Capítulo 8.

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— Você está caminhando rápido demais — disse-lhe sem fôlego, e ele parou tão de repente que ela colidiu violentamente nele. Ela estava de pé, o corpo colado no dele. Ele estava com uma mão no braço dela enquanto a outra pressionava as costas dela, Ela podia sentir o per¬fume da colônia dele, misturada com cheiro de homem. Quantas horas ela perdera nas lojas de departamento depois de ter sentido aquele cheiro pela primeira vez? Ela cheirava, testava e procurava, esperando poder reconhe¬cer e descobrir exatamente o que ele usava e, então, compraria alguns e colocaria um pouco em seus traves¬seiros, ou ela mesma usaria se fosse necessário — qual¬quer coisa só para poder sentir-se mais perto dele. Mas nunca descobrira.
Corpo a corpo com Marcus. Se ao menos, por algum milagre, ele agora a puxasse para mais perto e abaixasse a cabeça para beijar sua boca — se ao menos, se ao me-nos...
— Marcus, meu querido — tão bom você ter vindo. E Lucy...
Lucy podia sentir seu rosto queimando enquanto Marcus afastava-se dela, mas continuava a segurar seu braço.
— Uma ocasião encantadora, Alice. Obrigado por ter me convidado.
— Meu querido, como não convidaria? Afinal de contas, sua família toma conta das finanças da nossa fa¬mília desde antes da Guerra Peninsular. É claro que de¬veria haver comida, mas sinto dizer que Lucy me desa¬pontou neste aspecto.
— Que... Ai! — protestou quando Marcus pisou nos pés dela, depois a arrastou até a rua, como se ela fosse uma prisioneira sob guarda armada, decidiu Lucy indig-nada.
— Você não está vendo que está em cima dos meus pés? — ela fez objeção.
— Melhor meu pé nos seus dedos do que seu pé na sua própria boca, você não acha? — sugeriu Marcus.
Lucy levou vários segundos para se dar conta do que ele estava dizendo, mas assim que se deu conta, olhou furiosa para Marcus e disse-lhe:
— Foi a própria tia Alice que decidiu que não iria ter comida. Não teve nada a ver comigo.
— Às vezes, você me surpreende, sabe, Lucy — Marcus disse-lhe severamente. — Nunca lhe disseram que um pouco de tato é muito útil para a reputação e ma-nutenção de um negócio?
— Muito fácil falar! Você nunca se preocupou em usar tato quando fala comigo, não?
— Algumas situações pedem medidas mais rígidas — respondeu Marcus severamente.
— Se você está se referindo ao meu casamento — co¬meçou Lucy furiosamente, e depois parou.
Não achava seguro discutir com Marcus sobre seu casamento. A última coisa que queria era tê-lo investi¬gando todos os motivos de seu relacionamento com Nick. Não havia sentido em entrar em uma discussão que já sabia que não iria ganhar.
— Você pode me largar agora, Marcus — sibilou Lucy valentemente quando vários segundos depois ele ainda a segurava. Mas Marcus ignorou-a, segurando seu braço com firmeza enquanto chamava um táxi e depois abria a porta para ela, quase a empurrando para dentro. Lucy moveu-se para o mais longe dele possível quando ele sentou-se ao seu lado.
— Vai para onde? — perguntou o motorista do táxi.
— Praça Wendover. Numero vinte e um.
— Rua Arncott.
Os dois falaram juntos.
— Decidam-se — reclamou o taxista.
— Praça Wendover — repetiu Marcus antes que Lucy pudesse falar.
— Seria mais fácil se ele me deixasse primeiro, Mar¬cus.
— Quero falar com você — Marcus disse-lhe fria¬mente.
— Então, fale — disse ela despreocupadamente.
— Em particular — Marcus informou-lhe.
O motorista estava virando na Praça Wendover onde havia casas elegantes com vista para uma das praças particulares mais atraentes de Londres.
A casa de Marcus — a mesma casa em que o avô e o bisavô dele haviam morado. Na verdade, todos os seus antepassados até o Carring, que fundara o banco na épo¬ca da Guerra Peninsular. A casa tinha quatro andares e duas frentes, com um jardim de fundos. Era uma verda¬deira casa de família, e Lucy pôde perceber a admiração do taxista quando saltou do táxi e destrancou a porta para eles.
— Eu realmente espero que o que você tem a me di¬zer não vá demorar demais, Marcus. — Lucy estava ten¬tando soai o mais profissional possível, uma tarefa difí¬cil quando, de repente, por nenhuma razão discernível, parecia estar enrolando a língua e, além disso, o movi¬mento do táxi a deixara um tanto tonta.
— Sem a Sra. Crabtree? — ela conseguiu articular, quando Marcus abriu a porta, e não houve sinal de sua governanta.
— Ela saiu para ficar com a filha, para ajudar a cuidar do novo bebê.
— Oh! — exclamou Lucy surpresa quando tropeçou no corredor.
— Eu disse que você tinha bebido demais — disse Marcus severamente. — E, certamente, não está em condições de ir a lugar algum sozinha.

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