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Depois do nosso jantar colocamos juntos a Manu para dormir e fomos ao nosso quarto

Luna: Você quer conversar agora? -- perguntei assim que nos deitamos e ligamos a tv
Vitor: Se você quiser por mim tudo bem -- ele deu de ombros e ajeitou o travisseiro
Luna: Eu só quero parar de brigar e se isso vai fazar a gente ficar mais unido por mim tudo bem -- disse o encarando e ele olhava para o nada
Vitor: Mesmo que a mãe da Manu more lá e você não a suporte? -- ele se apoiou em um dos braços e virou de lado para me olhar
Luna: Mesmo que eu a odeie -- rimos -- É sério precisamos parar de brigar por bobagens -- virei de lado para o encarar
Vitor: Eu sei amor -- ele acariciou meu rosto e beijou a ponta do meu nariz
Luna: Vamos dormir que o dia hoje foi longo -- disse apagando a luz do abajur e virando de costas para ele
Vitor: Você não vai insistir nem por uma rapidinha? -- ele perguntou confuso e eu neguei -- Tudo bem, amanhã vou procurar uma casa pra gente por lá -- eu assenti e aos poucos fui adormecendo

Acordei cedo e cumpri o mesmo ritual de todos os dias, fiz o café, ajudei a Manu a pentear o cabelo e organizar o material, lavei a louça do café, dei tchau para os dois da porta, arrumei a casa, fiz o almoço e no final da manhã tomei um banho para buscar a Manu e leva-la a aula de ballet, peguei meu carro e fui até a escola esperei a Manu dentro do carro e como de costume ela entrou emburrada e reclamando das aulas de ballet

Luna: E o que você prefere? -- perguntei enquanto prestava atenção na rua -- coloca o cinto -- a repreendi e ela bufou pra mim
Manu: Quero fazer alguma luta -- ela falou por fim
Luna: Conversa com seu pai -- disse e ela me olhou de olhos arregalados
Manu: Porque você não fala com ele? -- ela estava me encurralando
Luna: Porque não sou eu que quer fazer luta -- disse como se fosse óbvio -- Agora vai pra sua aula e mais tarde conversamos todoa sobre isso -- falei e ela desceu do carro batendo a porta e reclamando baixo com ela mesma -- Faltou pouco ela dar na minha cara -- comentei comigo e comecei a rir sozinha

Voltei para casa e passei o resto da tarde vendo tv e comendo biscoitos, por volta das seis horas o Vitor chegou com a Manu e ela subiu batendo o pé o mais alto que podia, olhei para o Vitor buscando respostas e ele deu de ombros indo para a cozinha

Vitor: Amor cade a comida? -- gritou
Luna: Está na geladeira -- gritei de volta enquanto saboreava o ultimo biscoito do pacote
Vitor: Macarrão com salsicha? -- perguntou já do meu lado
Luna: Qual o problema? -- arqueiei a sombrancelha
Vitor: Nada -- ele riu -- Vou tomar um banho e já desço pra gente jantar -- ele me deu um selinho e subiu

Terminei de ver meu desenho e me dirigi a cozinha, coloquei o macarrão no forno e dez minutos depois eles dois desceram e se sentaram a mesa, coloquei o macarrão no centro da mesa e a jarra de suco, me sentei e senti toda a tensão que vinha de pai para filha

Luna: E então Manu você já conversou com seu pai? -- perguntei enquanto me servia
Manu: Eu falei e ele não me ouviu -- ela retrucou de forma agressiva
Vitor: E não vou te ouvir enquanto você falar assim, você não se manda e só tem 8 anos pra ter essa arrogância toda -- ela se alterou
Manu: Você fala assim com a sua namorada -- ela gritou de volta e saiu correndo para seu quarto
Vitor: Você viu só isso? -- ele estava inconformado e eu permaneci calada -- Parece que ela não tem pai, não tem educação -- reclamou mais para ele do que para mim -- A culpa é minha de sempre deixar ela fazer o que quer -- ele me olhava desolado
Luna: Vai ficar tudo bem -- me senti na obrigação de falar alguma coisa
Vitor: Claro que vai, ela vai entrar no eixo -- disse e foi em direção ao quarto da Manu

Os minutos seguintes foram de uma intensa discussão entre os dois, aquela gritaria toda não me deixava ouvir o som da tv e muito menos me concentrar para terminar de ler o livro em que parei no meio, respirei fundo e fui até os fundos da casa, com tanta gritaria e o som da tv alto não notei que chovia, entrei novamente e os dois ainda discutiam

Luna: Será que vocês tambem vão ser assim? -- acariciei minha barriga e logo a Penellope veio latindo do meu lado no sofá -- Oi meu amor -- peguei ela no colo e a deitei na minha barriga -- Os seus irmãos estão bem agitados hoje -- falei assim que senti minha barriga mexendo
Vitor: Você está de castigo e vai continuar no ballet -- ele gritou fora do quarto
Manu: Eu quero morar com a minha mãe -- essas foram as últimas palavras dela antes da porta do quarto bater
Vitor: Você ouviu isso? Eu criei essa menina, fiz esforços por ela pra receber isso -- ele desceu as escadas, reclamou e foi direto ao bar da sala colocando seu famoso whisky no copo e acendendo seu cigarro
Luna: Achei que esse seu ritual só era realizado nas madrugadas -- comentei
Vitor: Ser pai é muito difícil -- ele me ignorou e se aproximou -- Vocês vão ser bonzinhos com o papai não vão? -- ele beijou minha barriga e os bebês começaram a mexer de novo -- Eles estão mexendo -- ele deu um sorriso bobo e tragou seu cigarro
Luna: Precisamos ter mais pulso firme -- disse e ele assentiu -- Eu vi alguns tipos de partos humanizados -- ele me olhou curioso -- eu quero ter os bebês na piscina -- disse e Vitor soltou uma gargalhada
Vitor: Isso é realmente sério? -- perguntou quando não viu nenhum resquicio de humor no meu rosto
Luna: Claro que é Vitor -- falei e ele permaneceu me encarando
Vitor: Podemos conversar sobre isso amanhã? -- eu assenti e me deitei no sofá e ele foi até a varanda terminar seu cigarro e sua bebida.

Luna: Será que vocês tambem vão ser assim? -- acariciei minha barriga e logo a Penellope veio latindo do meu lado no sofá -- Oi meu amor -- peguei ela no colo e a deitei na minha barriga -- Os seus irmãos estão bem agitados hoje -- falei assim que...

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