Capítulo 42.

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Andrew Walker sorria para ela quase paternalmente.
Falar com Nick? Ela preferia morrer! Talvez até fos¬se morrer... Mas Andrew Walker já lhe dissera que pre¬cisavam do nome dela na Prêt a Party, o que significava que precisavam dela viva. Mas não Marcus. Não preci¬savam de Marcus vivo. Marcus...
— McVicar me telefonou esta tarde quando eu esta¬va voltando de Leeds. Me disse que você entrou em contato com ele para saber se Blayne ainda poderia ser con-siderado um funcionário da Prêt a Party já que ele não assinou acordo algum — anunciou Marcus friamente.
Você esperava que ele ainda estivesse envolvido, Lucy? Quando vi você com ele no aeroporto, foi por acaso ou planejado? Você o quer como um parceiro em sua cama? Ao invés de mim?
Não, isto era bobagem. Certo, depois do estardalhaço que Lucy fizera no telefone, estava surpreso que Lucy estivesse se comportando tão distante dele agora que es¬tava em casa. Ele certamente não permitiria a si mesmo pensar que a frieza dela em relação a ele machucava.
O café derramou da caneca que Lucy segurava. O co¬ração dela batia de forma desconfortável e irregular e estava fazendo com que ela sentisse náuseas.
— Simplesmente quis saber qual era a situação — ela se defendeu.
— Por que você não me perguntou?
— Você é meu marido, não meu advogado. — Ela não conseguia suportar olhar para os machucados no rosto de Marcus e estava com medo de dizer-lhe o que estava acontecendo.
— Já foi decidido onde vamos passar o Natal? — perguntou ele mudando de assunto.
— Falei com minha mãe ontem de manhã. Ela falou com sua mãe, e Beatrice sugeriu que nós todos passás¬semos juntos.
— Onde? Espero que não neste maldito castelo que ela quer alugar para o aniversário de George.
Em outra ocasião teria dado risada, mas agora apenas deu o mais insignificante dos sorrisos, Marcus notou.
Por quê? Porque secretamente estava pensando que queria passar o Natal com Blayne? A dor que este pen¬samento lhe causava era quase além do suportável. De onde viera e o que significava?
Ela ainda não dissera uma palavra sobre ter visto Blayne, e Marcus desejou saber quantos contatos houve entre eles desde então.
— Não. — Lucy lançou-lhe um olhar triste. — Ma¬mãe está falando em nós todos irmos para Framlingdene.
Framlingdene era a uma propriedade tombada que fora originalmente o lugar de descanso da família do pai de Lucy. A família conservara o direito de usar quartos lá.
— Vai ter espaço suficiente para todos nós lá?
— Não. Acho que seria melhor se simplesmente fi¬cássemos em Londres. Normalmente, fazemos uma grande festa de família na casa da tia Alice depois do Natal, e acho que podemos jantar lá.
— Bem, realmente faz mais sentido do que viajarmos para Yorkshire. Lucy, alguma coisa errada?
A pergunta chocou e surpreendeu Marcus tanto quanto Lucy. Desde quando ele queria falar sobre emo¬ções?
Lucy lutou contra a verdade e o medo — e o amor.
No fim, o amor venceu.
— Não, claro que não. Por que haveria?
— Por nenhuma razão em particular, a não ser que não parece uma recém-casada animada. — Marcus ou¬viu ele mesmo dizer laconicamente.
— Recém-casados animados estão normalmente ani¬mados porque estão apaixonados um pelo outro. E nós não estamos.
Ela logo teria de dizer-lhe que queria acabar com o casamento. Logo, mas não ainda. Por favor, apenas per¬mita que passe mais algum tempo com ele. Um aniver¬sário, um Natal...ela diria a ele antes do Ano Novo, pro¬meteu a si mesma.
Lucy estava hesitante ao lado de fora da joalheria. Hoje era o aniversário de Marcus e nessa noite iriam jantar fora com a família dele. Já comprara para ele uma nova gravata de seda, e certamente não podia comprar-lhe um dos relógios caros da vitrine.
Além disso, ele mesmo substituiria o Rolex roubado, pois o relógio tinha seguro.
Mesmo assim... Havia um discreto aviso na vitrine dizendo que também vendiam relógios de segunda mão.
Podia entrar e perguntar.
Meia hora depois estava de volta à calçada com o re¬lógio Rolex no qual acabara de gastar cada centavo de sua conta.
Era exatamente o mesmo modelo que roubaram de Marcus. Ele ficaria com ele para sempre? Mesmo de¬pois do divórcio? A dor deixou-a imóvel.
Estavam indo jantar na Torre Carlton — principal¬mente porque na opinião de Marcus serviam o melhor bife de Londres.

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