Aos sete anos de idade, boa parte das coisas do mundo já haviam sido apresentadas para nós, mas é claro nós queríamos crescer logo para poder ficar acordado até tarde, ou assistir aquele programa que sua mãe não deixava, queríamos dormir na casa do amigo, e falar bobagens e que todos diziam "você ainda é pequeno", mas para nós já éramos crescidos o bastante, e então te enfiaram no ensino fundamental, e ali começou essa loucura chamada "escola", lá a gente acabou aprendendo que existem vários tipos de pessoas, e que nem todas estão torcendo pra você se dar bem, tem sempre aquele que se deixar conta tudo pra professora pra ver você se ferrar, e muita gente que se engana ao pensar que isso não acontece mais na sua vida só porque você aprendeu a se vestir sozinho, fritar um ovo e agora pode sair, ir a festinhas sem hora para voltar, o que isso tem haver comigo? Tudo. Eu fui abandona completamente largada com uma falsa promessa de "Eu já volto" de uma menina chamada Ashley, me deixando sozinha para encarar de frente meu antigo problema com Vitor.
Luna: Tá gostando da festa? -- perguntei evitando o olhar -- Não te vi a noite toda -- comentei
Vitor: Depois da igreja eu fui pra casa -- ele estava lindo com as mãos no bolso
Luna: Entendi -- sorri de lado -- Aproveita a festa -- disse tentando sair dali
Vitor: Luna espera -- pediu calmo e carinhoso
Luna: Nós não temos que conversar isso agora -- falei de costas para ele -- Vamos ter muito tempo -- completei
Vitor: Eu não vim pra conversar -- suspirei e senti ele se aproximar
Luna: Bom, então se o motivo é a festa eu só -- ele me interrompeu
Vitor: O motivo não é a festa, não é a conversa que estamos adiando -- ele me encarou -- O motivo é você, eu precisava te ver -- ele sorriu meio envergonhado
Luna: Com tanta foto por aí -- brinquei
Vitor: Uma vez você fez uma matéria para uma revista e tinha fotos suas vestidas de noiva -- ele sorriu -- Você está mais linda pessoalmente
Luna: Obrigada -- sorri tímidaFicamos conversando sobre coisas aleatórias e logo fui chamada para a valsa da noite, logo me vi no meio do salão dançando com meu ex noivo e agora futuro amigo, nesse momento eu percebi que ganhei muito mais com o Túlio dessa forma e nós seríamos felizes assim, não demorou muito para os convidados serem chamados para dançar e o meu futuro ex marido e novo amigo me entregar nas mãos de Vitor e nos desejar sorte, de certo eu não sabia o que fazer, senti meu rosto ruborizar e uma queimação o invadiu junto com um ar gelado no meu coração, cumprimentei cordialmente ao Vitor e dançamos sem falar nada, deitei minha cabeça em seu ombro e enquanto íamos de um lado para o outro eu sentia seu coração bater junto ao meu e aquela antiga sensação de segurança e conforto me invadiu.
Luna: Eu preciso ir ao banheiro -- disse me separando dele assim que essas sensações me assustaram
A minha desculpa esfarrapada funcionou, pois eu me dirigi até o banheiro sem nenhuma interrupção e nenhum protesto do meu antigo namorado.
Luna: Até que fim -- entrei no banheiro -- Aonde você estava a noite toda? -- avistei Mel retocando o batom no espelho
Mel: Estava com o meu namorado -- ela suspirou
Luna: O que foi? -- percebi o descontentamento da minha amiga
Mel: Até você casou -- ele me encarou -- Quer dizer .. -- ela não completou e riu -- O fato é que eu já tô com ele a tanto tempo, já temos filhos e ele nunca nem sequer tocou no assunto casamento -- minha amiga encostou na parede
Luna: Vocês já são praticamente casados -- eu dei de ombros -- Amiga, vocês são tão complicados mas vocês se amam -- eu sorri e ela sorriu junto
Mel: Você também não é um exemplo para um bom relacionamento -- nós rimosSabe do que realmente precisamos? Precisamos nós reinventar, nós reencontrar e precisamos recomeçar, tudo que passou doeu mas precisamos reinventar um porque para ser feliz, ficar sem rumo depois de um tombo é normal mas temos que nós reencontrar dentro de nós mesmos, e por mais que tenha sido doloroso está na hora de recomeçar, sempre é hora de nós reinventar e recomeçar é dar uma chance a nós mesmos é renovar as esperanças na vida e o mais importante… Acreditar em nós de novo e pra isso podemos pintar o céu de outra cor, colocar um sorriso no rosto, e ser o motivo da nossa própria felicidade.
Eu já estava deitada sozinha no meu quarto, ainda com aquele vestido, Túlio saiu para uma noitada com os amigos para uma "Abertura de solteiro" assim disse ele quando deixei a festa e me despedi da sua pessoa extraordinariamente bêbada, em outras épocas eu estaria lá com ele, curtindo com meu próprio vestido de noiva no corpo e contando a todos que eu disse não no altar, mas não, não hoje, hoje eu queria descansar e colocar a mente em ordem, tudo que aconteceu ainda era novo e estranho demais para mim.
Depois de um banho demorado pendurei o vestido todo sujo e fui procurar um café para curar a dor de estômago causado por alguns drinks, na verdade eu sabia que o café só iria piorar mas beber um chá não era uma questão a ser pensada, preparei meu café e me sentei no jardim observando o sol nascer e junto a ele um homem bêbado caindo a cada passo se aproximava de mim.
Luna: Moço, o senhor quer ajuda? -- Perguntei quando ele se escorou no meu portão
XxX: Eu posso usar o seu banheiro? -- ele perguntou levantando um pouco a cabeça
Luna: Claro -- Me levantei e o ajudei até o banheiro -- Fica a vontade, mas não suja nada de vômito caso o contrário você vai limpar -- disse e sai daliEu estava esperando o homem sair do meu banheiro enquanto ouvia ele vomitar do lado de fora, é claro que nos dias de hoje eu não poderia deixar um estranho entrar na minha casa estando sozinha, mas como uma alma solidária que eu tenho eu me arrisquei, ouvi um barulho vir da sala e desci as escadas com calma e lá estava ele, parado na minha sala me encarando e encarando o homem desconhecido que acabou de se instalar atrás de mim.
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Sol de Luna
Genç Kurgu"Nunca deixe que o seu medo te impeça de ser feliz, nunca deixe que as criticas te impeçam de realizar os seus sonhos, nunca deixe que as pessoas te impeçam de sonhar. Você é capaz, só precisa acreditar em si mesmo."