Epílogo

478 21 9
                                    

•Por Juliana

Seis anos depois....

—Dai mamãe, a menina foi pra cima dele pra dar um beijo nele, você acredita?! —ela frisou a palavra "beijo" —Foi nojento.

—Eu Sou Homem!! —ele se defendeu.

—Ei, que que isso?! Machismo agora? —questionei a sua atitude.

—Não, mas... —ele tentou retrucar.

—Não tem "mas" Léo! —minha filha mais velha o repreendeu. —Queria ver se fosse eu...

—Eu quebrava a cara do menino. —Ele disse bravo.

—Ah, então quer dizer que você pode e eu não?! —ela aumentou o tom de voz.

—Ei, ei, ei, essa discussão parou por aqui. —falei quando paramos no semáforo. —Ninguém aqui pode nada. Vocês estão muito novos pra essas coisas. Eu hein...

—E me respeita porque eu sou a mais velha. —Ela tinha que falar.

—Mais velha alguns segundos só, nem vem. —ele retrucou.

—Eu já falei pra pararem. Deixa só o pai de vocês ficar sabendo dessas coisas... —falei. Logo o sinal abriu e nós seguimos caminho pra casa.

Aí gente, nem sei por onde eu começo, mas enfim, vou tentar.

Faz seis anos que a minha vida mudou completamente. Quer dizer, óbvio que ela já havia mudado desde o momento em que eu e o Rod nos casamos, mas eu digo a seis anos porque foi quando Deus me deu esses dois presentes maravilhosos. Terríveis, mas maravilhosos.

Lizi e Leonardo foram, literalmente, milagres de Deus. Dois anos depois do nosso casamento, nós decidimos ter o nosso filho. Eu parei de tomar os remédios e estava preparada pra qualquer coisa. Algum tempo depois, descobri que estava grávida e melhor, eram gêmeos. Homem e Mulher. Rodrigo agradeceu, porque pelo menos teria um menino pra cuidar da irmã, típico de pai ciumento, mas enfim.

Eu tive sérios problemas durante a gravidez, mas graças a Deus tudo deu certo no final. E sem duvidas, o dia do nascimento deles foi o dia mais feliz da minha vida. Acho que eu nunca havia visto o Rod tão radiante como naquele dia. A Ana então, pulava de alegria. E ela ficou tão empolgada com a gravidez e o nascimento dos dois, que até veio morar no Rio.

E já são seis anos que eu sou a mulher mais feliz do mundo. A mais realizada. A mais tudo.

Consegui fazer a faculdade que eu queria, me formei e hoje já trabalho na minha área. Sou Designer de Interiores lá do Hotel e também tenho meu escritório particular. Sim!! Isso é demais pro meu coração, mas estou firme e forte.

—Amor, chegamos! —gritei quando entrei em casa, junto das crianças.

—Papaaaai!!! —Lizi gritou alto. Alto até demais pro meu gosto.

—Ei, seu pai não é surdo, ok?! Não precisa gritar assim. —minha cabeça estava explodindo de dor.

—Não acredita no que a Lizi tá falando pai! É tudo mentira. —O outro chegou gritando também.

—Aí minha enxaqueca. —falei baixinho.

—Como assim? O que aconteceu? —Rod questionou a fala do Léo e pegou a Lizi no colo.

—É porque o Léo quase beijou uma menina na escola hoje. Foi nojento.

—Nada ver. Ela que veio pra cima de mim!

—Jura?! —ele confirmou com a cabeça. —Ahhh, esse é o meu garoto!! —eles tocaram as mãos.

—Paaaai! —Lizi desceu do colo do Rod e veio pra perto de mim. —Mãe!!

—Rod, que que isso?! O garoto só tem seis anos! Não incentiva, né!

—ué, ele tem que aprender também. E você fez certo, viu filho. É sempre elas que tem que vir atrás.

—Ah não, ainda sou obrigada a ouvir isso. Vem Lizinha, vem com a mamãe. Ninguém merece ficar perto desses dois machistas. —ela deu as mãos pra mim e nós fomos pro meu quarto.

Lizi era um grude. Tanto comigo, quanto com o Rod. O Léo já é mais na dele. Diz que homem não faz esse tipo de coisas. Eu nem falo nada porque né... não adianta mesmo. E isso tudo é influência do Rod, óbvio. Ele que fica ensinando essas coisas erradas pro menino, mas enfim.

A Lizi é a mais velha entre os dois. Por alguns segundos, mas é a mais velha. Porém o Léo, como sendo o homem, acaba tomando seu posto cuidando da irmã, coisa que a Lizi odeia.

Desde muito pequena ela sempre foi independente. Sempre lutou pra ter as suas coisas, mesmo que essas coisas sejam uma Barbie e a sua casa também, mas enfim... É ansiosa e proativa.

O Léo é mais quieto, tranquilo. Mas não mexe com a Lizi que ele vira o cão, principalmente quando o assunto é menino. É um pouco teimoso, mas é um amor de pessoa.

Eles são, literalmente, o meu orgulho. A minha família é o meu orgulho. Acho que não poderia haver final melhor na minha vida como esse.

A Melissa? Ela é a minha mais nova mãe. Acabou se tornando um alguém extremamente importante na minha vida e na vida dos meus filhos, e que transformou na minha mãe do coração.

E bom, esse foi o final da história da minha vida. Uma vida, um tanto quanto conturbada no início, mas que teve um final maravilhoso.
----------------------------------------------
gente, eu espero mesmo que vocês tenham gostado! A história acaba aqui e eu sou muito grata a todas vocês que me acompanharam durante essa história!
Amo vocês!
beijocas, my!

Boas MentirasOnde histórias criam vida. Descubra agora