Falso Palhaço gentil

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A água do chuveiro descia pelo meu corpo manchado de sangue, ate o ralo. O sangue da prostituta que eu matara nessa madrugada, iria ficar impregnado na minha alma, pois estava me sentindo culpada por não sentir remorso. 

No momento em que eu acordei, eu havia me assustado com o corpo dela, pelo susto, pois eu não me lembrava de nada. Mais depois de ver aquelas fotos e de durante todo o caminho eu lembrar diversas vezes de absolutamente tudo que acontecera naquela noite, eu não conseguia sentir um pingo de arrependimento, nem culpa, eu estava perdendo a minha capacidade de sentir empatia, estava perdendo a noção, completamente. 

Desligo o chuveiro, saindo do box e indo em direção a minha toalha, pegando a mesma. E mais uma vez as cenas da noite passada invadem os meus pensamentos. A mulher morena cavalgando em cima dele, dando prazer pro Mr.J, assim como minutos atrás eu dera. A faca dourada brilhante, se insinuando pra mim, ela parecia dizer faça, mais não era a faca que dizia, e eu sabia disso, eram os zumbidos na minha cabeça sussurrando dentro de mim. O metal deliciosamente gelado em minha mão. E principalmente o olhar dele, ao ver o que eu estava prestes a fazer, era impressionante como o olhar dele naquele momento conseguia me dizer, ''FAÇA!!!'' em alto e bom som. Seu sorriso metalizado se abrindo ainda mais. E finalmente a faca, afiada e brilhante, passando de forma gloriosa no pescoço da prostituta. O sangue escorrendo o cheiro...

''TOC TOC TOC ''

- Harley!!! Porque você estava sorrindo, assim ainda por cima??? Visk diz parado na porta, ele entrara e eu nem percebi. 

- O que??? Eu não estava sorrindo! Digo me secando e enrolando a toalha no meu corpo. 

- Estava sim!!! Olhando pro nada, e sorrindo como... ele. Visk diz e eu o encaro um pouco temerosa ao ouvir o que ele fala. Isso não pode ser possivel. 

- Sabe, que depois de ver aquelas fotos e agora ver esse seu sorriso, eu sei o porque dele ter te trago pra cá. Você é igual a ele, só não sabe disso ainda, e ele tá querendo te mostrar o caminho. Visk diz, fazendo eu ficar paralisada, pensando em suas palavras.  

- Pare de falar besteiras Visk!!! Você sabe muito que eu fui sequestrada, humilhada, eu apanhei e fui eletrocutada por ele. E por isso que eu ando fazendo o que estou fazendo. 

- Voce sabe muito bem que não é bem assim Harleen. Ele não iria te trazer pra cá só pra transar com voce, se ele quisesse só isso, já teria te matado a muito tempo. Ele viu alguma coisa em voce, alguma coisa que só ele sabe o que é. E que a cada dia que passa, vai ficando mais visível. 

- Ai Visk, para de falar essas coisas, de louco já basta ele. Minha cabeça tá rodando e voce tá falando de mais! Digo tentando cortar o assunto, saindo do banheiro e colocando um vestidinho folgado. Por incrível que parecesse já estava a noite, durante o caminho eu acabara dormindo sentada no banco de traz do carro, e guando acordei já estava de noite, e eu me encontrava na minha cama, ainda com  a mesma roupa e toda suja. 

- Eu ainda estou cansada, parece que um elefante passou em cima de mim. 

- Um elefante chamado Coringa. Visk diz se sentando na cama. E eu me lembro da noite passada, mais uma vez, mais ao invés de lembrar da morena, eu me lembro dele. Me lembro de nós dois, naquela cama. 

- Aonde ele estar? Digo sem nem perceber que falei em voz alta. 

- Está no quarto dele. Sabia que é engraçado, você que se diz ser vítima dele, e que ele te sequestrou, ficar perguntando sobre o chefe, como se tivesse preocupada, ou sentindo falta dele. 

- Eu não estou sentindo falta dele, e muito menos preocupada com aquele crápula. Eu só..... perguntei por perguntar. Digo tentando enganar a mim mesma. 

Fifty shades of Joker (Em Pausa) Onde histórias criam vida. Descubra agora