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Tenho sentido tanta falta dos meus pais, uns dias a saudade aperta e chega a doer outros vem com menos intensidade mas sempre me lembro, acabo encaixando os mentalmente em várias partes do meu dia, pensando em como seria se eles estivesse m aqui ou se gostariam disso ou daquilo ou como reagiria as coisas que faço, fico pensando em como meu pai estaria um avô babão e minha mãe iria ser a avó chorona, sei que talvez de onde eles estejam não sintam tão orgulho de mim mas eu tento dar o meu melhor.

Ontem mesmo quando precisei ir buscar roupa que estava secando lá em cima porque uma forte chuva estava se aproximando e me vi sozinha, estava tudo escuro, estava muito frio, céu carregado só ressaltavam as poucas casas acesas, as estrelas e a lua, lembrei de como minha mãe gostava desse tempo meio chuvoso para aproveitar ao máximo o amor e o carinho de nossa família, bateu um vento forte que me gelou a espinha e arrepiou a pele fazendo meus cabelos voarem em direção contrária, me sentei na beira do muro e chorei. 
Chorei por tudo o que aconteceu e que ainda não tinha me dado tempo de engolir quanto tempo se passou desde a morte dos meus pais, chorei pela culpa que eh sentia mesmo sabendo que a culpa na verdade foi daquele trem sem sinalização, chorei por mim por está tão triste, chorei por por não estar junto deles e por fim chorei por Vitor lembrando de tudo oque passamos, por ainda acreditar que, tudo vai dar certo, eu simplesmente não consigo parar de chorar, todas aquelas lágrimas que eu prendi durante anos eu estava soltando agora, eu sei uma parte meio triste e depressivo desse livro mas eu tenho direito de chorar não é mesmo ? Enfim

Chorei por não conseguir me controlar e parar de chorar e continuar remoendo essa história que tantas vezes já mostrou seu fim, chorei por amar Vitor tão rápido talvez eu seja igual a minha mãe mas minha história com Vitor infelizmente não vai pelo mesmo caminho que dos meus pais, acho que ele foi a melhor coisa que me aconteceu esses últimos meses eu  queria ms manter o mais longe possível, mas tudo o que eu quero é ele aqui, eu estava me  obrigando a ser forte. Tudo que eu precisava é do colo e do cheiro da minha mãe, eu ainda podia sentir ela ali me abraçando e seus cabelos sempre bem cuidados e sedosos presos em um coque mal feito. Eu queria Vitor longe de mim e nem eu sei porque, talvez porque agora ela vai ter uma filha e eu estou sendo egoísta en não querer dividir, mas não é só isso, o tempo todo alguém se mete em nosso meio e Vitor não consegue dar um basta eu estava exausta disso eu só queria alguém que pudesse lutar lado a lado comigo para nossa felicidade, eu estava decidida eu não iria mais amar Vitor eu iria terminar com ele, no início claro que iria sofrer mas depois passa sempre passa não é mesmo ? Mas aí lembrei que não é tão simples eu não posso deixar de amar alguém so porque eu quero eu o amo e nem tão cedo vai deixar de ser assim.

Hoje eu estava melhor, acordei e me arrumei para a escola, sai de casa comendo uma maçã e peguei o ônibus, cheguei na escola relativamente cedo comparando ao horário que sempre chego, me sentei e prestei atenção em cada aula, na última aula agradeci mentalmente e fui direto para casa ajudar a Ester a embalar as coisas, eu não havia comentado mas ela é Breno vão para a própria casa deles e eu ficaria aqui sozinha, Ester me fez prometer que não iria fazer besteira e eu assenti rindo de todas as suas ordens, passei a tarde ajudado Ester a embalar suas coisas e cuidando dos gêmeos, como eu iria sentir falta deles, no fim da tarde tudo já estava no caminhão e me despedi da minha irmã e do Breno, dei um beijo na testa dos meus bebês e esperei eles partirem com o carro, por um lado uma parte de mim se foi junto com eles meu coração se partiu ao ver minha irmã indo e seguindo sua vida sem mim mas eu estava feliz tentei comparar o romance dela com o amor de nossos pais e foi uma tentativa mal sucedida, ri de meus pensamentos e liguei para Vitor

IDL

Luna : Oi Vitor, a Ester acabou de ir -- sorri
Vitor: Que bom amor, como está se sentindo ? -- perguntou
Luna : Eu ti bem -- suspirei tomando coragem -- Eu liguei na verdade porque temos que conversar
Vitor: Luna, por favor -- pediu
Luna : Quando você chegar a gente conversa, beijo -- disse e ele não respondeu -- Não esquece que eu te amo independente de tudo -- desliguei antes de sua resposta

FDL

Após desligar senti um nó na garganta mas eu precisava de coragem para tomar a frente da minha vida, observei a casa tão quieta e sem vida passei no quarto de Ester e notei cada detalhe dali, eu iria sentir tanta falta essa cada é tão grande só pra mim, eu não queria ficar aqui sozinha mas não queria me desfazer da casa eu cresci aqui e tenho boas lembranças, fui até o fim do corredor e girei a maçaneta tudo estava como da última vez que eles saíram de casa, não mexemos em nada exceto para limpar, podia ainda sentir o cheiro da minha mãe em suas roupas e conseguia ainda ver os dois deitados naquela cama, sorri ao lembrar de tudo e sequei uma única lágrima teimosa que insistiu em cair, sai dali e fui rumo ao meu quarto.
Tomei um banho demorado e deixei aquela água quente percorrer todo o meu corpo me trazendo um alívio instantâneo, sai de lá me sequei e coloquei uma calça e uma regata, prendi meu cabelo em um coque e esperei por Vitor.

" Vamos luna você consegue não é tão difícil assim "

Repetia a mim mentalmente na esperança de realmente acreditar que seria verdade, não seria fácil terminar com o amor da minha vida mas eu iria até o fim e dar um basta nessa história.

Sol de LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora