E a angústia era um pássaro que devorava seus próprios pés. Lentamente, sem muita pressa ou fome. Eu simplesmente observava, de longe. Tudo o que eu pensei que era... Não era eu, nem chegava perto da minha essência. Eram suposições. Caminhos predefinidos. E a mão que move a roda do mundo? E todas as mil tempestades explodindo, dentro de mim, enquanto por fora sou silêncio e contemplação? Depois de devorar a si mesma, ela devorou-me . Desta vez com uma fome antiga,aquela velha fome de conhecimento. Como podia estar tão seguro de mim e de todas as coisas se tudo o que sei baseia-se no meu conceito estreito e falho, de convicções? Como posso estar certo se ensinaram-me o que pensar numa situação dessas? Como saberei se amor que lhe tenho será o amor que tu procuravas ? E que os meus sonhos não são simples pegadas na areia? E, sobretudo, quem eu sou, do que sou feito? E para onde iremos?
Penso que nunca terei respostas. E não quero ser um acumulador de dúvidas.
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Ensaios sobre sangue, ferrugem e fogo
NouvellesFlores no meu jardim, enfeitam a solidão. Borboletas amarelas morrem tão rápido, quanto aparecem, no meu peito cansado. Estou tecendo histórias, escrevendo verdades e invenções,enquanto espero o amor. Ainda estou aprendendo.