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Passei o dia inteiro nervoso não sabendo se deveria aparecer na porta dela, mas o Bernardo tinha uma opinião formada e totalmente contrária à minha, e ele acabou me convencendo de que aquilo era mesmo uma boa ideia e resolvi aparecer lá, me programei psicologicamente durante toda a manhã de trabalho para só dar um simples parabéns a ela e me retirar o mais rápido possível, até mesmo porque ela tem um noivo e por mais que eu não quisesse esse casamento eu nao poderia simplesmente impedir e não deixar ela ser feliz.

No início da tarde me despedi dos funcionários do hospital e dirigi até o endereço que Bernardo havia ne passado hoje mais cedo quando me convenceu dessa loucura, estacionei o carro em frente a casa indicada e observei por um momento, criei coragem e sai do carro, atravessei o portão de ferro e poucos metros a frente estava em sua varanda pronto para bater na porta, acabei me distraindo com uma risada de criança e olhei em volta, algumas crianças brincavam na rua e nos gramados dos terrenos, todas muito felizes e sossegadas, olhei em volta e pude notar que o bairro era totalmente familiar e seguro e eu até cheguei a me perguntar se eu não havia lido o endereço errado mas no fundo eu sabia que tudo isso era um pretexto para enrolar e ir embora ao invés de ficar e enfrentar, respirei fundo quanto encostei meus dedos na campainha, não demorou nem um minuto para que ela atendesse a porta vestida apenas com um short e a parte de cima um biquíni florido, deixei meus olhos passearem pelo seu corpo e logo a olhei os olhos dela não desviaram dos meus um só instante depois daquela cena, quando ela parou a minha frente se ajeitando eu sabia que estava na minha hora de falar alguma coisa mas as palavras não saiam, Luna coçou a garganta discretamente sem falar nada e eu sorri sem graça

Vitor: Eu vim te desejar -- olhei confuso para ela -- Hm... -- eu enrolei
Luna: Você quer entrar? Quer uma água? -- me olhou e deu espaço para que eu pudesse entrar
Vitor: Eu só queria dizer que...-- ela me interormpeu
Luna: Você quer água certo? -- ela perguntou se retirando
Vitor: Eu não queria exatamente água -- resmunguei e fui atrás dela sabendo que ela fazia o mesmo que eu -- Luna você não precisa protelar uma conversa -- disse assim que a encontrei a cozinha -- Eu só vim te desejar feliz aniversário -- eu disse enquanto ela me entregava um copo com água
Luna: Obrigada -- ela sorriu de lado e falou de um jeito carinhoso

Me aproximei devagar, puxei-a pela cintura e abracei, no início ela ficou meio relutante ao que eu poderia fazer, ela se afastou de mim aos poucos quando eu decidi aconchegar meu rosto eu seu cabelo e respirei fundo, ela me olhou com aqueles olhos misteriosos e avaliou minha reação

Luna: Você está legal? -- ela perguntou e eu queria negar e dizer que não estava, mas apenas concordei
Vitor: Eu to tranquilo -- passei a mão na cabeça enquanto pensava -- Eu vou embora daqui a pouco o Túlio está aí e eu não quero ser motivo de brigas-- eu sorri e ela concordou me levando até a porta
Luna: Tchau Vitor -- ela acenou de longe

Num impulso eu beijei o canto da sua boca e ela se afastou rápido ficando corada e eu sorri a dando parabéns mais uma vez, falei tudo muito rápido e saí rápido em direção ao meu carro sem dar chance dela falar nada e a situação ficar um pouco mais constrangedora, me dirigi a porta de ferro por onde entrei e fui até o carro sem olhar para trás, liguei o carro e no mesmo momento um sentimento ruim se formou em mim e eu já o conhecia muito bem, segurei o choro e sai com o carro da vaga enquanto eu repetia mentalmente que eu tinha que me portar como homem e não chorar.

Cheguei em casa e me joguei na cama após tomar um banho, ela estava tão linda, tão gostosa que eu não conseguia tirar ela dos meus pensamentos, tentei dormir para tirar toda aquela conversa do meu pensamento, porém fui interrompido com batidas na porta, caminhei até a sala apenas de short e abri a mesma me deparando com a Vivian vestida em uma fantasia ridícula de policial

Vivian: Demorou para me ligar essa noite -- falou enquanto fitava meu celular nas mãos
Vitor: Eu não iria te ligar hoje -- disse tentando ser paciente
Vivian: Então que bom que eu vim sem convite mesmo-- ela sorriu colocando suas mãos em minha barriga e me empurrando para dentro
Vitor: Não vai rolar -- disse depois dos nossos amassos no sofá
Vivian: Vitor a gente combinou que não importaria ficar com outras pessoas desde não interrompa nossas transas -- ela reclamou
Vitor: Não é isso garota -- disse impaciente -- Eu só não to no clima -- dei de ombros -- Eu to cansado -- falei por fim
Vivian: Isso me cheira a mulher -- ele me acusou -- Me conta logo -- falou autoritária
Vitor: Olha só Vivian -- eu comecei meu discurso mas fui interrompido

O meu celular tocava sem parar e Vivian o escondia de mim, quando por fim perdi a paciência ela o jogou no sofá e saiu soltando faíscas pela boca, olhei o visor e reconheci o número do meu pai, pensei até em não atender porque ele me pediria algum favor, mas voltei atrás e atendi a ligação.

IDL

Vitor: Pai se for pra passar na boca eu to ocupado -- disse antes de qualquer pedido da parte dele
Eduardo: Olá Vitor -- ele disse em um tom de deboche
Vitor: Oi pai -- disse baixando a guarda
Eduardo: Nós precisamos conversar -- ele falou quase que obrigado
Vitor: Pode falar -- disse buscando um pouco de paciência
Eduardo: Nossa conversa não poder ser por telefone -- ele falou sério -- Mas levando em conta que não irei mais te ver -- ele deixou um certo mistério no ar -- Eu não sou o seu pai, a Carine não perdeu um filho atoa e a sua paixão te deixou porque eu quis -- ele despejou isso em cima de mim e desligou.

FDL

Depois do encerramento da chamada eu não conseguia pensar em mais nada a não ser que eu me contive com apenas uma informação "a sua paixão te deixou porque eu quis". Sem pensar duas vezes peguei uma blusa e um chinelo saindo do apartamento, chamei pelo elevador mas depois de dois minutos eu resolvi ir pelas escadas correndo.

Abri o portão de ferro entrei correndo pisando no jardim e parando em frente a a porta, bati com força algumas vezes e quase me vi arrombar aquela porta, tentei regularizar a minha respiração quando Luna abriu a porta e me encarou assustada.

Sol de LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora