Parece Amor

Capítulo 58

Eu olhei pra ela pasmo e sem entender, ela sorria maliciosamente e parecia estar bem bêbada. Ela veio tentar me beijar e eu esquivei.

- Para com isso, Manuella.
- Eu to com saudade...
- Você me odeia.
- Eu menti.
- Não me interessa mais.
- Um beijo só?
- Não. - Continuei bebendo o meu drink.
- Vamos ser amigos então.
- Claro.
- Você veio com quem?
- Com a Pietra e meu irmão.
- Você e a Geovanna terminaram?
- Infelizmente.
- Vamos beber então porque amar ta difícil.
- Eu apoio. - Sorri.
- Moço, traz uma rodada de tequila com limão por minha conta. - Ela disse animada.

O cara do bar trouxe 2 copos com tequila e limão com sal, ela sorriu e mandou eu pegar um.

- Vamos. É uma delícia!

Bebi e a tequila desceu rasgando na minha garganta. O som ficava cada vez mais alto e eu ja estava um pouco alterado.

- Vamos outra rodada?
- Bora. Última hein?

Depois disso foi copos e mais copos. A Pietra veio até a nós e começou a beber mais com a gente.

- Você vai dançar comigo. - Pietra disse no meu ouvido.
- Agora. - Disse sorrindo.

Nós fomos pro meio da pista e dançamos juntos, riamos sem parar. Eu ja não via nem a Manuella e nem o meu irmão naquela balada.

- Eu quero muito te dar um beijo agora. - Pietra disse no meu ouvido.
- É que eu não posso.
- Por que?
- Eu amo minha namorada.
- Miguel, você não tem namorada nenhuma. Você terminou.
- Não, eu tenho.

~

Acordei no outro dia em minha casa. Na maior ressaca, com uma dor de cabeça absurda. Me levantei ainda tonto e estava só de cueca. Fui cambaleando pra cozinha e a Pietra estava lá preparando o café.

- Pietra, o que ta fazendo aqui? - Disse sonolento.
- Você estava mega bêbado, eu e seu irmão te trouxe. Eu cuidei de você embora estivesse mega alterada também. Quer um analgésico?
- Nossa, por favor...

Peguei um analgésico e tomei com um pouco de água. Pietra estava com a mesma roupa de ontem, com cara de abatida e maquiagem borrada. Sentou na mesa e começou a tomar café. A campainha tocou e eu fui ainda tonto atender. Abri a porta e era a Geovanna, fiquei pasmo e ela nem esperou eu dizer nada. Ja foi entrando no meu apartamento.

- Miguel, a gente precisa conv... O que essa garota ta fazendo aqui?
- Calma Geovanna. Não é nada disso que você ta pensando.
- Então é o que, seu cretino? Você não vale nada mesmo. Eu trouxa ainda vim tentar fazer as pazes com você mas olha o que eu encontro aqui, você com outra. Parabéns.
- Geovanna.
- Me deixa, Miguel. Me esquece!

Pietra se levantou e correu atrás da Geovanna pra tentar explicar a situação mas nada iria reverter. A Geovanna merece muito mais do que isso, eu a amo mas eu vacilei com ela e preciso sofrer as consequências.

Me joguei no sofá e fiquei olhando pro nada, a Pietra chegou desapontada e se jogou no sofá ao meu lado.

- Desculpa, Miguel.
- Relaxa, ruiva. Você não tem culpa. - Sorri sem graça.
- Eu preciso ir embora.
- Foi bom a nossa saída, por algum momento eu pensei que seria feliz sem a Geovanna mas acho que falhei.
- Fica bem, meu amor. - Ela me deu um beijo na bochecha e saiu.

Fiquei ali jogado no sofá, mais triste do que nunca. Peguei um papel e uma caneta e comecei a escrever um poema. Minha inspiração? O amor da minha vida.