— Sabe? — perguntou ele tão brutalmente que a fez esquivar-se dele. — Não, não acredito que saiba — dis¬se-lhe asperamente. — Não acho que você consegue sa¬ber como me sinto sabendo que você foi exposta a este tipo de...de sujeira.
— Marcus, não fui. Não sou eu. Por favor, acredite em mim. Não sou eu. — Ela não conseguia mais segurar as palavras, embora soubesse que ele não acreditaria nela. Não com a evidência daquelas fotos terríveis.
— Sei que não é você — disse ele. — É óbvio que não poderia ser você. Como seria?
Ele acreditava nela?
— Você... você sabe que não sou eu? — repetiu Lucy com medo de acreditar no que escutara.
— Sim, é claro que sei que não é você — respondeu Marcus, com uma impaciência familiar.
— Mas como? Como você pode saber? — pergun¬tou-lhe Lucy tremendo.
— Além de qualquer outra coisa, você tem uma pinta muito característica na coxa esquerda — disse-lhe Mar¬cus calmamente. — E quem quer que tenha posado para esta, esta abominação não tem...
— Oh!
Como era estranho que a coisa mais importante da sua vida inteira fosse estar ligada à existência de uma minúscula pinta marrom; que algo não muito maior que uma cabeça de alfinete poderia fazer a diferença entre a infelicidade ou a tristeza — entre a confiança e a dúvi¬da, entre verdades e mentiras, entre estar casada com Marcus ou ser rejeitada por ele.
— É óbvio que alguém sobrepôs seu rosto no corpo de outra pessoa.
— Mas alguém sem a minha pinta — disse Lucy. Marcus estava franzindo a testa agora.
— A pinta é simplesmente a confirmação do que eu já sabia, Lucy — disse-lhe friamente. — Minha opinião sobre você é tudo o que preciso para saber que você nunca seria a mulher dessas fotografias.
Para a própria descrença de Marcus, ele percebeu que queria abraçá-la; que queria dizer-lhe que iria matar lenta e dolorosamente quem quer que fosse o responsá-vel pelo que acontecera; queria dizer-lhe que sabia que ela era sensual, uma mulher que amava a intimidade do sexo a dois, uma mulher que celebrava sua feminilidade no ato de compartilhar prazer com apenas um homem.
Mas como ele podia estar se sentindo assim? Ele não sentia coisas. Pensava lógica e calmamente. Não permi¬tia que as emoções influenciassem suas opiniões. E, aci-ma de tudo, não permitia a si mesmo que seu coração ficasse naquela agonia porque a dor de Lucy era a sua dor. Porque se permitisse, então isto significava que...
VOCÊ ESTÁ LENDO
NO CALOR DA SEDUÇÃO
RomanceA atraente Lucy Blayne desapareceu da mídia desde que foram reveladas as traições e as trapaças de seu marido. Mas ela está determinada a reestruturar sua vida e, para isso, conta com a ajuda do conselheiro Marcus Carring, um banqueiro rico e famoso...