Eu deixava a água rolar pelo meu corpo, enquanto pensava na noite em que tivera com David, ou melhor com o Coringa. Como é que eu pude me deixar ser abalada sexualmente por um psicopata? Eu ia fazendo uma trilha com o sabonete por todo o meu corpo, lembrando de cada toque do palhaço. Aquelas mãos grandes e quentes, que exploravam cada canto do meu corpo. Eu não quero pensar nisso, mas não é uma coisa que eu escolho. Eu fiquei a noite inteira, tentando me convencer que era só carência, que era pelo fato de que David não me dava atenção. Mas a verdade é que eu nunca me importei com a atenção de David. Nunca me importei com os seus toques, nunca me importei com a nossas noites de sexo. Mas ontem, pela primeira vez eu me senti mulher, me senti olhada como uma mulher, me senti desejada como uma mulher, me senti tocada como uma mulher. Eu sei que isso não é normal, ele era o megalomaníaco mais perigoso de Gotham, e que a qualquer momento podia me matar com uma só mão. E eu só era uma psiquiatra recém formada, uma mulher sem voz e sem escolhas, que esta sendo enforcada pela própria família.
- Isso só pode ser um pesadelo. Digo para mim mesma passando a mão pelos cabelo encharcados. Depois de quase uma hora no banho eu resolvo desligar o chuveiro e encarar a minha realidade. - Srt. Harleen? Diz Deisy entrando em meu quarto. - A sr. Betty está lá em baixo a sua espera. - Ah, diz pra ela que eu já estou indo. Digo e Deisy, sai do meu quarto, com a habitual cara de sonsa. Ela deve estar aqui pra falar do casamento. Isso realmente é um pesadelo! Então desso usando um pijama duas vezes maior que o meu corpo, acompanhado por chinelos de dedo, oque deixaria a minha mãe com raiva, pois ela odiava ''desmazelo''.
- Até que enfim, eu já estava cansada de esperar. -Mas o que significa isso?-Faltam duas semanas para o seu casamento, e você esta ai, na maior tranquilidade, andando feito uma mendiga, a tempo de seu noivo ver você usando esses chinelos patéticos. Imagina se um dos vários amigos magnitas de seu noivo a vesse assim? -Não, ou pior, imagina as mulheres dos magnatas á verem assim?- Vão dizer que eu não lhe dei educação, é que você não tem pedigree, é que não serve a um homem feito David Collins.
- Bom dia pra você também mãe. Digo soando ironia. De uns tempos pra cá, chama-la de mãe, é uma tortura. Soa como uma mentira, soa como uma piada. - Enfim, esse é René Nicolette, um dos maiores estilistas franceses do século. Ela diz apontando a um cara alto magrelo, que usava uma saia que ficava a cima dos joelhos, o que me fez estranhar. Estranhar não pelo fato dele provavelmente ser homossexual, mas sim, pelo fato da minha querida mãe ter contratado, ''uma bichinha'', como ela mesmo dizia, para ser o estilista do meu vestido de casamento.
- Bom dia. Ele diz educadamente. - René trouxe os supostos vestidos pra gente escolher. - Pra gente escolher? - Sim pra gente escolher, tem algum problema? - Não é que eu achei que eu fosse a noiva aqui. Digo á provocando, fazendo ela soltar fogo pelos olhos. Ela odiava quando eu a provocava. - Então, aqui está o portfólio. O estilista diz colocando uma pasta encima da mesa de jantar. Eu me sento e faço menção de pega-lo, mas a minha mãe, o pega primeiro.
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Fifty shades of Joker (Em Pausa)
FanfictionUma ginasta recém formada em psiquiatria, de casamento marcado com uns dos homens mais ricos da cidade, David Collins. A Dr. Harleen Quinzel, jovem e bonita era conhecida por todos por ser uma mulher muito sortuda. Tinha 25 anos, era independente e...