Capítulo 35.

1.2K 121 0
                                    

Ela interrompeu furiosamente o pensamento que não queria aceitar.
— Mas por que fariam uma coisa dessa? — pergun¬tava Lucy dando-lhe algo de lógico em que ele pudesse se focar.
— É provavelmente uma brincadeira — disse-lhe Marcus tentando recusar-se a analisar o que estava acontecendo dentro de sua cabeça. Não, não na sua ca¬beça, mas no seu coração — aquela parte dele que dis¬sera a si mesmo que só funcionaria fisicamente, nunca emocionalmente.
— Uma brincadeira?
— Sim, sempre acontece. — Ele sacudiu os ombros. — Afinal de contas, nós dois pudemos ver que é uma brincadeira estúpida e de muito mau gosto, e na pior das hipóteses uma tentativa mal-intencionada de acabar com nosso relacionamento.
— Mas quem faria uma coisa dessa? — perguntou Lucy, franzindo a testa.
— Quem vai saber? A melhor coisa que podemos fa¬zer agora é ignorar e esquecer — repetiu Marcus. Mas sabia que não estava sendo sincero com ela.
Exatamente naquela manhã, ele escutara que a mu¬lher pela qual Nick Blayne deixara Lucy acabara com o relacionamento e que ele agora estava sem um tostão.
Não havia bilhete no pacote, mas Marcus suspeitava que o vídeo e as fotografias eram o início de uma tenta¬tiva desastrosa de chantageá-lo para pagar pela cópia originai. Mas Marcus não queria perturbar Lucy.
Ou por que estava preocupado que se ela soubesse que Blayne estava livre novamente, ela poderia ficar tentada a voltar para ele?
— Marcus?
Lágrimas escorriam pelo rosto de Lucy. Seus pensa¬mentos eram uma mistura de confusão e medo, acresci¬do do alívio por Marcus ter reagido.
— Está tudo bem, Lucy. Está tudo bem — disse-lhe Marcos.
— Não estou chorando porque estou aflita — Lucy conseguiu dizer. — Só estou chorando porque estou tão feliz por você não ter pensado que era eu. — Oh... mas, Marcus, se você não soubesse da minha pinta...
— Lucy, olha para mim.
— Meu rímel escorreu e meu nariz está vermelho — ela fez objeção, fungando.
— Verdade — concordou Marcus, mas sua expres¬são era a mais calorosa que podia lembrar-se de ter vis¬to. — Mas ainda consigo te reconhecer, Lucy. E mesmo que você não tivesse sua pinta, ainda assim reconhece¬ria o corpo naquelas fotografias e, naquela situação, nunca pertenceria a você.
— Como você saberia?
— Porque eu sei — respondeu Marcus honestamente. E era verdade. Realmente sabia que Lucy nunca seria a garota das fotos.
E agora estava começando a saber sobre algo mais.
Mas ele ainda não estava pronto para ceder. Seu de¬sejo em se casar com Lucy veio da lógica e não do amor. Veio agora? Ou viera originalmente?
Lucy lançou-lhe um pequeno e trêmulo sorriso.
— Então, você ainda quer se casar comigo?
Marcus arqueou uma sobrancelha.
— É claro. Precisaria ser um homem mais corajoso para desapontar uma mãe que planejou um casamento para quinhentas pessoas.
— Eu disse a ela que queríamos uni casamento dis¬creto.
— Quinhentas, cinco mil ou cinco, francamente, mi¬nha querida, tudo o que importa é você estar lá, Lucy,
— Porque você já tem quase trinta e cinco anos e pre¬cisa de um herdeiro? — Ela segurou a respiração, dese¬jando que por algum milagre ele negasse seu comentá¬rio e falasse que a amava.
— É claro — concordou ele imediatamente.
Sua tola esperança foi embora, deixando-a faminta por conforto e preenchida pela dor.
— Vou levá-la para casa de seus pais agora — disse ele.
— Marcus! — protestou Lucy.
— Estou falando sério, Lucy. Você não pode ficar aqui esta noite. Nós dois sabemos disto.
E ele sabia que se a tocasse não conseguiria deixá-la partir, Marcus forçou-se a admitir.


NO CALOR DA SEDUÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora