Eu(2)

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  Tanto barulho.
  Coberto de cinzas, adormeço.
  Anoitece, e o mundo parece ignorar a fragilidade do tempo,que passa sem cessar. São dias de luta, quase não consigo entender razões tão incertas. E sigo, meio no escuro.
  Noite sem estrelas, durmo sem sonhos. Tenho fome de viver, uma fome antiga, devoro-me sem carinho ou cerimônias. Não há poesia em viver pela metade.
  Acordo pelo lado avesso, não funciono muito bem. Tantas contradições limitam meu espaço. Mas eu continuo otimista.
  E encaro a manhã. Saio sem direção, talvez encontre o destino ou o caminho.

Ensaios sobre sangue, ferrugem e fogo Onde histórias criam vida. Descubra agora