Ele queria tanto ficar com ela; pegá-la pela mão e fazê-la olhar para o futuro; ver como poderiam ser feli¬zes se aceitasse seu amor e rejeitasse Blayne.
Ele a amava tanto.
Amava? Com certeza se ele a amasse, realmente a amasse, então a felicidade dela, os desejos dela, as lágri¬mas dela, importariam mais para ele do que os seus?
Importavam, insistiu ele. E era por isso...
Era por isso que ele estava tentando forçá-la a ficar com ele, não era? Esta era a medida de seu amor por ela, não era?
Blayne a destruiria. Estava apenas a usando...
E ele não a machucara? Não a usara? Não a possuíra quase a força fisicamente, e não estava agora tentando fazer isto emocionalmente?
Lucy olhou para Marcus.
— Temos de ir. Você sabe como é a tia Alice.
Eles iriam para uma reunião de família na casa da tia Alice.
Ela estava maravilhosa hoje — e frágil de quebrar o coração.
— Lucy?
Ele viu a apreensão nos olhos de Lucy quando ela o olhou, e ele se odiava por isto.
— Estive pensando...
Ele ia dizer que queria que os dois tentassem nova¬mente, que queria que o casamento continuasse, que ela significava muito para ele. Lágrimas encheram os olhos de Lucy. Se apenas pudesse dizer-lhe o quanto estas pa¬lavras significavam...
Marcus respirou fundo. Decidira-se que tinha de pro¬var o amor que sentia para si mesmo e para Lucy colo¬cando as necessidades dela em primeiro lugar, aceitan¬do que ela tinha de ter livre escolha.
— Você está certa. Não faz sentido nosso casamento continuar. Assim que o ano começar vou falar com meu advogado...
Porque eu amo você o suficiente para deixar você ir. Porque é isso que é o amor. É colocar o que se ama em primeiro lugar. E eu amo você, minha Lucy. Tanto, tanto.
Ele iria divorciar-se dela!
Ela ficou enjoada.
Mas era isso que ela queria.
Não, não o que queria. Era isso que precisava para protegê-lo.
— Lucy, você está tremendo.
— Estou com frio — respondeu ela.
— Frio? Mas está quente aqui dentro. Você está bem?
— Estou.
Estou morrendo por dentro, e nunca... nunca ficarei boa novamente. Marcus está me deixando para sempre.
— Lucy! — Lucy tentou forçar um sorriso quando Johnny veio era sua direção trazendo uma linda e tímida garota com ele.
— Conheça a Tia. Esta é minha prima, Lucy. Quer mais champanhe, Lucy? — ele ofereceu, mostrando-lhe a garrafa que estava segurando.
Lucy tremeu. Ela não conseguia mais nem beber café, muito menos champanhe. E, além disso, champa¬nhe a fazia lembrar da primeira noite que passara com Marcus.
— Você ouviu falar sobre Andrew Walker ser o men¬tor por trás de uma gangue de tráfico de imigrantes? — perguntou Johnny, continuando sem esperar que ela respondesse. — A polícia aparentemente o observava há meses, e agora pegaram a gangue inteira. Estavam en¬volvidos em lavagem de dinheiro, prostituição e extor¬são. Não fazia idéia de que ele estava envolvido com este tipo de coisa. Dessie Arlington me contou. O pai dela é advogado e disse que é muito provável que ele passe o resto de sua vida na prisão, junto com todo o res¬to da gangue — quero dizer, Lucy? Lucy!
Foi Marcus quem a pegou antes que ela caísse no chão. Foi Marcus também quem insistiu que não havia nada de errado, que ela apenas não vinha se sentindo bem ultimamente. Mas Lucy não sabia disso, pois ainda estava desmaiada.
Quando ela voltou a si, vários segundos depois, esta¬va deitada no chão da casa de sua tia com Marcus aga¬chado ao seu lado.
— Está tudo bem, Lucy. Você desmaiou, é tudo.
— Marcus, estou enjoada — conseguiu sussurrar pára ele. — Por favor, não me deixe.
Uma hora depois, estava debaixo das cobertas da cama de hóspedes da casa de sua tia, enquanto sua mãe, a mãe de Marcus e Beatrice disputavam uma com a ou¬tra para dizerem com excitação que tinham suas suspei¬tas, mas é claro que não quiseram dizer.
Lucy estava imóvel na cama, tentando digerir o que o médico de sua tia acabara de dizer-lhe.
Um bebê. Ela esperava um bebe de Marcus. Por que não adivinhara?
Lucy fechou os olhos e deixou que as lágrimas escor¬ressem. Sentia-se tão cansada, tão chocada..,e o comen¬tário de Johnny sobre Andrew Walker tinha...
Andrew Walker!
Ela esforçou-se para sentar.
— Lucy, querida, deite-se.
— Onde está Marcus? — perguntou ela.
— O Dr. Holland disse que você precisava descansar e que precisa comer um pouco mais.
— Ela precisa de uma boa sopa nutritiva.
Lucy fechou os olhos e deixou que o sono a domi¬nasse. Quando acordou, Marcus estava sentado ao lado da cama.
— Oh, Marcus...
Mais lágrimas. Deviam ser os hormônios. Marcus se¬gurava uma de suas mãos.
— Marcus, nós vamos ter um filho.
— Sim, eu sei. Mais lágrimas.
— Como você se sente em relação a isto? Lucy olhou para ele.
— Estou... estou feliz em ter um filho com você. Como você se sente?
— Sinto que quero pegar você em meus braços e se¬gurá-la para sempre — disse-lhe simplesmente. — Eu amo você.
— Marcus! — Lucy olhou-o sem acreditar. Com cer¬teza imaginara que ele dissera aquelas palavras?
— Você me ama? — disse ela com a voz trêmula, — Mas...
— Sim, eu amo você. Mesmo que eu tenha sido um idiota até reconhecer o que estava acontecendo comigo. Te amo tanto. Quero implorar que você me deixe mos¬trar o quanto. Sei que você preferiria estar com Blayne.
— Não! Nunca! — interrompeu-o Lucy enfatica¬mente. — Ainda não consigo acreditar que você me ama, Marcus. Sabia que você me queria na cama... — O rosto dela de repente ficou vermelho. — Nick pode ter dito que eu não era sexualmente atraente e chata porque eu era virgem, mas você fez eu me sentir uma mulher, Marcus.
Ela olhou para ele com ansiedade e depois disse:
— Oh, Marcus, não quero me divorciar de você — e, com certeza, não quero ficar com Nick. Levei um susto quando o vi no aeroporto. Esperava que ele não tivesse me visto, mas então ele veio até mim e disse... — Ela fez uma pausa e mordeu os lábios.
— Fico feliz por só você estar aqui comigo — disse-lhe. — Fiquei tão cansada quando as nossas mães e Beatrice estavam aqui. Todos disseram que sabiam — mas eu não. Achei que estava enjoando o tempo todo por causa...
— Por causa de Andrew Walker?
— Oh, Marcus! Não contei a você... Não expliquei...
— Tudo bem, Lucy. Sei o que estava acontecendo. Pelo menos, acho que sei — disse-lhe com suavidade.
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NO CALOR DA SEDUÇÃO
RomanceA atraente Lucy Blayne desapareceu da mídia desde que foram reveladas as traições e as trapaças de seu marido. Mas ela está determinada a reestruturar sua vida e, para isso, conta com a ajuda do conselheiro Marcus Carring, um banqueiro rico e famoso...