Escuro de novo

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- Acorda!!! Escuto uma voz grave e sinto a água gelada, molhando todo o meu corpo, me despertando. 

O céu é sua vizinhança

Então, faça menos barulho

O coração é um livro de histórias

Uma estrela apagada

O céu é sua vizinhança

Fique quieto

As luzes estão se acendendo

Não olhe agora

- Água e comida pra doutora gostosinha. O homem de estatura média diz deixando uma bandeja com pão dormido e água. Eu não sabia ao certo quanto tempo eu estava ali, mais já fazia mais de 2 semanas. Todos os dias era a mesma coisa, uma vez no dia, um homem com mascara de palhaço, me acorda com um balde de água fria, e vem me trazer uma bandeja com um pão dormido e um copo de água. 

Minha cabeça ainda doía, e as vezes eu começava a ouvir altos zumbidos querendo me dizer algo, mais era inaudíveis. 

Meu corpo começa a tremer por conta do frio, enquanto eu comia o pão dormido. Eu estava exausta e fraca. Meu vestido de noiva estava molhado e encardido. Eu estava imunda. E constantemente eu tinha que ouvir coisas nojentas do capanga que vinha me trazer comida. 

O céu é sua vizinhança

O céu é sua vizinhança

Não olhe agora

A cela ficava dentro de um grande espaço escuro. Não dava pra ver nada além dela. A única fonte de luz do lugar, vinha do teto de vidro que ficava em cima da cela. Também havia um lençol pra eu dormir, mais que ficava todo o tempo molhado. 

Desde o dia que acordara naquela maca de eletrochoque, eu não o vira. Nem mesmo escutara sua voz. Mais ele via tudo que acontecia, havia câmeras por todo comodo. Ele gostava de me ver como uma rata. 

Ah, minha cara, o céu está fazendo muito barulho agora

Precisamos dormir de alguma forma

Batendo no teto, batendo no teto

Faça menos barulho

Eu ficava o tempo todo deitada, tentando de alguma forma me aquecer do frio, e guando eu finalmente conseguia me secar e dormir, sempre vinha a água fria, me acordar pra realidade. A cada vez que eu ouvia a porta se abrir, eu tinha a esperança que fossem me matar. E eu queria que isso acontecesse. Estavam me torturando psicologicamente, e eu não aguentava mais. 


  Já deveria ser umas 5 horas da tarde, eu via o sol se pondo pelo teto de vidro,  me lembrando daquela maldita noite com o palhaço. Guando novamente eu escuto a porta se abrir. Era John, o capanga de Coringa que me trazia água e comida, e um homem alto e forte mau encarado. O que me fez estranhar, ele costumava vir somente na parte da manhã, e sempre vinha somente um. 

- O que voces querem? Digo me sentando no chão. 

- Nossa! Bem que voce disse, ela e bem gostosinha e muito linda. O homem alto diz ignorando minha pergunta.

- Sim, o chefe não é bobo em nada, conseguiu fugir do Arkham e de sobra pegou a doutorzinha de brinde. Ele tá malucão por ela. 

- Ah mais com um brinde desses até eu ficava maluco. Hahahahah... Os homens falavam enquanto me olhavam de cima a baixo. Ele diziam como se eu nem estivesse ouvindo. 

Fifty shades of Joker (Em Pausa) Onde histórias criam vida. Descubra agora