Capítulo 68

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- Doutor, fala o que houve! - Tiago disse me apertando nele.
- Retiramos a bala dele que estava no pulmão. Ele está em estado muito grave, perdeu muito sangue. Agora ele se encontra na U.T.I, está entubado e sobrevive por meio de aparelhos.
- Ele vai sobreviver, Doutor? - Tiago disse triste.
- As chances são mínimas. Seu irmão está em um estado muito grave!
- Eu posso ver ele? - Eu disse preocupada.
- Sim.
- Eu também quero. - Tiago disse.
- Apenas um pode ficar na U.T.I pra acompanhar o paciente.
- Vai você primeiro, Geo!

Acompanhei o médico e subimos no elevador até o andar da UTI, hospital tinha um clima tão ruim quanto um velório. Ele abriu a porta do quarto onde o Miguel estava e meu coração disparou ao ver o meu amor cheio de aparelhos grudados em seu peito. Me aproximei dele e comecei a chorar muito, acariciei seu cabelo e dei um beijo em sua testa.

- Você tem que ficar bem, meu amor. Porque eu juro, eu juro que não vou aguentar sem você. - Disse chorando.

As enfermeiras me olhavam com pena, assim como o médico que cuidou do caso dele. Fiquei ali segurando a mão dele por horas e horas, ele não acordou. Tiago quis entrar pra ver ele e eu fui pra sala de espera. Pietra estava lá sentada na poltrona da sala de espera e a sua expressão era de preocupação. Ela se levantou ao me ver e veio me dar um abraço, retribui.

- Como você tá? - Ela disse preocupada.
- Nada bem. - Disse com os olhos cheios de lágrimas. - Foi horrível, Pietra...
- Eu sei, eu sei. Agora vai ficar tudo bem! - Ela disse me consolando.

Alguns policiais chegaram no hospital e vieram falar comigo, eu tinha que fazer um depoimento sobre o que aconteceu.

- Sra. Geovanna Monteiro? - Um policial perguntou ao olhar uma anotação.
- Sim, sou eu.
- A senhora tem que nos acompanhar até a delegacia pra nos informar como aconteceu esse lamentável incidente.
- É que eu preciso ficar aqui com meu amor. Ele não pode ficar sozinho, policial!
- Geo, eu e o Ti vamos cuidar dele pra você enquanto estiver longe. - Pietra disse com um sorriso amigável.
- Tudo bem, eu vou!

Fui na delegacia junto com os policiais e retratei tudo que tinha acontecido na pior manhã da minha vida. Voltei para o hospital e ja passava das 17:00h e eu não tinha comido nada. Tiago estava sentado na poltrona junto com a Pietra. Ao me ver, ele veio me abraçar chorando e um pouco desesperado.

- O que houve, Tiago? O que houve com ele? - Disse gritando e começando a chorar.
- Ele acabou de ter uma parada cardiorrespiratória. Não sei se ele vai sobreviver, Geo. - Tiago disse entre lágrimas.

Apertei mais o Tiago e chorava sem parar. O Miguel não podia me deixar, eu não suportaria.
Fui para o quarto onde ele estava e as enfermeiras tinham acabado de sair de lá e deixaram ele estabilizado, estava desacordado. Me sentei na poltrona ao lado do seu leito e fiquei segurando a sua mão.

Chegou a noite e eu ainda não tinha comido nada, Tiago me chamou e fizemos um lanche na lanchonete do hospital. Ele disse que iria em casa tomar um banho e iria trazer coisas pra mim comer e me embrulhar de madrugada. E assim foi, meu Miguel passou a noite bem, não me deu mais nenhum susto e eu ficava mais calma.

No outro dia de manhã, ele acorda e abre um sorriso enorme ao me ver. Ele ja não estava entubado mas estava com máscara de oxigênio. Retirei a máscara e dei um beijo em sua boca. Ele me olhou apaixonado e continuou sorrindo.

- Oi meu amor, que susto que você me deu ontem hein? Está proibido de me deixar. - Disse com os olhos cheios de lágrimas mas sorrindo.
- Eu te amo. - Ele disse com dificuldade.
- Eu te amo mais, vida. - Caiu uma lágrima dos meus olhos de emoção e ao mesmo tempo eu sorria.
- Você ta linda hoje. - Ele sorriu.
- Bobo.
- Por que está chorando? - Ele dizia pausadamente por ter problemas na respiração.
- Porque eu quase te perdi e juro que não quero passar por isso mais uma vez, meu amor. Eu não suportaria! - Disse em lágrimas.
- Estou bem por você e pra você.

Enchi ele de beijos e o respondi com um sorriso. Fiquei fazendo cafuné em sua cabeça e ele ficava mais contente ainda.

- A gente ainda vai casar. - Ele disse sorrindo. - Vamos ter filhos e um Golden Retriever.
- Amor, Husky Siberiano! - O corrigi.
- Um Golden e um Husky. - Ele sorriu.

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