Ele era um rei tolo,em seu reino inventado.
Teve seu coração quebrado e decretou que o amor era um crime passível de uma pena longa.
Em seu reino solitário, derrubou pontes e ergueu muralhas tão altas que mal podia enxergar o sol. Ficou triste em perder tantas paisagens tão belas, mas pelo menos estava seguro,pois conhecia as pessoas e a sua natureza de mentir até conseguir o que desejam, em um jogo sem vencedores.
Tão longe de tudo, ele percebeu-se vazio. Não havia beleza em sua vida. O tolo rei não sabia que ao fugir das coisas ruins ele também fugia das boas. Mesmo triste resolveu aceitar o seu destino.
Entretanto,numa tarde de outono ele percebeu cores diferentes no pouco de céu que podia enxergar. Era um grande balão de ar quente,guiado por uma moça sorridente, que teimava em acenar de longe. O rei teve medo, mas resolveu retribuir o gesto. Ficou observando o balão indo embora,tão cheio de cores. Resolveu esperar a moça voltar, pois tinha essa certeza maluca e sem fundamento.
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Ensaios sobre sangue, ferrugem e fogo
NouvellesFlores no meu jardim, enfeitam a solidão. Borboletas amarelas morrem tão rápido, quanto aparecem, no meu peito cansado. Estou tecendo histórias, escrevendo verdades e invenções,enquanto espero o amor. Ainda estou aprendendo.