Tentei abrir o quarto do casal pegação mas de nada adiantou, estava trancado a sete chaves e ninguém atendia as minhas batidas e ameaças insistentes na porta, desci as escadas indo em direção a porta de saída mas fui interrompida pela minha curiosidade quando ouvi vozes vindas da área, caminhei até a mesma e encontrei a Dona Ana conversando ao telefone, sorri de longe e mandei um beijo e a mesma fez o famoso gesto de "vem cá" e eu atendi ao seu pedido me sentando um dos bancos que estavam ali, procurei não prestar atenção na conversa dela é me distrai olhando através do muro toda aquela imensidão do morro e com um vista privilegiada da praia, agora um pouco escura mas continuava linda, senti uma mão nos meus ombros e notei que não havia mais falas me virei e Dona Ana observava o mesmo que eu.
Dona Ana: É bonito não é? -- ela perguntou e eu assenti -- Eu lembro a primeira vez que te vi aqui -- ela comentou meu corpo estremeceu -- Tão jovem, cheia de atitude, brigona -- eu me virei e a encarei
Luna: Quantos elogios -- brinquei e nos rimos
Dona Ana: O Vitor está aí -- comentou se sentando em um dos bancos
Luna: É, eu já sei disso -- respirei fundo
Dona Ana: Vocês vão pra onde? -- perguntou curiosa
Luna: A não -- eu corei um pouco -- Eu não vou sair com o Vitor -- acrescentei -- Vou com a Mel ao baile -- disse por fim
Dona Ana: Hoje não tem baile Luna -- ouvir aquilo foi pior que um tiro no estômago
Luna: Eu tenho uma amiga muito mentirosa -- bufei
Dona Ana: Eu só vim buscar meus netos, já estou indo -- nos despedimos com beijos na bochecha e fiquei ali paradaNaquele momento de indecisão do que fazer da minha vida eu só tinha uma certeza, minha noite não estava totalmente arruinada, afinal estou em uma cidade grande é só checar as possibilidades e analisar algumas opções, voltei a bater na porta da Mel e agora o único barulho que se escutava era o doce silêncio, fui ao quarto do Pedro e eles não estavam por lá, eu estava furiosa e decidida a ir embora e me enfiar em qualquer boate da Lapa, fui até a porta de saída e a mesma estava trancada, e lá estava ele com seus 1,75 de altura e umas tatuagens espalhadas pelos braços que apareciam através da manga de sua blusa pólo preta, estava parado no último degrau da escada me perguntando se eu estava bem, por alguns segundos eu acreditei que aquele conjunto de olhos marcantes, barba por fazer e perfume exalando não sabia realmente o que estava acontecendo ali naquele momento, quase achei, que todas as vezes em que eu me fechei e coloquei minha armadura contra aquele homem que parecia perfeito pra mim com aquele sorriso estonteante que em um segundo tudo oque eu demorei para a acreditar na minha vida fazia sentindo se fosse com ele, acho que minha cara de desespero pelos meus pensamentos era tanta e eu deixei transparecer de uma forma medonha que sem dizer nada ele me abraçou com aquele cheiro tóxico, tendo em vista que é assim que eu me sinto perto dele, totalmente intoxicada apenas por ele estar ali, e disse que estava com saudades, eu não tinha voz e ele ficou ali, me abraçando, no meio da sala, ele usava toda sua força carinhosa só para provar que ainda que eu me solte dele, ele vai estar sempre ali e eu sempre vou estar presa aos seus braços, naquele momento eu deixei a minha guarda cair e desci do meu pedestal, eu precisava dele e assim como ele eu estava com saudades, sentamos na área e olhamos as estrelas enquanto ele me contava como ia no trabalho, e toda aquela falação sem parar me fez lembrar o porque eu me apaixonei por você, cada palavra e cada gesto, o jeito de olhar tudo me lembrou, eu não me apaixonei somente pelo pedaço de mal caminho que ele era, eu me apaixonei porque ele tinha um papo bom e eu sabia que eu te queria desde aquele dia na praia, mesmo não mostrando isso, mas eu queria, mas eu não me arrependo de ter deixado acontecer naquele mesmo dia, mas me arrependo por não ter ficado quando eu deveria e me arrependo por deixar ele partir, mas fiquei feliz por saber que ele estava feliz por mim, não porque quero que ele me solte ou porque lembro da primeira vez que isso aconteceu, mas porque é natural, a vida é natural, parafraseando um pagode antigo "Deixa acontecer naturalmente" e foi isso que fizemos todo, nós permitimos viver, eu pensava em tudo enquanto ele ainda falava e eu já não prestava mais atenção mas são nesses instantes que sempre me dou conta que eu contaria o que ele me pedisse, sentada em uma mesa de bar bebendo um copo de cerveja ou talvez em Nova York tomando um bom vinho em um jantar romântico, já que você é assim, de momentos, e de todas as coisas que não encontrei, a que eu não precisei procurar, foi exatamente ele, e ele precisou de apenas alguns minutos para me provar que eu realmente precisava dele, não para ser feliz, por favor não me entenda mal, mas para completar minha felicidade.
Vitor: ... e então ela brigou na escola com um menino -- ele continuava a falar sobre sua filha e eu observava -- Luna você está me ouvindo? -- eu assenti -- Você parece estar no mundo da Lua -- ele brincou e minha cara me entregou -- Você não escutou nada do que eu te falei ? -- eu neguei fingindo estar envergonhada -- Onde você estava esse tempo todo? -- perguntou curioso
Luna: Pensando na gente -- fui sincera e nesse momento a cara de espanto foi do homem a minha frente -- Eu também sinto saudades -- eu sorri
Vitor: Eu te amo -- ele segurou minhas mãos e sorriu com os olhos e mostrou todos aqueles dentes perfeitos
Luna: Eu também te amo -- eu sorri e Vitor me roubou um beijo deixando todo o clima leve
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Sol de Luna
Teen Fiction"Nunca deixe que o seu medo te impeça de ser feliz, nunca deixe que as criticas te impeçam de realizar os seus sonhos, nunca deixe que as pessoas te impeçam de sonhar. Você é capaz, só precisa acreditar em si mesmo."