Parece Amor

Capítulo 63

Os dias foram passando e todo dia na faculdade eu era obrigado a ficar vendo a Geovanna e o Cadu quase transando na minha frente. Aquilo me incomodava e não era pouco, mas a culpa era minha.

Contei a Pietra que a Luiza estava grávida e que eu era o pai, ela ficou bastante chocada mas depois me apoiou. Ela estava tendo um lance com o meu irmão e eu dava o maior apoio.

A barriga da Luiza estava ficando cada dia maior e eu estava me acostumando com a idéia de ser pai tão cedo. Geovanna parecia estar tão feliz com o Cadu que as vezes me pergunto se ela sempre gostou dele e eu que atrapalhei tudo beijando ela naquele acampamento.

Estava sentado no pátio e tomando um suco de laranja enquanto lia um livro, ouço alguns passos se aproximando mas não ligo, continuo lendo.

- Oi Miguel. - Geovanna disse baixo.
- Oi Geovanna. - Disse sem olhar pra ela.
- Fiquei sabendo que a Luiza está grávida.
- Sim, está. - Olhei pra ela.
- Quem é o pai?
- Ninguém importante.
- Ah, para. Me fala, é difícil saber quem é o pai porque a Luiza ja deu pra todo mundo. - Ela diz sarcástica.
- Sou eu.
- O quê?
- Eu sou o pai da criança que ta na barriga da Luiza.
- Sério? - Ela disse triste.
- Sim, agora pode voltar lá pro teu namoradinho desintupidor de pia.
- Miguel, eu quero trégua.
- Trégua porque ta feliz com o Cadu? Me poupe. Eu to com a cabeça cheia de coisas pra pensar, arranjei um emprego e preciso estudar. Então, por favor me deixa quieto. Não quer que eu te machuque outra vez não é?

Ela ficou em silêncio mas me olhava nos olhos tão singelamente que eu parei no tempo pra olhar nos olhos dela também. Poderia ficar assim por horas até que...

- Ta fazendo o que aí, Geovanna? - Cadu diz gritando.
- Nada. - Ela abaixa a cabeça e vai embora com ele.

Reviro os olhos e fico cada dia com mais ódio daquele infeliz.

Cadu narrando

Meus planos estavam saindo como eu planejava. A Geovanna comigo, o Miguel assumindo um filho que não é dele e pra completar, sofrendo. Não podia estar mais perfeito.

Fiquei passeando pela orla do Leblon e pensando o quanto eu era inteligente de ter bolado um plano tão perfeito. Gargalhava de rir internamente. Cheguei em um quiosque e a Luiza estava sentada tomando uma água de coco.

- Eai Lu! - Disse me sentando ao lado dela.
- Oi Cadu. - Ela me respondeu seca.
- Ué, porque ta assim?
- Você ainda me pergunta?
- Não vai me dizer que é porque...
- Sim. - Ela me interrompeu. - Eu simplesmente não consigo entender porque não quer assumir o SEU filho, Carlos Eduardo.
- Ficou maluca? Se o Henrique descobre isso ele coloca tudo a perder.
- Você é louco, maluco. Eu te odeio!
- Luiza, vem aqui.

Paguei a conta no quiosque e arrastei a Luiza discretamente até um beco. Coloquei a mão no pescoço dela e apertei forte.

- Olha aqui, sua vagabunda. Você vai fazer o que eu quero, se não eu acabo com você e com essa coisa que você ta gerando.
- Não fala assim do meu filho. - Ela disse chorosa e desesperada.
- Eu não to nem aí pra você e muito menos pra esse treco. - Soltei ela deixando ela cair no chão.

Saí andando e a Luiza ficou chorando no chão. Peguei meu carro que estava estacionado logo ali e fui pra casa da Geovanna.