Parece Amor

Capítulo 33

Saí da casa dela cabisbaixo, passava um filme na minha mente. Lembrava do beijo da Geovanna, da noite com a Pietra e tudo me deixava tão confuso.

Estava de manhã e eu fui pra orla pensar, fiquei olhando pro mar e refletindo em tudo que fiz. No meu namoro que joguei no lixo, na Geovanna que não sabia se gostava de mim ou se gostava e na Pietra que me deixava louco com aquele jeito meigo dela.

Passei o dia ali admirando o mar e vendo as pessoas passarem, casais felizes pioravam ainda mais a minha fossa. Até que alguém se aproxima de mim, toca no meu ombro e senta do meu lado.

- Oi Miguel.

Me viro e vejo que é a Luiza. Não tava afim de esculachar ela naquele momento então tratei ela normal.

- Eai.
- Ainda tem raiva de mim?
- Não. Eu não guardo rancor...
- Sei. - Ela sorriu. - O que faz aqui sozinho?
- To cheio de problema. Minha namorada terminou comigo.
- Ué, você fez o que?
- Traí ela com minha colega de sala.
- Miguel, você não é fácil hein? - Sorriu novamente.

Ficamos conversando até anoitecer, a Luiza estava mais madura que antes. Talvez os erros fizeram ela aprender alguma lição. Ela me convidou para irmos à uma balada pra mim aliviar a minha fossa, eu aceitei. Só um bom porre me faria melhor naquele dia.

Chegamos lá e eu nem quis olhar pras pessoas, fui direto pro bar e a Luiza atrás de mim.

- Miguel, vai com calma.
- Luiza, vai passear vai. - Disse piscando.

E assim foi, Luiza foi pro meio da pista e encontrou alguns amigos e acabou esquecendo que foi ela quem levou me pra aquele lugar. Eu ja estava descontrolado, ja tinha bebido vodka, cerveja, whisky e até cachaça.

Estava completamente bêbado e uma garota veio até a mim quando resolvi parar de beber.

- Oi, ta sozinho?
- Acho que to.
- Quer ficar comigo?

Não deu nem tempo de eu responder e a garota ja estava atracada comigo, eu não tinha nem forças pra sair daquilo e quando terminou eu só quis agradecer a Deus. Ela deixou o numero dela no bolso da minha calça e eu resolvi sair daquele lugar, ja estava enxergando tudo em dobro e andava quase caindo.

Fiquei andando pelas ruas da Barra da Tijuca e resolvi ligar pra Manuella, mas ela não atendia. Liguei então pra um dos números que estava nas ligações, nem sabia quem era. Sentei na frente de um prédio porque não conseguia mais andar, deitei e o porteiro pensou que eu fosse um drogado qualquer.

Passei a noite ali, dormi feito pedra. E acordei sendo chamado por uma voz familiar, era a Pietra. Fiquei na frente do prédio dela o tempo todo e não sabia que ela morava ali.

- Miguel, o que ta fazendo aqui e desse jeito? - Ela disse tentando me levantar.
- E-e-eu não sei.

O porteiro percebeu que a Pietra me conhecia e a ajudou a me levar pro AP dela, ela me ajudou a tomar banho e me emprestou roupas do irmão dela. Me deu comida na boca e me deu carinho o dia todo, eu estava com uma puta dor de cabeça e ela soube cuidar de mim muito bem.

- A Manuella terminou comigo.
- Ela descobriu?
- Sim. - Falei cabisbaixo
- Desculpa, Miguel. Eu não queria.. - Pietra disse se desesperando
- Ei. - A interrompi. - Você não tem culpa de nada. Na verdade eu tenho que te agradecer por cuidar de mim assim. - Falei pegando no cabelo dela.

Ela corou e sorriu sem graça. Aproximou seu rosto do meu e nos beijamos.