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Dois meses se passaram e depois de brigas e reconciliações eu e Vitor começamos a nos entender e entrar em acordos sobre os dois bebês que estavam dentro de mim, a Manu a dois dias atrás me chamou de mãe e apesar do meu estado emocional estar completamente abalado eu prendi o choro de emoção e fiquei uma hora chorando no colo do Vitor quando ele chegou de mais um fia cansativo e estressante de trabalho, eu sei que provavelmente eu não estava sendo a melhor namorada e mãe do mundo mas eu dava o meu melhor sempre, apesar da minha rejeição inicial da gravidez e da rejeição do Vitor pelo ensaio fotográfico e da entrevista  no fim nós dois cedemos em condições de não ter mais fotógrafos na porta de casa e na porta do hospital.

Acordamos cedo e deixamos a Manu na escola e então fomos direto para o estúdio da revista, e então nós sentamos e as piores perguntas começaram a ser feitas.

Tinker: Vocês dois já tiveram um relacionamento antes não é?
Vitor e Luna: Sim -- respondemos juntos
Tinker: Durou quanto tempo? -- ela nos encarou
Luna: Uns dois anos por ai -- eu sorri e Vitor segurou minha mão
Tinker: Você tem uma filha de 5 anos?  -- ela perguntou ao Vitor
Vitor: Sim -- ele sorriu
Tinker: E a mãe onde está -- ela o encarou
Vitor: Ela foi embora depois de perder um filho que ela esperava-- ele respondeu desconfortável
Tinker: Você adora fazer filhos não é? -- ela riu e Vitor se manteve sério -- Vocês então estavam juntos quando ela foi embora?
Luna: Não -- respondi e Vitor me encarou -- Nós não nos falávamos e eu estava noiva
Tinker: E o Vitor foi o motivo do fim do noivado ? -- ela apertou os olhos
Luna: Não, o final do meu noivado é particular mas te adianto que não tem o que procurar ou investigar -- semicerrei meus olhos
Tinker: Quando ele descobriu a paternidade  -- ela olhou para o Vitor -- Vocês estavam juntos? -- Eu apenas assenti -- Então estamos falando de uma possível traição? -- ela nos encarou surpresa
Vitor: Não -- ele quase gritou -- Você sempre faz isso? -- Nós estávamos separados e foi um caso de uma noite apenas -- ele soltou minha mão e apoiou os cotovelos na perna e então todo clima ficou tenso
Tinker: Bom, viemod falar do bebê -- ela sorriu tantando diminuir a tensão daquela sala

Depois da trágica entrevista fizemos nosso ensaio fotográfico e fomos embora, Vitor me deixou em casa e sem se despedir direito foi para o hospital, era nítido que o Vitor estava puto por conta da entrevista mas eu não tinha culpa e não iria levar essa culpa pra acabar com essa birra de crinça dele. Passei o resto do dia arrumando a casa e fui buscar a Manu na escola.

Luna: O que você acha que comet pizza no jantar?  -- eu olhei pra ela que sorria de orelha a orelha
Manu: Eu vou gostar -- ela me entregou a mochila e eu destranquei o carro
Luna: Vamos na vovó antes? -- perguntei já sabendo que mesmo que a resposta fosse não nós iríamos mesmo assim
Manu: Eu quero pizza -- ela gritou
Luna: E eu preciso falar com a tia Mel -- gritei em tom de brincadeira e ela riu
Manu: Só um pouquinho -- ela completou e eu dei partida no carro

Chegamos no pé do morro e eu estacionei o carro por lá mesmo, peguei a Manu e meu celular e fomos subindo a pé enquanto ela me contava sobre seu dia na escola, chegamos na frente da casa da Mel e escutei uma voz feminina bem familiar atrás de mim gritando o nome da Manu e quando viramos a criança ao meu lado sorria igual boba e eu não podia deixar a Carine magoar mais uma vez a Manu

Luna: Manu entra -- eu não olhei para ela e mantive meus olhos firmes em Carine
Carine: Manuela fica eu sou sua mãe -- ela se aproximou e a Manu se afastou um pouco
Luna: Deixa ela em paz Carine -- segurei a mão dela e me virei
Carine: Quem você pensa que é? Ela é minha filha -- ela gritou conseguindo chamara atenção de quem estava ali
Luna:  Deveria ter pensado nisso antes de abandonar ela -- tentei me manter calma e abri a porta pra Manu entrar -- Vê se cresce, olha o escândalo que você está fazendo na frente da SUA filha porque ainda não superou o fato de não estar com o Vitor -- deu ênfase no "sua filha" -- Ele não é um troféu Carine e mesmo que fosse eu não iria disputar com você por ele -- respirei fundo -- E a Manu não é o prêmio de consolação e nem um brinquedo que você vê quando quer -- ela permaneceu calada e eu me virei pra entrar e notei a Mel já na porta
Carine: Você conseguiu o que você queria né? -- ela perguntou atrás de mim -- Agora você está lá com ele e com esse filho na barriga -- ela se aproximou -- Era pra ser eu no deu lugar -- ela gritava com a voz embargada -- Ele tirou meu filho por sua culpa -- ela prendia o choro
Luna: Eu não fiz nada pra isso acontecer, eu segui as regras, eu me mantive afastada do seu marido pra segurança de vocês e da filha de vocês -- eu gritei -- E você sabia muito bem quem ele era quando aceitou aquele trato, o que você ganhou com isso? Nada, a sua filha me chama de mãe, você perdeu um bebê e um casamento -- eu abaixei a voz para que a Manu não pudesse me escutar -- Você é digna de pena e não de inveja, você acha mesmo que eu vou ter inveja de você que a cada dia se esfrega com um bandidinho de merda pra te darem dinheiro? Inveja de uma pessoa que só quer ser conhecida e bancada? -- ela arregalou os olhos -- E não,  eu não consegui tudo que eu queria, você ainda não me deixou em paz -- falei com o intuito de colocar um fim
Carine: E quando você conheceu ele? Um bandido e mesmo assim você ficou e agora quer me julgar -- ela falou com deboche e então o Bernardo chegou atrás dela
Bernardo: Sai daqui Carine -- ele disse e ela se assustou -- Mete o pé que o assunto acabou -- ele passou por ela -- E vocês duas -- ele olhou pra mim e pra Mel -- Pra dentro -- disse ríspido e frio e passou por nós entrando

Sol de LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora