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Os messes passaram logo, o natal já se passou e o ano novo foi ontem, tudo foi tão rápido que nem deu para assimilar a falta que sinto do Vitor, finalmente terminei a escola e recebi um convite para passar 5 anos fora do Brasil.

Não demorou muito para que eu aceitasse a oferta, afinal seria egoísmo da minha parte ficar cinco anos fora só para seguir o meu sonho? Não, não seria e claro que meu sonho não é ser modelo é viajar o mundo mas pra isso eu preciso de dinheiro e porque não juntar o útil ao agradável? Vamos por partes.

Eu nasci em uma família rica que me deixou duas empresas de sucesso e uma ótima mesada, talvez eu seja a adolescente mais rica do Brasil atualmente, mas assim como rica minha família tinha valores e meus pais fizeram questão de deixar bem claro todos eles para mim, desde então eu sei que minha família tem dinheiro e meus pais também tinham mas eu não eu nunca fiz nada para merecer esse dinheiro e se eu quisesse fazer algo seria com o meu suor e determinação a questão é: Se for pra torrar dinheiro que seja o meu próprio.

A segunda parte e não menos importante é em relação ao Vitor a viajem me manteria ocupada demais sem tempo para pensar nele -- como se fosse fácil -- meu subconsciente gritou enquanto em pensava em meus motivos -- Acho que já são razões suficientes ainda estou nova para ficar trancada dentro de um escritório, enquanto eu puder adiar melhor pra mim.

Eu nem senti o dia primeiro de Janeiro passar, estávamos todos na casa do meu irmão e quando digo todos me refiro a todos menos Vitor e seu pai. Já era noite quando chegamos aqui imediatamente nos arrumamos e meia noite em ponto Felipe estourou a champagne enquanto Bernardo soltava os fogos, foi ótimo estar iniciando um ano com quem realmente eu gosto, após as solicitações de ano novo Dona Ana ligou para Vitor por chamada de vídeo e todos foram felicitar pelo grande ano novo, todos menos eu é claro, me senti triste em ver aquele homem todo lindo e todo de branco em Copacabana cheio de mulher em volta mas minha tristeza logo passou quando avistei uma garrafa de tequila que de imediato já sentia aquele líquido descer pela minha garganta eu me engasguei quando ouvir a voz dele chamando meu nome, abri meus olhos e percebi Dona Ana parada em minha frente me estendendo o celular e sussurrou "Me desculpe mas ele insistiu tanto" dei um pequeno sorriso para a mesma e peguei o celular

Vitor: Feliz ano novo Luna -- sorriu animadamente -- Sei que talvez nem devesse estar fazendo isso mas eu queria
Luna : Tá tudo bem Vitor -- Tudo bem tido bem uma ova maldita tequila misturada com alguns drinks atrás -- Feliz ano novo pra você também -- sorri
Vitor : Fiquei sabendo que vai pra fora do Brasil -- comentou e eu engasguei novamente -- As notícias correm rápido-- ele sorriu -- Será que a gente pode conversar antes de você ir ? -- perguntou e coçou a cabeça na mesma hora uma loira apareceu ao seu lado.
Luna : Vou ficar cinco anos fora, vai ser bom pra mim -- tentei ignorar o fato daquela loira estar ao seu lado -- Bom Vitor eu vou desligar, Feliz Ano Novo -- sorri falsamente e encerrei a chamada

Agora estou eu aqui deitada na beira da piscina de um dia comum como qualquer outro, ouvindo música alta, conversas paralelas e choro de criança-- eu amo crianças mas não quando elas choram-- estava ali perdida em meus pensamentos desde quando a Mel chegou falando e falando e não calou mais a boca

Mel : Você está me ouvindo Luna ? -- disse impaciente e eu assenti -- Então o que eu acabei de te perguntar?
Luna : "Você está me ouvindo Luna?" -- a imitei e ela bufou
Mel : Tudo bem não quer me ouvir não diz que eu não avisei -- falou e me olhou brava
Luna : Tabom -- dei de ombros
Mel : Amiga o Vitor -- começou a falar
Luna: Olha amiga eu não quero saber dele, ok ? -- disse um tanto grosseira
Mel: Você sente falta dele né? -- me abraçou de lado
Luna: Eu to bem amiga, sério mesmo -- sorri -- E então como você vai se virar sem mim aqui ?
Mel: Eu irei sobreviver -- disse rindo -- Tá na sua hora de seguir seu caminho e não posso atrapalhar isso -- sorriu de canto -- Até mesmo porque agora eu tenho meu filho e o Bernardo
Luna: Ele já é seu marido Mel -- disse e ela negou
Mel: Ele nunca me pediu em casamento -- abaixou a cabeça
Luna: Não preciso de um pedido, tudo está em entre linhas, vocês moram juntos e tem um filho lindo -- falei enquanto segurava seu queixo
Mel: Você sabe como eu sou, sempre esperei meu príncipe encantado montado em um cavalo branco e não um que ... -- ela não completou e deixou uma lágrima cair
Luna: O que tá acontecendo Mel? -- ela negou -- Me conta logo eu sei que você tá me escondendo alguma coisa
Mel: O Bernardo me bateu a uns dias -- ela chorou e eu a abracei
Luna: Melanie olha pra mim -- segurei seu rosto -- Eu to com você pra tudo, ok? -- Ela assentiu -- Mas amiga por favor não me peça pra te apoiar a ficar com uma pessoa assim é me explica o que aconteceu.
Mel: Ele chegou da boca e foi direto tomar banho sem falar nada comigo, durante a noite toda ficou dentro do quarto e quando eu estava junto em um cômodo ele saia -- ela se acalmou e voltou a falar -- No meio da madrugada o Pedro começou a chorar e nada o fazia parar, Bernardo estava cansado e gritou comigo mandando eu fazer ele calar a boca eu obviamente não fiquei quieta e então veio o primeiro tapa repetido da frase "Mulher minha não levanta a voz pra mim" -- ela fungou chorando ainda mais -- Depois disso ele me pediu desculpas e disse que foi um erro e não iria se repetir -- Eu absorvi cada palavra dela e não sabia o que dizer
Luna: Amiga, vai ficar tudo bem -- a abracei apertado -- Vocês precisam conversar o Bernardo gosta mesmo de você ele só é um moleque por fazer o que fez -- sorri e ela logo mudou de assunto

Sol de LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora