Capítulo 23.

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Chegaram em Palma cinco minutos mais cedo.
— Achei que fôssemos até à casa de Beatrice para fa¬lar sobre a festa — comentou Lucy.
— Beatrice sugeriu que nos encontrássemos para almoçar — respondeu Marcus. — O restaurante é logo ali.
Sabendo o quanto elegantemente a irmã de Marcus se vestia, Lucy decidira vestir algo um pouco mais for¬mal e agora que vira onde iriam almoçar, ficara feliz com o fato.
— Obviamente Beatrice ainda não chegou, mas vamos direto para nossa mesa e esperá-la lá — a não ser que você queira beber alguma coisa no bar primeiro? — sugeriu Marcus.
— Não, vamos direto para mesa — disse-lhe Lucy. Não queria que ele pensasse que não conseguia passar o dia sem uma bebida alcoólica, especialmente quando não era verdade. Café, agora, bem, era diferente.
Esperaram por cinco minutos quando a porta do res¬taurante abriu e a irmã de Marcus entrou apressada. Alta de cabelos escuros, como Marcus, vestia calças de linho pretas e uma blusa de algodão bege, cabelo puxado para trás e enormes óculos escuros na cabeça.
— Marcus! — exclamou e correu para beijá-lo. — Desculpem o atraso. E Lucy — como você é gentil de| perder seu tempo desta forma.
— Ainda não pedimos nada, Bea. Você quer alguma; coisa para beber? — perguntou Marcus enquanto o gar¬çom puxava a cadeira para ela.
— Oh, sim, um spritzer, por favor. Estou dirigindo. Foi por isso que me atrasei. Não achava vaga para esta¬cionar. Como está o tempo lá? Outro dia, quando falei com mamãe, ela disse que estava chovendo. Vou ter de ficar aqui até as férias, e o maldito bombeiro disse que não conseguiu os azulejos que pedimos, o que significa que quando Boffy e Izzy vierem para as férias, teremos apenas um banheiro.
— Eu definitivamente recomendo a comida daqui, Lucy — disse-lhe Beatrice. — Especialmente o peixe.
Os menus chegaram e, enquanto Marcus e Beatrice conversavam, ou melhor, Beatrice falava e Marcus es¬cutava, Lucy olhou o seu.
— Você já pensou em alguma coisa para a festa de George, Beatrice? — perguntou Lucy assim que o gar¬çom anotara seus pedidos.
— O quê? Oh, não de verdade. George quer algo pe¬queno — apenas alguns amigos e a família. Ele tem uma coisa com castelos, e se talvez pudéssemos alugar um em algum lugar. O que você acha?
— Bem, isto é certamente possível — concordou Lucy, revirando mentalmente os olhos.
A comida chegou, e Lucy olhou para seu prato com apetite. A quantidade de sexo devia estar dando-lhe esse apetite, concluiu ela, enrubescendo quando, o pensa¬mento em sexo e apetite de alguma forma levaram-na a pensai' nestes dois elementos combinados e todas as ma¬neiras com as quais Marcus poderia satisfazer sua fome por ele.
— Meu Deus, Lucy, você está corada. Você está bem? Está quente aqui. Acho que podemos falar mais sobre a festa de George quando voltarmos para Londres.
Afinal de contas, temos até o ano que vem, e agora estes | malditos me deixaram em tal estado, que não consigo;, pensar em outra coisa.
Todos tinham terminado de comer, e Marcus virou4 se para Lucy e perguntou com calma.                       
— O que você acha de um pudim?                       
— Para mim não. Mas adoraria um café expresso,  
— Um expresso? Toda esta cafeína no seu corpo vai; fazer com que você não pare de falar o dia inteiro.
Lucy teve de morder a parte de dentro de sua boca: para segurar a risada, e depois cometeu o erro de olhar para Marcus. Ele parecia estar se divertindo tanto quanto ela, e ele sorriu para ela de forma muito particular. Ela e Marcus estavam compartilhando um momento íntimo de entendimento e humor, como se realmente estivessem se relacionando de forma apropriada.
De repente, Lucy sentiu-se como se estivesse tocando o céu e alcançando algo — talvez um dia, o amor de Marcus.
— Mal posso esperar para ligar para mamãe e dizer que vi vocês dois — disse Beatrice vinte minutos depois, quando levaram-na até seu carro. Em seguida, ela não apenas abraçou Lucy, como também a beijou cari¬nhosamente, antes de dizer — Mamãe vai ficar tão con¬tente. Ela sempre gostou de Lucy...
— Marcus, acho que Beatrice percebeu — advertiu-o; Lucy depois que deram adeus para ela.              
— Deveria esperar por isso, depois de todas as insinuações que fiz.                                                     
— O quê? Você disse que não íamos dizer a ninguém ainda!
— Não disse a ela. Apenas fiz algumas insinuações. Conhecendo Beatrice como conheço, não vai demorar muito até que esteja convencida de que já sabia de nós dois há décadas, e isto ajudaria em relação às perguntas sobre a rapidez com que as coisas aconteceram.
E também impediria que Lucy mudasse de idéia, refletiu Marcus com cinismo.
— Ainda temos uma hora até que o motorista do ho¬tel venha nos buscar. O que você acha de uma cami¬nhada?
— Ótimo — disse-lhe Lucy com sinceridade. Marcus decidiu andar em direção a uma joalheria ca¬ríssima e virou-a para a vitrine.
— Você vê alguma coisa de que gosta?
— Você não disse que iríamos comprar um anel an¬tes de voltarmos?
— Sim, é claro, mas neste momento não estava pen¬sando em um anel, Lucy. Você acabou de aceitar se ca¬sar comigo e gostaria de celebrar com algo mais íntimo, uns brincos, talvez? Como aqueles? — acrescentou, apontando exatamente para os brincos de diamante que Lucy não conseguia parar de olhar.
— Marcus, você não precisa comprar nada pra mim — protestou ela.
— Está certo, não preciso — concordou amavelmen¬te. — Mas eu realmente quero.
Eles estavam dentro da loja e, assim que Marcus dis¬se a um dos vendedores o que queria, foram levados a uma pequena sala privada onde foram convidados a sentar.
— Gostariam de uma bebida: água, café? — ofereceu o vendedor.
— Café, por favor — agradeceu-lhe Lucy, ignorando o jeito como Marcus levantou a sobrancelha. — Tudo bem, você não usa cafeína — sussurrou assim que fica-ram sozinhos. — Mas eu uso.
— Cafeína e champanhe — concordou Marcus.
O vendedor retornou trazendo o café de Lucy acom¬panhado de um funcionário da loja mais velho, obvia¬mente mais experiente. Era tarde demais para Lucy de¬fender-se da acusação em relação ao champanhe.
— Seus olhos são excelentes, se assim posso dizer, senhora — o vendedor disse para Lucy colocando o rolo de tecido com os brincos na mesa de vidro.
— Estas pedras têm uma qualidade excelente. São qualidade D, o que significa que têm transparência e pu¬reza excepcionais. Um quilate e meio cada uma e fixa¬dos em platina.
E custariam uma fortuna, reconheceu Lucy, quando disse adeus mentalmente para eles.
— São lindos — começou ela. — Mas...
— Por que você não experimenta? — Marcus atrope¬lou-a.
Relutantemente, Lucy experimentou e olhou-se no espelho que o vendedor lhe deu.
— Por favor, vocês me dão um minuto — murmurou o vendedor, levantando-se e saindo da sala.

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