Parece Amor

Capítulo 67

Acordei e senti a respiração do Miguel em meu pescoço e seus braços em mim. Suspirei aliviada e me mexi com cuidado pra não acordar ele mas foi em vão, ele acordou sorrindo.

- Bom dia flor do dia. - Ele disse mal abrindo os olhos.
- Oi bebêzinho do sorriso lindo. - Dei um beijo na sua bochecha.
- Sabe, cada dia eu tenho mais certeza que é você que eu quero ver todos os dias quando eu acordar. - Ele disse sonolento.
- Você é o amor da minha vida! - Disse enchendo ele de beijos.

Me levantei e fui ao banheiro escovar os dentes e ajeitar meu cabelo, lavei meu rosto e puxei o Miguel da cama.

- Vamos. Vai escovar os dentes pra gente tomar café!
- Amor, vamos ficar mais agarradinhos na cama!
- Depois, Miguel. Vamos comer, to morta de fome. - Fiz bico.
- Ta bom, ta bom. - Ele foi cambaleando pro banheiro.

Fui até a cozinha e comecei a colocar a mesa pro nosso café da manhã, a campainha toca e eu pergunto quem é. Ninguém me responde, olho pelo olho mágico e não vejo ninguém. Resolvo abrir a porta e é o Cadu, ele tapou a minha boca antes que eu conseguisse falar alguma coisa. Entrou comigo e trancou a porta, colocou uma arma na minha cabeça.

- Se você ousar gritar, eu explodo seus miolos. - Ele sussurrou em meu ouvido.

Eu só conseguia tremer e me preocupar com o Miguel, ele apareceu na sala e ficou chocado ao ver o Cadu me segurando e com uma arma na minha cabeça.

- Cadu, solta ela cara.
- Soltar ela? - Ele começa a gargalhar. - Miguel, a Geovanna vai ficar comigo. Pra sempre né, amor?
- Cadu, não faz nada com ela. Pelo amor de Deus!
- Cadu, eu fico com você. - Sussurrei.

Ele surpreso ao me ouvir, tirou a arma da minha cabeça e me deu um beijo no rosto.

- Agora você falou o que eu quero ouvir, meu amor. - Disse ele olhando pra mim.

Miguel se aproveitou da situação e foi pra cima dele, começaram a brigar e a arma caiu longe. Eu fui correndo interfonar pro porteiro ligar pra polícia. O Miguel tentou pegar a arma mas o Cadu foi mais rápido, eles novamente caíram no chão brigando e depois de algum tempo brigando a arma disparou. Eu ouvi gemidos e os dois estavam caídos, comecei a chorar desesperadamente. Corri até eles e vi que era o meu Miguel que estava ensanguentado.

- NÃO! - Gritei desesperada.

Cadu se levantou, pegou a arma e me puxou pra me levantar. A policia entrou no nosso apartamento rapidamente e renderam o Cadu. Me joguei no chão e abraçava o Miguel, ele estava pálido e sem forças. Respirava ofegante e sua expressão era de dor.

- Calma, meu amor. Vai dar tudo certo, você não vai morrer. Você não vai! - Disse desesperada olhando em seus olhos.
- Eu quero que você saiba... - Ele disse com muita dificuldade e pausadamente. - Que eu te amo muito e que você é o amor da minha vida.
- Não, Miguel. - Eu chorava sem parar e dizia desesperada. - Por favor, meu amor. Aguenta firme!

O Samu chegou e colocou ele na maca, eu fui na ambulância com ele e segurei a sua mão. Ele ja estava desfalecendo quando chegamos ao hospital e foi direto pra sala de cirurgia.

Fiquei na sala de espera e liguei pro Tiago explicando tudo que aconteceu, ele veio correndo pro hospital e ficou junto comigo esperando notícias. Eu não parava de chorar nenhum momento, estava com medo de perder o amor da minha vida por causa de um psicopata.

As lembranças do Miguel vinham na minha mente, tudo que ele ja tinha feito por mim, a nossa primeira noite juntos que foi mágica e o sorriso mais lindo desse mundo. A vida do meu amor estava por um fio e eu não podia fazer nada, apenas sofrer antecipadamente. Tentava me manter positiva mas ao lembrar que ele ja estava morrendo ao chegar no hospital me deixava sem esperanças.

O médico apareceu depois de horas e não estava com a cara muito boa.
- Vocês que são a família do Sr. Miguel Hernandez?
- Sim. - Eu e o Tiago respondemos em coro.
- As notícias não são boas.