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Ele estava me olhando tão diferente e foi se aproximando de mim, eu sinto que ele vai me beijar, o que eu faço? Beijo ele? Eu quero beijar ele? Claro que eu quero beijar ele, mas eu não sei se isso é certo, ele foi o meu mais forte amor, o homem que eu não consegui esquecer todos esses anos mas beijar ele agora só iria despertar tudo que eu sentia por ele, senti Vitor envolver na minha nuca com uma mão e a outra me puxando pela cintura pra mais perto, eu o olhei e fixei meus olhos nos seus, Vitor me puxou para seu colo e eu me ajeitei no banco para não disparar a buzina, eu acho que fiquei sem reação quando por um segundo ele juntou nossos corpos e me puxou para o melhor beijo já dado até hoje, eu me entreguei totalmente a ele e aquele momento, quando deu por mim nos já estávamos sem blusa

Luna: Me desculpa Vitor, eu não posso fazer isso -- eu saí do colo dele e me sentei no banco do passageiro -- Você tem uma família e sua mulher está esperando outro filho -- eu suspirei -- Eu não devia ter feito isso me desculpa
Vitor: Shii tá tudo bem -- disse tentando me fazer calar a boca -- Eu te entendo mas você sabe que eu não tenho mulher -- ele sorriu

Ele me deu um beijo na testa e ficamos assim durante um tempo, sem ninguém dizer nada e eu com meus sentimentos guardados a sete chaves para que Vitor não descobrisse que se ele insistisse um pouco mais eu faria o que ele quisesse.

Luna: Sabe Vitor -- eu comecei a falar enquanto estava deitada em seu peito olhando para a rua escura -- Você não foi a primeira pessoa que abracei, não foi com você meu primeiro beijo, você não foi minha primeira saudade, não foi de você que ouvi o primeiro "eu te amo" -- ele me olhou curioso -- Mas você foi o primeiro que foi além de só palavras e não desistiu de mim na primeira oportunidade, o primeiro que me fez sentir amada e me fez saber o verdadeiro significado de amor entre homem e mulher -- eu suspirei e olhei para ele -- Agora eu tenho que ir, Bom dia -- eu sorri e sai do carro
Vitor: Luna e... -- ele coçou a cabeça -- Hm.. Será que posso usar seu banheiro? -- ele perguntou e eu ri assentindo

Subimos e depois de alguns minutos nos estávamos na porta do meu apartamento nos despedindo como dois completos estranhos, escapou ali um beijo na orelha, mas a gente correu pra fazer piadinha sobre isso para nós poupar desse momento constrangedor para os dois, ele seguiu até o elevador e se virou

Vitor: Não to esquecendo nada? -- perguntou e eu quis gritar "tá esquecendo de mim" mas eu apenas neguei -- Não tem nada meu aí? -- Daí eu quis falar "tem eu" mas apenas ri e neguei novamente vendo Vitor entrar no elevador e ir embora

Eu fiquei ali uns segundos até um ato inesperado e talvez um tanto desesperado me fez sair correndo pelos corredores e encontrar a escada, desci correndo até a portaria e me deparei com o carro do Vitor saindo da vaga, eu corri o quanto pude atrás daquele carro e quando finalmente ele parou no sinal eu pude alcança-lo

Vitor: Porra Luna o que você tá fazendo? -- ele gritou quando eu apareci de repente na janela
Luna: Eu tava pensando que talvez se você quiser a gente possa, sei lá tomar um café ou almoçar juntos qualquer dia desses -- eu sorri desajeitada e envergonhada
Vitor: Você correu atrás do carro só pra me chamar pra tomar um café? -- ele me olhou curioso
Luna: Tem razão, eu corri porque na verdade eu to com saudade de você mas eu não quero nada com você e isso é muito contraditório mas tenta entender, passamos por muitas coisas juntos e eu não sei se consigo passar por tudo de novo numa boa -- eu vômitei as palavras em cima dele
Vitor: Eee Luna -- ele me chamou e eu o olhei tentando entender seu tom de voz -- Você está no meio da rua descabelada, cansada, ofegante com um vestido quase aparecendo sua bunda, por favor entra no carro -- ele pediu e eu entrei
Luna: Olha desculpa, não foi minha intenção eu só acho que talvez a gente possa tentar de novo mas nada sério -- eu disse novamente cuspindo as palavras sem nem antes pensar
Vitor: Tudo bem -- ele riu e me olhou
Luna: Sério? Tudo bem pra você? Sério mesmo? Ual foi fácil, eu achei que você nunca iria querer aceitar isso e na verdade eu acho que tudo vai ficar bem mesmo se a gente tentar assim -- senti os lábios de Vitor contra os meus
Vitor: Cala essa boca -- falou e me beijou -- Antes de começar isso, você precisa conhecer uma pessoa -- anunciou assim que paramos nosso beijo
Luna: Olha Vitor eu não acho isso certo -- disse e suspirei -- Se isso não der certo mais uma vez ela pode ficar triste caso ela se apegue a mim
Vitor: Se não der certo você vai continuar na minha vida, você tem laços com a família e ainda vamos ser amigos -- ele sorriu graciosamente antes de dar partida no carro
Luna: Aonde estamos indo? -- perguntei colocando o cinto
Vitor: Vou te deixar em casa, pra isso tenho que dar a volta -- explicou e continuou -- Eu preciso pegar a Manu na Carine, amanhã ela tem que ir para a escola -- acrescentou quando mais uma vez parou em frente ao meu prédio -- Nos vemos mais tarde? -- perguntou me encarando
Luna: Sabe Vitor, você mudou -- ele sorriu e eu também -- ok, nos vemos mais tarde -- abri a porta e sai -- A Manu vem com você? -- perguntei apoiada no vidro fazendo minha melhor cara
Vitor: Não, vai ser só eu e você -- ele se inclinou e me deu um selinho -- Até mais Luna -- disse e deu partida no carro e eu fiquei ali parada olhando ele ir embora.

Sol de LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora