Capítulo DEZ

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•Por Juliana

A noite até que tinha sido boa. Incrivelmente a mãe do Rodrigo estava feliz ou pelo menos estava melhor do que da última vez que nos vimos.

O que estranhei foi o ataque de ciúmes que o Rod deu. De inicio parecia ser de verdade, mas depois me liguei que ele estava 'atuando', então resolvi entrar na 'brincadeira'.

Pra poder ficar em casa tive que inventar uma mentira, mas como diria o Rodrigo era uma 'boa mentira', então valia. Disse que meu pai estava aqui no Rio e que precisava dar atenção a ele e eles caíram direitinho. Até o Rod, que eu achei que saberia que aquilo era mentira, acreditou.

Cheguei em casa e não encontrei ninguém. Graças a Deus a chave estava debaixo da porta e eu pude entrar.

Olhei pela casa e não tinha ninguém mesmo. Me deixaram sozinha, aquelas filhas da mãe. Fui até a cozinha pra beber água e percebi um recadinho na geladeira. Por a geladeira ser de duas portas, um dos lados dela tinha uma lousa, então sempre que precisávamos deixar algum recado, escrevíamos ali.

O recado do dia era da Yanna e da tia Fernanda. Dizia o seguinte:

"miga, assim como você foi sair com o seu bofe, eu e a Mari também fomos. Voltamos mais tarde." Yanna.

—meu bofe? Mal sabem da história essas duas...  —pensei.

"Meninas, fui ali e só volto mais tarde, se é que vocês me entendem. Beijos." Fer.

Olha como são abusada. Mas concordo com a tia, tem que aproveitar enquanto pode.

Bom já vi que o restante daquele dia seria com um filminho e um brigadeiro pra acompanhar né. Troquei de roupa, fiz o brigadeiro, deitei na cama e fiquei a procura de um filme bom. Tinha um que se chamava Divergente. Me pareceu interessante, resolvi assistir.

Eu estava certa, o filme era demais. Quando já estava no meio do filme, meu celular apitou me avisando que havia chegado uma mensagem. Era Rodrigo.

"Ju? Acordada?"

"Que foi seu carma moreno?! Tá com saudade já é?!"

Eu tinha que atenta-lo. Era mais forte do que eu.

"Carma? Cuidado ein... Quem desdenha quer comprar."

"Você me mandou mensagem pra ficar me alugando ou pra falar algo sério?"

"Desculpa, mas a coisa é séria. Amanhã minha mãe vai embora, quer ir comigo levá-la no aeroporto? Você sabe como são as despedidas né... "

"Tudo bem, eu vou sim. Eu te dou uma força."

"Eu sei que já passei da idade de sofrer por conta disso, mas é algo que sempre é muito difícil pra mim... Por mais doida que a minha mãe seja."

"Não existe idade pra sofrer disso. Fica tranquilo, eu te entendo. Também não gosto muito de despedidas."

"Se eu pudesse evitá-las, evitaria. Mas como se trata da dona Ana, ai de mim se não me despedisse dela"

"Hahahaha entendo."

"Então, amanhã às 11:00 eu passo aí, tudo bem?"

"Tudo sim. Domingo é meu dia de folga mesmo. Então, beleza."

"Fechado então. Obrigado Ju. Você está sendo uma namorada de mentira ótima."

"Não precisa agradecer. Nós temos um combinado, e eu vou tentar fazer o máximo pra que ele saia do jeito que acertamos. Pode contar comigo."

Boas MentirasOnde histórias criam vida. Descubra agora