Deixo o fogo entrar.
Não abrirei concessões. Nem farei pactos com o destino. Trago a solidão no meu olhar,uma velha bandeira branca,rasgada e um pedaço de papel,um verso incompleto... Lembra o nosso amor,todo o desencontro e desamparo? Eu afogo-me em águas rasas.
Vejo pássaros indo embora,no horizonte e estrelas que adoecem e morrem em mim. Entardeço gris. Esqueço que sou forte e desabo.
Uma lágrima destruiu minha calmaria e veio o transbordamento. Abraço o furacão dentro de mim. E espero passar. Espero.... Desaguar rios vorazes,confusos e de muita lama. Tanto barulho,aqui dentro. Sou só um menino. Quero colo.
Olho para o céu e penso que os pássaros são como o amor. Andorinhas livres,umas foram embora e acabaram voltando,outras nunca mais regressarão ao meu peito.
Faço minha prece. Fogo queime qualquer sentimento antes que eu seja vencido. Queime todos os versos e poemas,teu cheiro e tuas palavras gravadas na minha memória.
Deixo a luz entrar. E resolvo dançar sobre as cinzas. Sou esse caos imprudente,sempre recriando-me em silêncio. E enterrando meus mortos.
Peço a uma andorinha que leve meu coração até o seu dono,por direito. Não me serve muito um coração desobediente.
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Ensaios sobre sangue, ferrugem e fogo
ContoFlores no meu jardim, enfeitam a solidão. Borboletas amarelas morrem tão rápido, quanto aparecem, no meu peito cansado. Estou tecendo histórias, escrevendo verdades e invenções,enquanto espero o amor. Ainda estou aprendendo.