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Entramos novamente na boate e logo avistei Margo se pegando com o Barman no canto do bar, pedi uma dose de tequila e Olavo me acompanhou pedindo uma cerveja, bebi minha dose de um vez só e observei a pista de dança, Olavo falava algumas coisas e eu me perdi no moreno que estava vindo em nossa direção.

Túlio: Oi Luna -- ele me cumprimentou com dois beijos na bochecha -- Prazer -- apertou a mão do Olavo
Luna: Hm Túlio -- eu sorri sem graça -- Esse é meu amigo Olavo -- eles sorriram um para o outro -- O que você tá fazendo aqui? -- perguntei assustada
Túlio: O mesmo que você -- ele brincou e Olavo riu
Luna: Não Túlio -- balancei a cabeça negativamente -- O que você está fazendo no Brasil? -- perguntei quase que gritando
Túlio: Ser professor de faculdade não deu muito certo -- ele admitiu e pediu uma cerveja -- Descobriram que me envolvi com a aluna -- ele deu um gole na cerveja e eu arregalei os olhos -- Eu nunca mais vou dar aula -- ele riu
Luna: Que pena -- eu ri tentando me soltar e pedi mais uma dose -- Eu vou ao banheiro -- anunciei e sai deixando Olavo e Túlio sozinhos

Caminhei até o banheiro me soltando das mãos de alguns caras inconvenientes, chegando lá ainda tive que enfrentar uma fila de mulheres querendo fazer o mesmo que eu, observei o chão todo molhado e comparei as baladas de Mahatma que eram tão organizadas como a polícia em uma final de Vasco e Flamengo no Maracanã, quando finalmente consegui utilizar o banheiro voltei ao bar e Túlio e Olavo estavam empolgados em uma conversa sobre a economia do país fiquei observando um tempo e desisti de tentar entender, afinal quem está em uma balada com um monte de mulher e bebida e conversa sobre a economia do país? Tudo bem, melhor que isso do que ser um dos homens inconvenientes que acham que podem meter a mão em você, não é mesmo? Voltei a observar a pista de dança e ao contrário do que vocês pensam eu não vou dançar sozinha e arrasar até conhecer o amor da minha vida, eu vou ficar com meu bumbum bem quietinho e parado nesse canto isolado enquanto espero Margo desgrudar a boca do Barman, pedi mais algumas doses e já me sentia totalmente tonta e estava rindo atoa até que embarquei em um conversa animada com o cara ao lado sobre estilos musicais. Eram 5 horas da manhã e todos já estavam fora da balada, restou apenas eu, Margo e o Barman em um canto, eu estava observando Túlio e o Olavo ainda conversando enquanto caminhavam para fora e a tia da faxina ia em direção ao banheiro para limpar toda aquela bagunça, coitada das tias da faxina!

Acordei e minha cabeça doía um pouco, mas a sensação de bebedeira ainda estava presente no meu corpo, olhei em volta e percebi que estava deitada na minha cama. "Como eu cheguei aqui?" Lembrei imediatamente de tudo que havia acontecido naquela noite, Marfo estava desmaiada ao meu lado na cama, levantei com certa dificuldade e cuidado para não acorda-la e me encaminhei até a sala, Túlio e Olavo estavam desmaiados no meu sofá e o Barman dormia no chão, eu tentei lembrar o que fez eles estarem aqui mas nada me veio a mente, apesar de ainda estar um pouco bêbada, minha consciência já estava acordada, mas, ela não me impediu de tomar uma atitude idiota, peguei meu celular eu tinha que ligar antes que ficasse sóbria e perdesse a coragem, eram 7 da manhã mas eu não importava, eu iria ligar para o Vitor e dizer tudo aquilo que estava engasgado e dar um fim a tudo aquilo.

Peguei o telefone e fui para a sacada do meu apartamento, senti o vento gelado vindo da praia e me senti revigorada e ainda mais confiante em ligar, chamou umas duas vezes e eu já a minha consciência já estava voltada a tomar uma atitude consciente, mas no quarto toque ele atendeu.

IDL

Vitor: Alô? -- perguntou ainda sonolento mas não parecia estar dormindo, logo pensei na Carine e ele poderia estar com ela naquele momento.
Luna: Oi -- só consegui dizer isso
Vitor: Tá tudo bem? -- ele pareceu preocupado
Luna: Eu to bem -- sorri mesmo sabendo que ele não iria ver -- Estou atrapalhando alguma coisa?
Vitor: Não, você nunca vai atrapalhar nada -- disse em um tom encantador
Luna: Mesmo quando você estiver na cama com sua piranha loira, eu não vou atrapalhar, não é? -- disse um pouco afetada
Vitor: Você bebeu -- a voz dele se alterou
Luna: Eu não só bebi como eu tomei um porre de tequila -- falei animada
Vitor: Onde você está? -- disse grosseiro
Luna: Estou em casa, me trouxeram e eu estou ótima -- disse tentando afeta-lo
Vitor: Quem te levou para casa? -- Consegui irrita-lo
Luna: Uns amigos, eles estão desmaiados na minha sala -- falei como se acontece todo dia
Vitor: E você está bêbada? Você ficou maluca? -- ele gritou
Luna: Você não tem nada a ver com o que eu faço ou deixo de fazer -- falei no mesmo tom
Vitor: Então, por que está me ligando ? -- perguntou intolerante
Luna: Foi um erro mesmo ter te ligado -- disse indiferente
Vitor: Não - ele gritou -- Me diga o que você quer -- ele falou mais calmo
Luna: Quero que você pare de mandar mensagens, eu não quero receber ligações suas -- falei decidida
Vitor: Não sei do que você está falando -- ele tentou disfarçar
Luna: Para com essa conversa, só quero que você pare de me mandar as mensagens, acabou -- disse firme
Vitor: O que você andou fazendo que não me atendeu? -- ele mudou de assunto
Luna: Sai com uma amiga para beber e fazer umas loucuras, voltei a ser eu -- sorri
Vitor: O que você fez Luna? -- perguntou impaciente
Luna: Eu transei com um cara e foi ótimo, encontrei um ex namorado e nos vamos casar -- disse olhando para o Túlio e pensando "Eu fiquei maluca de vez"
Vitor: Não precisava me ligar para contar que você já ta dando pra outro eu nunca faria isso com você -- gritou
Luna: Me contar para quê, se você pode esfregar na minha cara? -- disse com raiva -- Eu amo o Túlio e é com ele que vou ser feliz Vitor
Vitor: Você está mentindo, eu te conheço, você não me esqueceu porra nenhuma e nem vai casar -- ele gritou no telefone.
Luna: Eu não vou casar agora mas falamos na possibilidade -- disse e lembrei das palavras do Pai do Vitor -- Não rola mais sentimentos entre nós eu te odeio e sinto nojo do que você me fez passar -- tentei me enganar ao dizer aquilo
Vitor: Odeia nada para com isso -- pediu -- Não importa quanto o tempo passe o que a gente tem não vai embora -- ele disse calmo
Luna: Você está enganado, acabou Vitor -- disse e desliguei sem esperar por respostas

Nesse momento voltei a sala e os meninos ainda dormiam, fui para o quarto e tomei um banho, eu não havia dormido nada mas meu sono já tinha ido embora, me arrumei e fiz café da manhã e deixei um recado que já voltaria, desci até a garagem e peguei o carro e dirigi até o morro, fui direto na boca e estacionei o carro ruas antes.

Luna: Avisa o Eduardo que a Luna está aqui e quer falar com ele agora -- disse sendo grossa e o menino apenas assentiu adentrando a casinha
Eduardo: A que devo a honra de te ter aqui ? -- falou com sarcasmos saindo da sala
Luna: Está feito -- disse firme e ele me encarou -- O que acontecer daqui pra frente a culpa não é minha -- ele assentiu sorrindo -- E você precisa se tratar -- disse e me virei saindo de lá
Eduardo: O Vitor não é meu filho legítimo-- ele falou atrás de mim e me fez parar -- Mas eu o criei como se fosse -- eu me virei e o encarei -- A mãe dele teve um caso antes
Luna: O que eu tenho com isso? -- disse querendo transparecer que não ligava
Eduardo: Nada, ele não sabe disso -- ele deu de ombros e pude notar que já estava bebendo
Luna: O que você tem contra minha família? -- perguntei e vi que seus olhos escureceram
Eduardo: Seu pai foi meu amigo -- ele suspirou -- Na noite em que sua tia morreu eu estava lá e ele me culpou pela morte dela -- ele falou e eu apenas o encarava -- Ele nunca me quis com ela, nunca aceitou, ele me culpou pela morte da mulher que eu amei
Luna: O que aconteceu ou deixou de acontecer a culpa não foi minha e muito menos da Manu e do Vitor -- disse com raiva
Eduardo: Se eu não pude, você também não pode -- ele riu -- Seu pai deve tá se remexendo no túmulo-- ele riu ainda mais
Luna: Você é um doente -- gritei e senti alguém me segurar -- Não precisa eu já tô de saída -- falei e sai de dentro daquela casinha minúscula


Sol de LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora