Boas Mentiras

Capítulo SETE

•Por Rodrigo

Assim que a Juliana entrou no banho, o meu celular tocou. Estranhei, pois, quem me ligaria as quatro e meia da manhã? Só poderia ser alguma morte. Já me preparei psicologicamente e fui ver quem era. Minha mãe. Aí sim entrei em desespero. Algum motivo tinha ela estar me ligando aquela hora. Atendi.

—Mãe? O que houve?! O que aconteceu?! —perguntei desesperado.

—Que isso menino, isso é jeito de atender um telefone por algum acaso? —gritou do outro lado da linha.

—Ué, uma ligação às quatro e meia da manhã e ainda mais da senhora, só pode ser morte.

—Credo Rodrigo. Fica tranquilo que sua mãe está mais viva do que nunca, meu filho!

—Pow mãe, me deu um susto poxa.—coloquei a mão no coração, que estava disparado.

—Desculpa meu filho, não foi minha intenção. E então, como estão as coisas por aí? —perguntou.

—Agora estou tentando me acalmar, mas no geral está tudo certo.—respondi.

—Entendi. Fico feliz por estar dando tudo certo viu meu filho. Ah, tenho novidades ein...

—Aceito tudo, menos um padrasto.

—Que Mané padrasto o que menino, eu lá quero saber de me enroscar com homem... Prefiro só dar uns pegas, nada de se apegar.

—Legal que é só a senhora que pode dar uns pegas né, eu não... —reclamei.

—Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.

—Mas então, qual a novidade que a senhora tinha pra me dar? —Mudei de assunto.

—Estou quase chegando.

—que? Como assim quase chegando? —tomei um susto.

—estou quase chegando ué, vim matar a saudade.

Aí meu Deus, era só o que me faltava.

De repente, a Ju da um grito do banheiro, grito esse que até a minha mãe ouviu do outro lado da linha para o meu azar.

—Rod!!! —gritou. —Rodrigo!!! Você esqueceu da toalha!!!

Eu tinha esquecido de avisa-lá da toalha. Putz! E além de ouvir os gritos dela, a minha mãe começou o questionamento.

—Que voz é essa Rodrigo? Parece ser de mulher... Quem você tá levando pra casa? O que que a gente tinha combinado senhorito? Nada de galinhagem lembra... Ahhh mas você vai apanhar quando eu chegar aí... Ahh se vai.

Eu não sabia quem responder primeiro. Decidi resolver o problema da Ju primeiro. Depois me resolvia com a minha mãe.

—Só um minuto mamãe. Já te explico tudo. —respondi a ela, e dei minha atenção para Juliana.

Abri um pouco a porta do quarto, por medo dela, e pude ver apenas a cabeça dela pra fora da porta gritando pra mim. Disse à ela onde estava as toalhas e voltei a conversa com a minha mãe.

—Mãe, primeiramente, não é nada disso que a senhora tá pensando, tá?! —melhor me defender né...

—Eu não estou pensando não Rodrigo, eu estou ouvindo. Me fala, que barulheira foi essa? Quem é a vagabunda que estava gritando pra você?

—Mãe, fica calma, não era ninguém demais...

—Rodrigo você infringiu uma das nossas juras mais sagradas. Eu estou quase chegando aí e quando eu chegar espero que você já tenha feito as suas malas, porque hoje você volta pra casa comigo...