A redenção?

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Algumas vezes, em momentos difíceis na minha vida, eu imaginei a morte. Em como ela seria, se seria dolorosa ou tranquila. Se seria linda e fria, ou quente e obscura. Na real, eu sempre me senti morta, até o próprio agente da morte aparecer na minha vida, com seus cabelos verdes, e seu sorriso exagerado e sombrio. O brilho de seus olhos azuis, dançavam como chamas assassinas guando me encaravam. 

Toda aquela adrenalina que que ele me fazia sentir, era o medo. O medo me fazia sentir viva. E fazia um bom tempo que eu não imaginava a morte, eu tive medo dela guando eu o conheci. Eu não queria morrer, porque me sentia viva. Mesmo com tudo o que ele me fez passar, toda a humilhação, as dores, a fome o frio, eu estranhamente o odiava, mais não sabia negar guando ele me procurava, guando me tocava, guando me fazia se entregar em poucos segundos. Eu negava pra mim mesma, mais eu o queria, e odiava tal fato. 

Eu vi o meu fim, eu vi a morte, sentia sua palidez e consegui ver, tudo o que eu não esperava ver... luz. 

Eu nadava em sua direção sem pressa, relaxada como se estivesse ouvindo uma canção dos Doors. Eu estava chegando perto, eu sentia paz. Fecho meus olhos, saboreando todas aquelas sensações, mais uma voz sombria me causou um arrepio, e meu corpo começou a ser puxado para trás, e um desespero toma conta de mim, olho para trás e vejo a escuridão.

E junto com a escuridão eu conseguia ouvir risadas. Mr.J estaria no meu purgatório? Ele deveria ser íntimo do diabo, e deve ter conseguido entrada para assistir a minha assenção. Poderia ser loucura isso, mais em relação ao Coringa eu não duvido de nada. Ou poderia ser o próprio diabo, rindo da minha inocência de acreditar que iria ir pro céu, depois de todos os meus pecados. Minha pele e minha alma já não eram imaculados, eu era manchada de sangue. Eu sentia um peso em meu peito e os zumbidos na minha cabeça voltavam ansiosos por algo.

Eu já conseguia sentir o meu corpo se esquentar, e com os olhos fechados, já imaginava o ser das trevas, com sua pele vermelha e seus chifres na cabeça e esperava o cheiro de enxofre invadir o meu nariz, mais estranhamente eu sentia cheiro de sangue. Sinto um liquido sair de uma vez da minha boca e meu ar voltando para os meu pulmões que aclamavam pelo mesmo, fazendo minha respiração ficar acelerada e falha tentando puxar desesperadamente o máximo de ar que conseguisse. 

E não entendendo o que estava acontecendo, abro os meus olhos, e o demônio que me recebe não tinha a pele vermelha e nem chifres na cabeça. Muito pelo contrario, ele era assustador e lindo, com seus cabelos verdes e um sorriso macabro. 

- Mr.J? Você tá no inferno??? Digo com dificuldade o encarando, enquanto ele me segurava em seus braços.

- Sim meu docinho, estamos no inferno, no nosso inferno chamado Gotham City! 

- Como assim? Pergunto ainda tonta e desnorteada, sem entender nada. 

- Quem deixou você morrer? Você achou que seria facil assim minha abobora? Você não esta morta, e não vai morrer, a menos que eu queira que você morra Harley! Ele diz apertando minha bochecha e me colocando sentada. Meus sentidos iam se recuperando e vi que o que ele falava era verdade, eu estava na beira da piscina da casa de David.  Meu corpo estava molhado assim como o corpo do Mr.J, ele havia.... me salvado? Ele se levanta e começa a arrastar o corpo desacordado de David pelos braços, para dentro da casa. 

- Não saia daí docinho. Ele sumindo pela porta. 

Começo a tossir colocando um pouco mais de água pra fora. Eu não estava acreditando, ele havia me salvado? Pensar nessa possibilidade fez meu coração disparar. 

Um sangue escorria do lado de meu corpo, mais eu não sentia nada, me viro para o lado e vejo a cabeça decapitada do amigo do David, e o corpo dele estava logo ao lado. Os olhos do homem estavam escancarados me encarando com um olhar de pavor. E por mais nojenta, assustadora e macabra era a cena, eu não senti nada, nem horror nem pena, e nem piedade. E depois de mais alguns segundo o encarando, eu me levanto, ainda um pouco desnorteada e tossindo um pouco engasgada. A casa estava uma verdadeira bagunça, por causa da festa que a quase 1 hora atras, acontecia no recinto. Tiro meus sapatos de salto e vou em direção a mesa de bebidas, pegando uma garrafa de Wiskey, a levando direto na boca. O rádio ainda estava ligado. 

Fifty shades of Joker (Em Pausa) Onde histórias criam vida. Descubra agora