Tive meus olhos deslumbrados pelas luzes da cidade insone. Deixei domarem meu coração de leão. E perdi minha voz pelos atalhos tortuosos.
Longos invernos. Noites sem fim. Não há beleza em caminhar às cegas.
Então uma manhã incerta eu acordei e percebi que esse não era o meu lugar. De fogo e cinzas meu peito cobriu-se. Era preciso deixar morrer tudo o que havia de acomodado e quieto em mim.
Andorinhas que não retornam ao lar,logo são esquecidas. E deixam de fazer falta. Eu esperava teu retorno.
Disseram-me que haviam outros lugares,além das estrelas,além do horizonte de fogo,onde eu seria novo e revigorado. Então eu sonhei. E todas as coisas que tenho perderam o valor. Eu sou apenas aquilo que carrego em mim.
Dizem que sou um sonhador,talvez por querer um mundo melhor,uma vida melhor.
E o sol vem,levando consigo medos e desculpas. Faço promessas. E sei que irei cumprir.
Em algum lugar,além destas palavras e das estrelas imaculadas o amor espera por mim. Mas antes preciso cuidar de mim e ser alguém melhor.
Tenho sonhos. Escolho abrir meus olhos, acreditar no meu coração valente e usar a minha voz para destruir alicerces ruins e falsas certezas.
Sim,sou um sonhador. Eu me lembro de tantas vidas que ainda nem vivi.
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Ensaios sobre sangue, ferrugem e fogo
Short StoryFlores no meu jardim, enfeitam a solidão. Borboletas amarelas morrem tão rápido, quanto aparecem, no meu peito cansado. Estou tecendo histórias, escrevendo verdades e invenções,enquanto espero o amor. Ainda estou aprendendo.