Capítulo 55

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Meu coração se encheu de alegria ao ver o amor da minha vida, ainda tão baixinha, tão linda. Senti um frio na barriga e até me arrepiei quando meu olhar se cruzou com o dela, ela parecia surpresa em me ver tão descuidado.

- Oi, Geo. - Eu disse sem graça.

Ela estava me olhando e seus olhos se encheram de lágrima ao me ouvir, ela me respondeu com um oi quase inaudível. Fiquei tão triste e desapontado comigo mesmo, ela não tem culpa de ter namorado um cara tão lixo como eu.

Então segui até a minha sala, lá estava a Pietra no mesmo lugarzinho de sempre. Seus olhos brilharam ao me ver e ela não escondeu sua inquietação, veio me abraçar e eu a correspondi.

- Eu te mandei várias mensagens, emails, te liguei. Por que não deu notícia? - Ela dizia rapidamente.
- Desculpa, é que...
- Eu até falei com a Geovanna mas ela me ignorou. - Disse me interrompendo.
- Aconteceu muitas coisas na minha vida nas semanas passadas. Passei a noite com a Luiza e a Geovanna apareceu lá em casa. O pior é que eu não me lembro de nada sobre a noite.
- Passou a noite com a Luiza? - Ela ergueu uma sobrancelha.
- É.
- Você é um babaca mesmo hein?

Sorri sem graça e o professor chegou na sala, não tive condição de prestar atenção em nada que ele disse. Só conseguia pensar na cena da Geovanna me vendo com a Luiza.

Na hora do intervalo vi a Geovanna no pátio junto com o Cadu, eles brincavam e riam bastante. Enquanto eu estava morrendo por dentro e aos poucos. Me sentei em um banco em uma distância considerável deles, coloquei fones e comecei a comer um sanduíche natural. Droga de sanduíche, isso me lembrava ela também.

Cadu me viu e mudou logo a expressão em seu rosto, veio até a mim sorridente e sentou-se do meu lado.

- Eai parceiro. - Disse dando tapinhas em minhas costas.
- Eai. - Eu disse com os olhos vidrados na Geovanna.
- Como você ta?
- Eu pareço estar bem? - Voltei meu olhar pra ele.
- Não.
- Então não me pergunte.
- Po, cara. Também não precisa ser grosso.
- Eu não consigo fazer mais nada, pensar em outra coisa sem ser a Geovanna. Eu to em uma situação que suicídio não seria má idéia.
- Qual foi, Miguel? Você vacila e você que fica mal?
- Cadu, você ta de sacanagem né? Eu não fiz nada com a Luiza. Pelo menos eu não lembro de ter feito nada.
- Parceiro, eu entendo. Pode confessar pra mim que você comeu a Luiza.
- Cadu, você não acredita em mim?

Ele riu e saiu de perto de mim, foi pra perto da Geovanna e aquilo me machucou mais do que qualquer coisa. Nem meu melhor amigo acreditava em mim.

Fui pra casa desconsolado,chegando lá encontro o Tiago esparramado pelo sofá bebendo uma cerveja.

- Eai maninho.
- Oi.. - Forcei um sorriso.
- Ja sei de tudo viu?
- Ah, sabe...
- Seu Severino me contou.
- Esse porteiro sabe tudo que não é da conta dele hein?
- A questão não é essa.
- E qual é?
- Corta esse cabelo, faz essa barba e toma um banho daqueles porque seu irmãozinho aqui vai te mostrar o que é uma balada de verdade.
- Qual foi, Tiago. Ta pensando que eu não conheço balada boa?
- Miguel, só faz o que eu te falei. Vou fazer umas compras alí de bebidas pra fazermos um "esquenta" antes da balada.
- Ok...
- Vai na academia, porque matriculei você. Irmão meu não sofre por mulher não. E anda logo...

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