1 • Perfeição

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Abro a porta da minha casa e entro na sala, atirando as chaves para cima do armário encostado à parede.

Vejo a minha mãe sentada no sofá com o computador aberto em cima das pernas ao mesmo tempo que escreve algo nuns papéis pousados em cima da mesa. Para não a desconcentrar no trabalho, apenas lhe aceno com o braço e dirijo-me para o meu quarto sem fazer barulho.

Deito-me na minha cama e fico algum tempo a olhar para o teto. Estou bastante cansada, não só por hoje ter passado o dia inteiro na piscina da minha melhor amiga Rita, mas também por ainda não estar completamente ambientada ao conjunto de mudanças que de repente surgiram na minha vida. Tudo está tão perfeito que até me parece estranho. Bem, não está completamente perfeito, mas está quase lá. Até porque perfeição é apenas algo idealizado que não existe na realidade.

Finalmente acabei o 11° ano e consegui fazer os exames com bastante facilidade. Tive uma ótima nota, mas a verdade é que me esforcei bastante para isso. Mas, o melhor de tudo, é que eu, Bianca Liberado, tenho um namorado. É difícil de acreditar que alguém se tenha apaixonado por mim, mas é verdade. Infelizmente já não o vejo desde o dia em que nos beijámos pela primeira vez, porque entretanto as aulas acabaram e no dia seguinte ele foi logo para a França passar férias. Desde esse dia temos falado por mensagens, mas não é a mesma coisa. Esta distância tem sido uma tortura para mim. Só espero que ele volte depressa. Eu preciso dele ao meu lado, preciso de sentir o seu cheiro e a textura dos seus lábios. Estou a morrer de saudades, acho que nunca estivémos tanto tempo longe um do outro.

✳ ✳ ✳

Acordei sobressaltada com a minha mãe a chamar-me. Depois de muitos resmungos, saí da cama e fui até à cozinha.

Enchi uma taça com cereais de chocolate e fui sentar-me, pousando os cotovelos na mesa e segurando a cara com as mãos. Olhei para a minha mãe a lavar a louça e suspirei.

Eu - Qual é a necessidade de me acordares tão cedo? Estou de férias!

Nos últimos dias a minha habitual boa disposição matinal desapareceu completamente.

Mãe - Isso não é desculpa. Se te deitasses mais cedo já não te custava tanto a acordar. (Revirei os olhos) Mas adiante, tens uma pessoa à tua espera na sala, por isso despacha-te.

Eu - Quem?

Mãe - Vai lá e vê.

Eu (levantando as mãos) - Ui, tanto mistério!
Olho para a minha mãe que se ri e me aponta a porta.

Provavelmente a "pessoa mistério" é a Rita, ela disse-me que um dia destes vinha a minha casa para irmos dar uma volta de bicicleta juntas. Talvez hoje seja o dia, apesar de não me estar a apetecer sair de casa.

Dirijo-me até à sala com passos lentos, já pronta para receber um abraço e vários beijos, que fazem parte da habitual (e exagerada) receção da Rita.

Abro a porta e vejo que a sala está vazia, mas a janela está aberta indicando que alguém está na varanda.

No momento em que eu ia afastar a cortina para passar, a "pessoa mistério" faz isso por mim e entra na sala, ficando a meros centímetros de mim.

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Olá! Aqui está o 1° capítulo! Confesso que não estou muito confiante em relação ao que escrevi nesta segunda temporada, mas espero que gostem. ❤

Borboleta Lutadora (✔)Onde histórias criam vida. Descubra agora