma desculpa, a Ju não. A não ser que ela seja bipolar também, mas enfim... É muito difícil conviver com elas.

Durante o resto do dia a Juliana ficou de cara fechada pra mim. Passava pelo meu quarto, o qual eu estava deitado na cama assistindo TV, e nem olhava na minha cara. Entrava muda e saía calada.

Só que eu não podia deixar aquilo daquele jeito. Precisava tomar uma atitude. Já era de noite quando eu aproveitei o momento em que ela estava na cozinha fazendo algo pra comer, pra poder me explicar.

—Ju, será que eu posso explicar o mal entendido que ocorreu mais cedo?! —falei, assim que a vi ali.

—Rodrigo, não me interessa a sua vida pessoal. —ela disse, continuando na mesma posição que estava, sem olhar pra mim.—Se você estiver com alguém não é problema me...

—Eu não estou com ninguém.—a interrompi e falei pausadamente. —Depois que eu conheci você e principalmente depois do nosso acordo do casamento, nunca mais tive ninguém, até porque eu te respeito. Não faria algo com você que não gostaria que fizesse comigo, por mais "livre" que eu esteja.

—Tá bom. —se virou e olhou pra mim. —Desculpa pela ceninha de ontem. —ela disse.

—Só se você der um sorriso...

Ela me "obedeceu" e a partir dali, tudo ficou bom.

A semana passou voando, literalmente. A sexta feira chegou num piscar de olhos. E lá estava eu, sentado no sofá, esperando a madame terminar de se arrumar para podermos ir à festa da promoção. Meu nervosismo já estava a mil e Juliana ainda piorava mais minha situação, então...

Até que finalmente, depois de quinze minutos esperando a dama sair daquele quarto, ela apareceu na porta toda linda e maravilhosa.

—Vamos?! —ela perguntou, abrindo aquele sorriso que acabava comigo.

Então eu percebi que tal demora estava sendo para uma coisa boa. Ela estava completamente linda como eu nunca vi nenhuma outra na minha vida. Estava com um vestido preto lindo, o qual tinha alguns detalhes no meio, enfim, estava completamente linda.

—Caramba... —falei, ainda assustado com tanta beleza.

—Que foi? Tá muito ruim? Muito curto, sei lá... —já entrou em desespero. Essas mulheres.

—Claro que não. Relaxa que você tá linda. —Linda até demais. Certeza que vai ter um bando de urubu em volta olhando demais pra ela. Pensei. —Vamos!

Quando chegamos no local, fiz questão de dar a mão pra ela, até porque, logo na entrada da festa, tinha uns infelizes olhando pra Ju. Não quis dar muita importância pra isso pra não estragar a minha noite que mal havia começado. 

Entramos, e logo fomos cumprimentando os conhecidos que estavam ali. Quando acabamos, nos sentamos na mesa onde Bruno e Felipe estavam, juntamente de suas respectivas namoradas.

—Nervoso cara?! —Felipe perguntou.

—Ô! —sorri.

—Relaxa, certeza que essa promoção é sua! —ele apoiou seu braço no meu ombro.

—Independente do resultado, eu só queria te agradecer por toda a sua ajuda. Acho que sem você eu não teria conseguido fazer nada. —falei.

—Que isso cara. Essas coisas não se agradece. Foi tudo de coração. Parceria sempre, cê sabe disso. —ele respondeu.

—Sempre! —Os dois me deram um abraço coletivo.

Tanto o Felipe, quanto o Bruno eram considerados meus irmãos. Eu poderia até estar longe da minha família de sangue, mas eu tinha a família do coração, que eu sei que independente da situação ele sempre vão estar do meu lado.

—Os três mosqueteiros. —Yanna falou, arrancando risadas de todos nós.

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•Por Juliana

A noite estava ótima até aquele momento. Tudo muito bom, tudo muito ótimo. Ótimo até demais pro meu gosto. Estava achando estranho o sumiço do Márcio, o qual não nos cumprimentou no início da noite e não havia nem sinal dele ainda.

Parei com aquela paranoia e voltei para a realidade. Apresentei ao Rod algumas pessoas às quais ele ainda não conhecia, e depois nos sentamos junto do nosso pessoal.

Márcio, infelizmente, não ficou sumido por muito tempo. Logo apareceu na nossa mesa para nos cumprimentar.

—Boa noite Rodrigo. Boa noite Juliana. —ele falou.

—Boa noite Márcio. —eles deram as mãos.

—Está belíssima Juliana. —comentou.

—Obrigada. —respondi apenas.

—Preparado para essa noite? —perguntou ao Rod.

—Para o que der e vier. —respondeu sem pensar duas vezes.

—Muito bem. Boa sorte, você vai precisar. —ele esticou a mão para o Rod.

—Não preciso de sorte. Já tenho Deus. —eles se cumprimentaram novamente e o Márcio logo saiu dali.

Na festa havia um jantar, o qual logo foi servido. Todos comemos e ficamos satisfeitos com tudo que havia ali. Porém o refrigerante da nossa mesa havia acabado.

—Vou ali pegar mais um Refri. —avisei ao Rod, que assentiu.

Fui até o local que estavam servindo as bebidas e pedi um. Enquanto esperava o meu pedido, o que eu mais fugia, aconteceu. Percebi o Márcio vindo na minha direção e apressei o meu pedido. Peguei meu refrigerante e tentei voltar pra mesa por um caminho que eu não encontrasse com ele.

—Fugindo de mim Juliana?! —ele falou atrás de mim. Merda.

—Porque estaria? —me virei.

—Sabe que eu não sei...
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Até semana que vem!
Beijos

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