Sol de Luna

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Vitor: Você vai precisar ficar aqui -- ele voltou depois de meia hora conversando com o médico responsável
Luna: Está tudo bem com os bebês? -- eu perguntei me ajeitando naquela maca
Vitor: Está tudo bem -- ele sentou na ponta da cama -- Você precisa descansar e se alimentar melhor -- ele coçou o nariz e sua cara era péssima
Luna: Só isso? Então já posso ir se não vou ser medicada -- eu levantei arrancando os aparelhos conectados em mim
Vitor: Você ainda não entendeu -- ele me segurou -- Você vai ficar aqui no hospital -- falou firme
Luna: Eu não quero ficar aqui, eu odeio hospitais Vitor -- eu acabei gritando
Vitor: Em casa você não vai repousar -- ele retrucou e o médico entrou
Alex: E como vai a minha paciente teimosa? -- ele se aproximou olhando a prancheta em sua mão
Luna: Estou ótima e quero ir pra casa -- reclamei e Vitor me repreendeu com o olhar
Alex: Acredito que será necessário apenas 24 horas para observação -- ele me olhou pacientemente
Luna: Eu não acho necessário -- emburrei a cara -- Aliás eu vou embora, vocês não podem me prender aqui contra a minha vontade -- eu me sentei e encarei os dois
Vitor: Você não vai embora -- falou com autoridade
Luna: Eu vou embora sim --retruquei na mesma intensidade
Alex: Luna aguenta só mais um pouco, só mais alguns exames e eu te libero -- ele falou e eu assenti -- Enquanto a essas brigas vão ter que acabar -- ele encarou o Vitor e saiu do quarto
Vitor: Eu vou pegar umas roupas pra você em casa e já volto -- ele parou perto da porta e me olhou brevemente
Luna: Acho que você não ouviu que são apenas alguns exames e eu vou voltar -- acabei sendo um pouco mais grossa do que eu queria
Vitor: Eu te entendo ok? Mas agir assim não vai te levar a lugar algum -- ele saiu batento a porta
Luna: Que ótimo -- reclamei sozinha

Depois de alguns exames feitos eu fui liberada e na porta do hospital eu me vi completamente sozinha, sem sinal do Vitor e apenas com meu celular na mão me vi obrigada a andar até o ponto de taxi mais perto, peguei um táxi indo direto para casa.

Luna: Moço espera um minuto que vou pegar o dinheiro lá dentro -- falei e sai correndo

Entrei e corri até o quarto para procurar minha carteira e peguei a quantia necessária e voltei para pagar o meu grande amigo taxista

Luna: Está aqui, o senhor pode ficar com o troco -- paguei e corri para dentro de casa novamente

Tomei um banho para tirar aquele cheiro de hospital e respondi algumas mensagens no celular, comi alguns biscoitos enquanto via desenhos na tv, meu celular tocou e a pessoa em questão era bem insistente e um tanto chata, me rastejei com aquela barriga enorme até a cozinha e atendi

IDL

Luna: Alô -- falei com a boca cheia de biscoito
Vitor: Onde você está? -- ele gritou do outro lado
Luna: To em casa -- minha boca ainda estava cheia e minha voz soava como alguem que estava de saco cheio
Vitor: A Manu ainda está na sua irmã será que você pode pelo menos ir buscar ela? -- ele pediu da forma mais grosseira possível e minha língua tremeu para uma resposta a altura mas me contive e respirei fundo
Luna: Posso -- respondi seca
Vitor: Eu estou aqui no morro ajudando o Bernardo com algumas coisas e vou ter que ficar por aqui algum tempo -- ele falou de forma explicativa e eu até pude imaginar ela coçando a cabeça nessa hora
Luna: Isso quer dizer? -- falei esperando que ele completasse
Vitor: A gente podia vir morar aqui por um tempo -- completou como esperado -- Aqui pelo menos você tem a Mel e a minha mãe que podem te ajudar e a Manu tem o Pedro -- concluiu
Luna: Podemos conversar sobre isso depois? Moramos na mesma casa e acho que esse tipo de assunto não deve se tratar pelo telefone -- disse e ele concordou -- Até mais tarde Vitor -- falei meio seca
Vitor: Até mais amor, eu te amo -- ele disse e meu coração derreteu mas me contive e encerrei a chamada

FDL

Desliguei o celular e coloquei um vestido bem largo, peguei a chave do meu carro e coloquei meus chinelos e fui em direção a casa da Ester, o caminho foi mais longo que o esperado, sinais vermelhos, trânsito e um acidente na rua se fizeram presente na minha jornada até a casa da minha irmã, depois de minutos no carro cheguei e buzinei para que a Ester trouxesse a Manu até a mim

Manu: Tia -- ela veio gritando e entrou no carro
Luna: Oi meu amor, se divertiu? -- perguntei e ela assentiu
Manu: Os bebês estão bem? -- ela perguntou enquanto colovaca o cinto
Luna: Estão melhores que nunca -- eu ri e minha irmã nos observava
Ester: Então Luna o Vitor falou comigo sobre o que você fez e sobre vocês se mudarem -- ela me encarou esperando uma resposta mas eu permaneci calada -- Acho que você deveria considerar e se manter fora de perigo -- ela deu um sorriao breve
Luna: Irei considerar sua opinião -- brinquei e ela riu
Ester: Por falar em considerar.. -- ela fez aquela voz que todoa fazem quando vão tw meter em furada
Luna: Lá vem você -- reclamei e bati no volante -- Desembucha logo -- olhei pra Manu que estava entretida no jogo do meu celular
Ester: O dia da madrinha está chegando e nada mais justo que você ficar um dia inteiro com seus afilhados -- ela falou rápido demais
Luna: Se eu pegar o Arthur e a Alice eu vou ter que ficar com todos, já pensou a minha casa com quatro afilhados mais a Manu e dois bebês na minha barriga? É demais pra mim -- reclamei
Ester: É bom que você vai treinando -- ela riu -- Que bom que você gostou da ideia eu deixo eles lá de manhã bem cedo -- ela foi se afastando do carro
Luna: Eu não disse sim -- eu gritei e ela riu
Ester: Eu te amo, quebra essa pra mim por favor -- ela me mandou um beijo de longe e entrou em casa

Dirigi com mais tranquilidade para casa e no meio do caminho vi um cachorrinho abandonado e claro eu não poderia deixar ele na rua, peguei o cachorro e logo a Manu se animou com a ideia de ter um cão para brincar, passamos na pet shop para leva-lo e aproveitei para checar algumas coisas pendentes da loja, não demorou muito  fomos para casa e depois de dar banho na minha enteada fizemos a janta e esperamos o Vitor para comer.