Era um rapaz sonhador.
Mas vivia em um mundo pequeno demais. Não havia fuga de sua pele. Somente podia contemplar uma vida que não condizia com a realidade.
E milhares de borboletas morriam em seu peito.
Ele rezava,com fervor,todas as noites. Mas as ruas eram duras,faziam-no chorar sozinho. O rapaz até tentava ser forte e segurar as pontas, mas sempre transbordava. Ele só queria fugir,fugir... Enquanto houvesse forças,até encontrar seu próprio caminho. Como se fosse possível calar e domar seu coração.... Mas ele só podia ficar. Não haviam entradas ou saídas.
Então ergueu muros e construiu seu reino encantado. E não há permissão de entrada. Não haviam cavalheiros em cavalos brancos e nem fadas madrinhas. Nenhum rei reinava em seu castelo. E nem haviam pontes. Apenas um sonho.
Um sonho delicado,como o suspiro de um moribundo,desistindo de respirar. Um fiapo de luz na escuridão densa. Uma estrela cadente,caindo na palma da mão.
Como o amor encontraria o caminho até o seu coração? Ele não sabia a resposta. Apenas acreditava.
E acreditava. E esse era o segredo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Ensaios sobre sangue, ferrugem e fogo
Short StoryFlores no meu jardim, enfeitam a solidão. Borboletas amarelas morrem tão rápido, quanto aparecem, no meu peito cansado. Estou tecendo histórias, escrevendo verdades e invenções,enquanto espero o amor. Ainda estou aprendendo.