Capítulo QUINZE

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Por Rodrigo

Quem era Dani e o que ele estava fazendo ali? Que moleque mais intrometido. Já não gostei. E o que foi aquele "você não mudou nada; quer dizer, está mais linda, claro." Aff meu, sério. Alguém tapa a boca daquele menino, ou eu mesmo terei que fazer isso.

Óbvio que eu estava deslocado ali. Na real, nem queria ir pra lá. Primeiro que Juliana esqueceu completamente da minha existência quando falou com sua madrinha. Só vim mesmo porque o Gil insistiu e porque se eu não viesse, a Juliana também não viria.

A madrinha da Ju até que era simpática. Ao contrário do seu filho, que nem quis saber de mim, só da evolução da beleza da Juliana, mas tudo bem.

Posso dizer que aquele almoço foi o pior possível. Eles só conversavam coisas antigas. Principalmente da paixão platônica que o Daniel sempre teve pela Ju. Eu não aguentava mais ouvir tudo aquilo. Precisava fingir que estava gostando e posso dizer que descobri um lado meu pra atuação, que olha... eu era maravilhoso.

Finalmente, quando o relógio marcava quase duas da tarde, Juliana decidiu ir embora. Graças a Deus!!! Nunca agradeci tanto a Deus como naquele momento. Só precisava dormir, pra ver se me esquecia de tudo que rolou ali.

No caminho de volta, foi silêncio total, pelo menos da minha parte né, porque já Juliana não parava de falar sobre a paixãozinha antiga do Daniel. Até que eu não consegui ficar quieto. Tinha que falar.

—Pois é e parece que a paixão continua né... Porque não fica lá com ele. Era até melhor.

—Tudo nessa vida é melhor do que ficar olhando pra essa sua cara Rodrigo. —ela falou.

É O QUE? Ela falou aquilo mesmo? Ahh não, agora já deu.

—Ah é assim?! Então tá bom. Se o problema é ficar olhando pra mim, o problema acabou. —apressei o passo pra ficar bem longe dela.

—Ei, ei, ei, que isso? Ficou maluco? —ela riu irônica. Aí que raiva...

—Cansei Juliana. Cansei. Pode deixar que assim que chegarmos em casa eu pego as minhas coisas e vou embora.

Graças a Deus a casa era logo ali. Entrei em casa e não falei com ninguém, apenas fui direto para o quarto.

Percebi que Gilmar havia me perguntado algo, mas não lhe dei atenção, eu só precisava sair dali.

Entrei lá e peguei tudo que me pertencia. Guardei todas as coisas dentro da mala e quando estava com quase tudo pronto, Juliana entrou no quarto.

—Rodrigo para com esse showzinho... Tá feio já.

—Relaxa, o showzinho —fiz movimento com as mãos de aspas. —já acabou.

—Pra onde você vai?

—Pro lugar de onde eu nunca deveria ter saído.

Desci com as minhas malas para a parte de baixo da casa dos Paiva e percebi o olhar do Gil pra mim.

—Rodrigo, o que está fazendo? Porque está descendo as suas malas? —ele se levantou do sofá onde estava sentado.

—Pergunte à Juliana, ela saberá te responder. —abri a porta daquela casa e fui em direção ao carro, que estava estacionado ali na frente.

O mais velho ficou sem entender nada. Aparentava estar preocupado e sem entender nada do que estava acontecendo.

Coloquei tudo que precisava dentro do porta malas e fui me despedir dele.

—Olha Gil, eu sei que eu havia prometido a você que cuidaria da Juliana, mas depois do que aconteceu hoje, eu desisto. Mas quero que saiba que tudo que fiz por ela até agora foi de coração. Obrigado por tudo e desculpa qualquer coisa.

—Que isso meu filho. Pode deixar que eu vou ter uma conversa com a Juliana. Não consigo entender nesse momento, mas sei que você sem seus motivos. Só te peço uma coisa, não desiste fácil não. As coisas mais preciosas da vida precisam ser batalhadas. —assenti com a cabeça. —Fica com Deus e boa viagem de volta. Deus abençoe.

—Amém e melhoras viu. Estarei orando por você.

Ele sorriu para mim e assim eu saí dali. No caminho de volta, prometi a mim mesmo que não me intrometeria mais na vida da Juliana. Toda esse nosso envolvimento foi errado. Começou errado, termina pior. A vida que segue.

Cheguei em casa por volta da cinco da tarde e fui matar a saudade do meu "cãopanheiro". Era assim que eu o chamava. Nossa como eu precisava dele. Fiquei por um tempo ali no chão, brincando com ele e quando percebi que já era quase sete da noite, fui tomar um banho.

Antes de fazer isso, peguei o telefone e pedir uma barca em um dos meus restaurantes japonês preferido.
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Quem aí está com vontade de bater na Juliana, levanta a mão!! \o/
Beijos!!!

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