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Vitor: Precisamos conversar -- disse rápido e alto
Luna: Fala baixo -- ela disse sussurrando e saiu fechando a porta -- O que você quer Vitor? -- me perguntou cruzando os braços
Vitor: Na verdade sim -- suspirei e tentei acalmar a respiração
Luna: O que aconteceu? -- perguntou preocupada
Vitor: Você me esqueceu? -- soltei de uma vez -- Quer dizer... Você ainda pensa na gente? -- gaguejei
Luna: O que? -- ela falou um pouco alto -- Porque você ta perguntando isso agora ?-- ela perguntou um mais baixo olhando para dentro
Vitor: Eu já sei a verdade e não quero falar sobre isso agora -- disse e ela encarou o chão -- Luna, eu preciso saber se você me esqueceu -- tentei uma aproximação mas ela recuou e me deu a chance de examinar o seu corpo
Luna: O que você quer? -- olhou pro lado sem me encarar
Vitor: Você realmente gosta dessa idiota? -- perguntei olhando nos olhos dela
Luna: Do que está falando? -- ela procurou qualquer canto para olhar
Vitor: Você sabe do que eu to falando -- disse obvio -- Eu to falando do seu noivo de merda -- me alterei.
Luna: Eu não vou te responder isso -- ela me encarou brava
Vitor: Você precisa me responder-- disse bravo
Luna: Não eu não preciso -- ele me olhava firme
Vitor: Eu sei porque você me deixou -- a encarei e me aproximei -- Se não tivesse acontecido você teria me largado pra casar com ele? -- perguntei
Luna: Como você soube? -- ela perguntou e chegou para trás -- e porque a está fedendo a bebida? -- ela completou me mostrando seu descontentamento
Vitor: Isso não interessa agora oque importa é minha pergunta -- segurei seus braços -- Você teria feito isso? -- aproximei meu rosto ao dela
Luna: Por que você bebeu ? -- nesse momento senti um frio na barriga
Vitor: Porque a bebida é a melhor amiga da decepção -- respondi sendo franco
Luna: Está na hora de superar ou sua namorada não é suficiente para te fazer esquecer de mim? -- perguntou arqueando a sombrancelha e eu ri sem humor algum
Vitor: Bem que eu gostaria de te esquecer -- dei de ombros
Luna: Querer não é poder mas nesse caso cabe a você decidir o que é melhor -- ela sorriu e se soltou das minhas mãos
Vitor: Eu não consigo fazer isso -- me aproximei novamente e agora ela já não tinha mais saída -- Me responde, você teria feito as coisas diferentes? -- perguntei fazendo ela me encarar
Luna: O que isso importa agora? -- o olhar dela parecia perdido -- Foi você quem casou e partiu para outra relação antes de mim -- ela esbravejou
Vitor: O que isso quer dizer? -- a soltei e soquei a parede em que Luna estava encostada -- Eu vou matar ele -- gritei
Luna: Você não tem nenhum direito de vir na minha casa e fazer essa cena, nós terminamos e seguimos nossas vidas, acabou -- as palavras dela foram pior do que um soco

Puxei ela contra mim, segurei sua nuca, fazendo com ela me olhasse e com a outra mão apoei na parede quando ela tentou se afastar de mim.

Luna: Me solta Vitor -- ele me deu um soco e eu me mantive firme
Vitor: Eu faço tudo por você mas por favor não casa com ele -- eu senti as lágrimas se formando nos meus olhos
Luna: por favor -- ela suspirou meio amargurada e vi quando uma lágrima caiu dos olhos dela
Vitor: Não chora -- pedi secando suas lágrimas -- Eu sei que eu fui um idiota e não tem importa quanto tempo passe, eu nunca vou conseguir esquecer você e no fundo você também não e sabe disso eu só queria muito que acreditasse em mim mais uma vez -- acariciei seu rosto
Luna: Eu queria poder acreditar em você, acreditar em tudo que você fala mas eu não consigo, eu não consigo te ver mais com olhos de quem merece estar comigo -- ela ainda chorava -- Estou tão cansada disso, não suporto mais essa situação de nós dois, não aguento mais essa guerra que se instalou entre nós -- ele me olhou -- Nós éramos tão amigos e companheiros um do outro, como deixamos isso acontecer? -- ele perguntou e eu permaneci calado

Em uma atitude rápida e involuntária Luna passou seus braços em minha volta e me apertou contra ela, eu a envolvi e a apertando contra mim enquanto beijava o todo da sua cabeça ainda sem saber o que dizer.

Vitor: Eu também to cansado de tudo isso -- disse ainda abraçado a ela -- Volta comigo dessa vez eu juro pela Manu que tudo vai ser diferente, vamos ser uma família --  falei enquanto cheirava o seu cabelo

Luna se manter calada e eu esperando por qualquer atitude suspeita sobre uma resposta mas no fundo eu sabia que ela estava pensando sobre toda nossa conversa, desfiz nosso abraço e a olhei, agora com o rosto já seco das lágrimas e os olhos vermelhos ela me lançou um sorriso acolhedor e não disse nada, segurei sua nuca, e a olhei nos olhos aos poucos eu me aproximei e desespero, ansiedade e até mesmo medo tomou conta de mim e eu a beijei com vontade. A saudade que eu sentia daquilo era tão grande que não conseguia controlar meus pensamentos e muito menos minhas mãos, o nosso beijo era repleto de saudade, carinho e malícia, eu não conseguia mais ter domínio sobre mim e meus atos, e nesse momento eu a desejava mais que tudo, fui subindo sua blusa e caminhando com minhas mãos pelas suas costas, mas antes de fazer qualquer outro movimento fui interrompido pela nossa separação

Luna: Desculpa, eu não posso fazer isso -- ela falou olhando para mim -- Eu tenho um noivo e eu gosto dele isso é desonesto -- Suas bochechas estavam coradas
Vitor: Você respondeu minha primeira pergunta -- eu sorri de canto e voltei a me aproximar dela -- Mas ainda não respondeu a segunda -- disse colocando o cabelo dela atrás da orelha
Luna: Vitor, eu.. -- ela foi interrompida pela barulho da porta -- Porra -- ela suspirou no mesmo instante que me empurrou da varanda no gramado
Túlio: O que você está fazendo aqui fora? -- pela sua voz ele havia acabado de acordar
Luna: Eu vim ver as estrelas -- "Péssima desculpa Luna" Pensei comigo, afinal que homem aceitaria uma desculpa dessa?
Túlio: Já está tarde vamos entrar -- "Esse tipo de homem é claro" Pensei mais uma vez
Luna: Eu já vou amor -- ela disse e eu ouvi a porta batendo -- Tá vendo o que você me faz fazer? -- perguntou olhando pro gramado -- Agora levanta daí e vai embora -- mandou e eu ri vendo ela se afastar e entrar em casa

Levantei do gramado e senti minhas costas doer pelo empurrão e a batida na grade da varanda, entrei no carro e dirigi até em casa com o pensamento nela. Será que esse encontro significou tanto para ela como significou pra mim?

Sol de LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora