Vejo um punhado de pássaros,seguindo para o horizonte,desbravando o céu gris. Sinto um peso confuso em meu peito,um afogamento,uma vontade de chorar.
Eu sempre fui apenas a tua estrada. Um atalho que desviava tuas noites da solidão de ser só um,mesmo sendo feito para ser dois. Fui uma fuga sem desculpas e um alento.
Por acaso,tu esqueceste que tenho um coração pulsante? Ou sempre fui um corpo que só existia na rasidão?
Pássaros cruzando o céu,olho para cima e rezo por dias melhores,uma prece bem curta. E choro,rios que percorrem meu peito, afogam meu riso e seguem até desaguar em algo que ainda desconheço. O começo de mim.
Não quero ser aquele que o tempo deixou amargo e azedou a doçura de seu coração. Esses dias têm sido difíceis, não tenho para onde fugir. Tenho sido forte,mas estou quase vencido.
Os pássaros são como o amor,depois que voam para longe,alguns voltam,outros nunca regressarão.
E pensar que,um dia,eu só quis te dar todo o meu amor... Mas o pássaro nunca voltou.
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Ensaios sobre sangue, ferrugem e fogo
Short StoryFlores no meu jardim, enfeitam a solidão. Borboletas amarelas morrem tão rápido, quanto aparecem, no meu peito cansado. Estou tecendo histórias, escrevendo verdades e invenções,enquanto espero o amor. Ainda estou aprendendo.