Parece Amor

Capítulo 62

Fui furioso pra casa, cheguei e dei de cara com a Luiza sentada no sofá da sala. Revirei os olhos e suspirei, ela veio andando na minha direção e me abraçou.

- Oi futuro papai. - Ela me disse dando beijos no rosto.
- Luiza, dá um tempo. - Empurrei ela.
- O que foi que eu fiz? - Ela disse triste.
- Eu estou estressado. Não quero mimimi pro meu lado, entendeu? Só fique quieta.
- Ta, mas que horas vamos?
- Você ja comeu? Eu ainda vou almoçar. Ta marcado pra 14:00h. - Disse mais calmo.
- Eu ja comi. Vou ficar aqui, qualquer coisa me chama!
- Ok.

Fui pra cozinha e peguei uma marmita que o Tiago tinha deixado pra mim. Esquentei e comecei a comer, um filme começou a passar na minha mente. Eu deveria ter batido tanto naquele cínico do Cadu pra ele aprender que isso não se faz com ninguém.

Terminei de comer, fui até a sala e vi a Luiza mexendo no celular enquanto alisava sua barriga. Sorri sem perceber e fui pro banheiro, tomei um banho quente e relaxei bastante. Saí do banho, coloquei uma cueca e fui tirar uma soneca.

Acordei com a Luiza me chamando suavemente e fui me arrumar, coloquei uma blusa polo preta, uma calça jeans branca e um all star.

- Vamos? - Chamei ela.
- Nossa, você ta tão lindo! - Ela veio sorrindo e se aproximando.
- Obrigado. - Sorri.

Ela agarrou no meu braço e fomos até o elevador.

- Você quer que seja menino ou menina, amor? - Ela disse com os olhos brilhando.
- Não sei. - Falei sério.
- Fala, Miguel.
- Eu quero que não seja nada.
- Grosso. - Ela me deu um tapa no peito e saiu do elevador, eu saí em seguida.

Andamos até a minha moto, entreguei um capacete pra ela, subimos na moto e fomos em direção a clínica particular que faria o ultrassom da Luiza. Chegamos lá, fizemos a ficha e ficamos na sala de espera.

- Sra. Luiza Velásquez Santiago? - A enfermeira chamou.

Eu e a Luiza nos levantamos e seguimos a enfermeira até a sala onde estava o médico.

- Olá, Luiza Velásquez. - Ele sorriu amigável.
- Boa tarde, Doutor. - Ela sorriu em troca.
- Pode se deitar naquela cama ali. E o senhor pode ficar aqui do meu lado pra visualizar a tela.

Eu assenti com a cabeça e a Luiza se deitou na cama e subiu a blusa, o doutor começou a passar o gel e o aparelho de ultrassom.

- Olha só, ja podemos ver que tem um embriãozinho aqui.
- Sério, Doutor?
- Sim. Vocês vão ser pais. - Ele disse sorridente.
- Ta vendo, Miguel? Eu te falei que não era mentira.
- Olha lá, papai. Seu filho ta crescendo nessa barriguinha ja.

Sorri sem graça e fiquei sem chão. A Luiza estava mesmo grávida e de mim. Ao terminar o exame, eu e a Luiza fomos ao shopping comer algo. Passamos perto de uma loja que só tinha coisas para bebês e recém-nascidos.

- Olha Miguel, que macacão mais lindo. A gente podia comprar pro nosso bebê, o que acha?
- Mas a gente nem sabe o sexo da criança, Luiza.
- A gente compra um amarelinho. Vamos, por favor? - Ela fez olhinhos tristes e bico.
- Tudo bem, vamos ver.

Depois de discutirmos muito pra levar ou não, acabamos levando um macacão amarelo. Levei ela pra casa e a deixei na porta.

- Miguel, você ta sendo mt bom pra mim. E vai ser um ótimo pai, tenho certeza! - Ela sorriu.
- Obrigado mas é muita informação pra mim. - Sorri. - Ainda não me acostumei.

Ela me deu um beijo na bochecha e me encarou por alguns segundos.

- Pensa em mim e no nosso filho!