Capitulo 24

4.6K 299 19
                                    

[...]

Continuo andando,mas logo percebo que já estou longe o suficiente e que é preciso voltar,antes que me perca por essas ruas. Meu celular não para de tocar,já tenho várias ligações perdidas e mensagens não lidas.

Volto pelo mesmo caminho que eu fui,percebo que tem alguém vindo em minha direção. Achei bem estranho por não haver muito movimento por essas ruas nesta hora da noite.

-Hora,hora,hora... Você por aqui!?

Ouço a voz que não pretendia ouvir por muito tempo,a voz que persegue meus ouvidos e tira minha paciência rapidamente. Olho para seu rosto e vejo seu sorriso vitorioso,mas quem rir por último rir melhor...

-Fala Valeria!

-Viu como ele não liga pra você,ele sabia que você estava chegando e fez questão de me agarrar. E quando você saiu de lá pra ir atrás do seu "amiguinho" ele me roubou um beijo muito bom por sinal e....

Não deixei ela terminar,pois sem eu ter percebido minha mão foi com tudo em seu rosto,que o estralo foi ouvido muito longe por culpa do eco. Um silêncio se apossou do lugar e quando ela ergue o rosto pra mim,vejo seus olhos transbordando ódio.

-Não fale mais nada sua idiota,eu não tenho que ficar aqui ouvindo você falando merda que pode ter acontecido mas também não pode. Você só é assim por pura carência,não tem tanta atenção que queria,mas me deixe te ajudar!?

Ela me olha e solta um sorriso amargurado,e vejo lágrimas descendo sobre seu rosto e prevejo que ela não tem o mínimo controle sobre elas.

-Por que você quer me ajudar!? Pra me humilhar!? Não quero...

Ela diz. Sua voz sai mais baixa que o normal,e vejo a tristeza inundando o lago azul cristalino de seus olhos,eu sei que não devia ajudar ela,mas nunca desejei o mal de ninguém. Sei que ela é boa,e que isso não passa de falta de carinho e atenção. Eu vou ajudá-la acima de tudo.

-Não vou te humilhar Valeria,sei que você tem sentimentos,sei que você pode ser uma pessoa melhor e pode mostrar a todos aquilo que você realmente é. Não deixe essa depressão lhe pegar,não deixe as pessoas se afastarem de você como se você fosse um bicho. Me deixe te ajudar Valeria. Deixe eu te mostrar como é bom ser uma pessoa com quem eu posso contar e revelar várias coisas!

Ela fica em silêncio por um bom tempo,percebo que as lágrimas já estão em um fluxo menor,ela vem se aproximando de mim,e pensei que ela fosse revidar o tapa que lhe dei,mas ela simplesmente me abraça,um abraço de gratidão e desespero. Ela colocou todas as suas mágoas pra fora,a dor que a solidão lhe causou por muito tempo.

Vou ficar com um passo atrás com ela por um tempo,sei que tem pessoas que não mudam rápido mas enquanto eu perceber que a mudança dela está sendo feita eu começarei a contar-lhe coisas e ver se ela vai ser realmente uma boa pessoa,tomara...

[...]

Cada uma vai para um lado,e a chuva me molha enquanto ando em direção à casa da Mel. Quando bato na porta de sua casa,a reação dela ao abrir a porta é me abraçar. Vejo a aflição no olhar de meus amigos...

-Onde você estava!? - Mel me pergunta,na verdade grita.

-Nossa,calma eu tava por aí...

-Calma nada,você quer me matar!? Não tem isso de calma,você sai sem dar informação,não atende o telefone e pede a merda de uma calma!? - Agora é a vez da Mah gritar.

-Eu já entendi,eu estava andado por aí,mas na hora da volta me encontrei com a Valeria,eu falei que ia ajudá-la a mudar. Satisfeitos!?

Minha paciência estava esgotando,eu estava ficando estressada,eu não devia ficar assim. Sei que é errado eu tentar ajudar uma pessoa que me humilhou demais,mas eu quero tentar,quero mostrar pra ela que a vida pode ser feliz ao lado das pessoas certas...

-Por que você vai fazer isso!? - Luan pergunta.

-Por que eu tenho vontade,sei que ela me humilhou demais,mas eu tenho uma vontade imensa de ajudá-la.

Depois de muita discussão,eles entenderam meu ponto de vista,e que iriam ajudar no que precisasse.

Logo vejo que desde quando eu cheguei,Lucke está inquieto e agoniado com algo. Descido ir no banheiro e peço licença a meus amigos e subo pro segundo andar. Faço tudo que preciso e antes de sair jogo uma água gelada no rosto e me encaro no espelho. Saiu do banheiro e vejo Lucke em pé,no batente da porta,de frente pro banheiro.

-Posso falar com você !?

Sinto uma ponta autoritária em sua voz,e só consigo balançar a cabeça em concordância,pela sua voz ele não tá com muita graça hoje. Vamos em direção ao quarto de hóspedes e se sentamos um de frente pro outro na cama,seu olhar me intimida bastante,logo prevejo que a conversa é séria.

-Pode falar Lucke.

-Eu vou ter que voltar para Suécia...

Meu mundo cai em cima mim,e vejo as lágrimas descendo de seu rosto e percebo que o meu não está diferente. Ele me abraça e diz:

-Eu te amo Anna,não vou deixar a distância me separar de você,ela nunca vai fazer eu lhe esquecer...

-Eu também te amo Lucke.

-Me promete que vai me esperar!?

-Eu vou te esperar,assim como você vai me esperar...

Eu vou esperar ele sempre em todos os momentos,sei que vamos nos comunicar e tudo mais,mas vai doer ficar longe dele.

[...]##########

Continua *_^

Desculpe,sou eu! (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora