•Por Juliana
Sai do hotel, peguei uma táxi e pedi para que o motorista me levasse até o cemitério da cidade. Meu pai havia sido enterrado lá e eu precisava daquilo. Cheguei lá e meu coração se despedaçou por lembrar que eu não tinha mais meu pai presente comigo. Fui até seu túmulo e fiquei por um tempo em silêncio e chorando.
—Eu ainda não acredito que o senhor me deixou. Não acredito que agora sou só eu nessa vida. Sozinha. Agora por sua culpa tenho que obedecer ordens de um babaca que não sabe nem administrar a sua própria vida e ainda quer ter e que está gastando tudo que é meu. Deixou aquele testamento ridículo dizendo pra eu me casar. Sei que fez na melhor das intenções. Sei que queria o meu bem e que queria o melhor pra mim, mas eu to sofrendo muito com essa sua decisão. Por causa desse testamento tive que me casar, e por incrível que pareça essa é a única parte boa porque só o Rodrigo pra me botar pra cima. Só ele pra se importar comigo. Enfim.. Apesar dos pesares, quero te falar que sinto muito a sua falta. Te amo pai.
Sai dali parecendo renovada. Peguei o mesmo táxi e fui pra casa. Minha cabeça explodia. Tanto por causa da raiva que eu tinha passado com o Márcio mais cedo, quanto pelo que chorei no túmulo do meu pai. Tomei um remédio, tomei um banho e cai na cama do Rod, que era a que estava mais próxima a mim. Meu corpo estava muito cansado pra ir até meu quarto.
Acordei e estranhei ver o Rod ali parecendo que estava orando. Mesmo sem querer, acabei deixando todo mundo preocupado comigo, sendo eu apenas estava em casa dormindo. Rod brigou comigo, claro e eu sei que a errada da história era eu, mas já tinha acontecido e não dava mais pra voltar atrás.
Tudo bem, eu sou a culpada de tudo aquilo, mas não tinha necessidade do Rod falar daquele jeito comigo. Aumentar o tom de voz e tudo. Fiquei chateada, confesso e no mesmo momento em que ele entrou para tomar banho, eu sai do seu quarto, fui para o meu e não sai mais de lá. Mais tarde ele me chamou pra ir jantar, porém respondi que estava sem fome. Ele não questionou e saiu da minha porta.
Ficou por um bom tempo na sala, até que percebi que ele havia desligado a TV. Parecia-me que iria dormir, mas antes veio até o meu quarto me pedir desculpas pelo ocorrido mais cedo.
Ele me abraçou, fazendo assim a nossa reconciliação e quando estávamos nos separando, meio que rolou com clima. Rolou aquela troca de olhares, tal e eu não aguentei e o beijei.
O beijo como sempre foi maravilhoso. O infeliz, no quesito beijo, era bom. Entrelaçou uma de sua mãos nos meus cabelos direcionando o beijo. Lancei minhas mãos nos ombros dele, sendo que uma delas serviu para acariciar seu cabelo. Seu outro braço foi parar na minha cintura e nos aproximamos mais querendo com que o espaço que havia ali, acabasse. O beijo estava maravilhoso, o beijo era maravilhoso, e o clima só foi aumentando. Puxei-o contra mim e fomos caindo aos poucos ali na cama.
—Não, Ju. Para! Não podemos... —ele disse respirado com dificuldade.
—Shiu. Cala boca. —falei e o puxei pra mais um beijo.
Não resisti aquele corpo, principalmente pelo fato dele estar sem camisa. Comecei a arranhar suas costas e o senti arrepiar. O que estava acontecendo comigo? Também não sei.
—Juliana não provoca. —Ele falou querendo sair de perto de mim.
—Mas eu não estou fazendo nada... —falei com um sorriso, diria que terrível.
—Menina...
—Tá bom, parei. —me separei dele.
—Esquece o que aconteceu aqui. —ele se levantou. —Tá errado.
—Porque? Foi tão ruim assim?—perguntei.
—Não é isso... Só esquece. Desculpa, não vai acontecer mais.
Ele saiu do quarto limpando os rastros do beijo que havíamos dado. Mas aquilo me deixou instigada. Não sei o que realmente era, mas senti vontade de conhecer mais. Bom, esquecer o que aconteceu seria bastante difícil, confesso, mas eu vou tentar.
O Sábado foi igual ao de sempre. Pela tarde Rodrigo foi até a casa de Bruno terminar as coisas que eles tinham pra fazer e a Yanna foi lá pra casa.
—está acordada dessa vez?! Não vai me deixar na porta gritando feito louca?!—Ela disse assim que me viu quando abri a porta pra ela.
—Desculpa por ontem. Não foi por mal. —a abracei e dei espaço para que entrasse.
—Eu sei, fica tranquila. —ela entrou pra dentro de casa. —E o Rod, brigou muito ontem?!
—Ah ele deu um piti, óbvio. Me pediu pra nunca mais fazer aquilo, aumentou o tom de voz comigo e tudo.
—Eita, então a coisa foi séria?!
—foi. Fiquei super mal sabe, eu sei que eu estava errada, mas ele não precisava falar daquele jeito comigo. Depois que ele entrou no banho, fui para o meu quarto e não sai mais de lá.
—Ele não foi nem pedir desculpas?!
—Pior que foi. Pediu desculpas e aconteceu mais uma coisa que você não vai acreditar...
—Aí meu Deus, me conta. Agora!!
—Hum... A gente se beijou.
—COMO ASSIM??? —ela gritou.
—Ei, shiu. Já não basta ontem os vizinhos terem ouvido os seus gritos na porta. —ela riu do meu comentário.
Fomos para o meu quarto e eu contei a ela tudo que tinha acontecido. Ela ficou besta com a história, principalmente com os meus atos.
—O que que te deu?!
—Eu não sei também. Era covardia poxa. Nós estávamos naquele estado, ele sem camisa, não me segurei. Sem contar que faz tempo que eu não sei o que é isso né... Nem lembro mais... —ela riu.
—Mas vem cá, você gosta dele?!
—NÃO! Tá doida?! Eu e o Rod?! Nem pensar! —falei alto.
—Tem certeza Juliana?!
—O Rod é meu amigo. Meu marido de mentira, mas meu amigo. Ou será que...
—Juliana!! Você está gostando do Rodrigo!!!! —ela falou sorrindo.
—Não amiga, não pode! Nós não temos nada, nunca tivemos. Estamos casados, mas nosso casamento tem começo, meio e fim.
—Mas você já pensou na possibilidade de ter se apaixonado pelo seu marido?!
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Xoleana apaixonada? será?
segura o forninho.
perdão pela demora, as coisas estão bem complicadas. Quarta feira tem mais.
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Boas Mentiras
FanfictionMentiras. E mais uma mentira. E mais uma, e mais uma... Todos são acostumados a mentir. Mesmo sendo algo ruim e que não nos agrade, insistimos neste erro. Mas será que existem as boas mentiras? Ou mentira é mentira e ponto final? Digamos que depe...