Capítulo 32.

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Era imaginação sua ou havia uma sutil ameaça na¬quelas palavras calmamente pronunciadas?
— Expliquei em minha carta, Andrew. Vou me casar e...
— Sim, é verdade. Com Marcus Carring.
— Sim. E assim que estivermos casados, Marcus quer se tornar meu sócio. — Isso deveria convencer An¬drew Walker de que não era apenas com ela que ele de¬veria se entender, mesmo se ela estivesse dizendo uma mentira.
— É mesmo?
Havia algo no jeito de Andrew Walker olhar para ela que fez com que Lucy ficasse com medo. . — Você sabe, minha querida, que está rejeitando uma oportunidade maravilhosa. E quanto a permitir que seu futuro marido se torne seu sócio... Nunca sabemos qual será o futuro de um casamento. Uma mulher sensa¬ta deveria considerar uma boa idéia manter uma inde¬pendência financeira.
Andrew lera sua mente? O que ele acabara de dizer ecoava tudo o que estivera dizendo para si mesma?
— Meus sócios e eu estamos preparados para fazer uma oferta bem generosa para comprarmos a Prêt a Party, Lucy. Posso garantir a você que lidaremos com tudo de forma bem discreta. O dinheiro poderia ser depositado em um banco no exterior se você quisesse, e ninguém além de nós precisa saber da transação.
Se ela não soubesse a verdade sobre ele, ficaria muito tentada a aceitar o que ele estava lhe oferecendo, admitiu Lucy. Porque, apesar do fato de Marcus desejá-la fisica¬mente, não conseguia evitar o medo de que sem amor o casamento não poderia sobreviver. Era esse medo que a impedira de aceitar a ajuda financeira de Marcus.
Mas a afirmação de Andrew Walker a lembrara de tudo o que Dorland lhe dissera.
— Não, suponho que não precisem, incluindo os po¬bres coitados cuja vida você arruinou — desabafou im¬petuosamente. — Sei porque você quer a Prêt a Party, e o que está fazendo.
Houve um breve silêncio, e depois Andrew Walker disse bruscamente.
— É mesmo?
Cometera outro erro, percebeu Lucy.
Dorland estava certo. Este homem era terrível. O medo invadiu-a,
Exatamente o mesmo sentimento que sentira quando soubera que Nick a traíra. E exatamente como antes, seu primeiro pensamento foi de que desejava desesperadamente que Marcus estivesse ali para ajudá-la. O segun¬do, de que estava igualmente feliz por ele não estar ali para testemunhar sua estupidez.
No entanto, ela não conseguia parar de repetir:
— Eu sei tudo sobre como você e seus sócios ganham dinheiro, e porque você quer Prêt a Party.
— Sabe, Lucy, você realmente não deveria dar ouvi¬do às fofocas vindas de fontes invejosas e não confiá¬veis — disse-lhe Andrew Walker. — Por que não segue meu conselho e pensa um pouquinho mais sobre a nossa oferta e em relação a Marcus tornar-se seu sócio? Não seria um passo muito bom a ser dado, e meus colegas certamente não ficariam contentes se você fizesse isto. Afinal de contas, como eu acabei de dizer, nada é certo na vida, especialmente o casamento. Você já esteve ca-sada uma vez e...
— Não vou ouvir mais nada — interrompeu-o com veemência. — Não faz sentido algum você me pressio¬nar oferecendo dinheiro. Não quero e não vou mudar de idéia.
— Você tem certeza de que está fazendo a coisa certa se casando com Carring, Lucy?
Esta pergunta pegou-a desprevenida.
— Sim, claro, tenho certeza — mentiu. — Eu amo Marcus. Pelo menos, isto era verdade. Na verdade, eu sempre o amei — acrescentou ela desafiadoramente.
Ela podia ver que sua declaração não o agradara. Ele sem dúvida alguma sabia que não poderia enganar Mar¬cus da maneira que tentara fazer com ela.
— Aconselharia a você pensar com muito cuidado no que eu acabei de dizer. Ah, e se fosse você não contaria a Marcus Carring sobre nossa conversa, pelo seu bem e o dele.
Andrew Walker ignorou a tentativa dela de respon¬der e passou por ela para abrir a porta do escritório.
— Entro em contato com você.
Ele foi embora. Lucy sentiu-se aliviada. Quando ela tentou levantar-se para trancar a porta do escritório e ter certeza de que ele não iria voltar, suas pernas simples¬mente não a sustentaram.
Ela agora teria de fechar Prêt a Party completamente, decidiu tremendo. Não conseguia pensar em nenhum outro jeito de proteger a si mesma e seu negócio.
Quando Marcus a questionasse em relação ao porque estava desistindo de seu negócio que se esforçara tanto tempo para manter, simplesmente teria de dizer-lhe que queria se concentrar neles dois — no casamento e no fu¬turo juntos.
Mentir para ele, em outras palavras.
Mas que outra escolha ela tinha? Como ela poderia dizer a verdade agora?
— Dá azar ver o vestido antes do casamento, você sabe — Lucy repreendeu Marcus.

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