Capítulo 10.

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— Oh. Mmm. Oh... — Lucy agarrou-se vorazmente, tanto à sensação quanto ao homem que a causava, er¬guendo o corpo para segurar o pescoço de Marcus com as mãos. Ela o quisera tanto e por tanto tempo para re¬sistir a isso... este milagre dos milagres, decidiu ela im¬petuosamente, e aproximou-se ainda mais dele, tentan¬do abrandar a dor que sentia bem dentro de seu corpo, movendo seu corpo contra o dele.
— Oh, Marcus... — suspirou, quando sentiu a incon¬fundível ondulação de sua ereção pressionando-a.
— Lucy... não! — Ele empurrou-a. Consternada e atordoada, ela olhou-o com reprova¬ção.
— Você viu, este é exatamente o tipo de situação que quis evitar trazendo-a para cá — disse-lhe bruscamente.
— Se eu tivesse deixado você ir para casa sozinha...
— Mas e se eu não quiser evitar? — perguntou Lucy provocando-o. — E se eu quiser... — O que ela estava dizendo? Mais um minuto e ela estaria dizendo a Mar¬cus que era com isto que sonhava desde a primeira vez que o vira. Sonhando, cobiçando, ansiando...
— Esqueça o que você quer — disse-lhe Marcus amargamente. — O que você precisa nesse exato mo¬mento é curar essa bebedeira.
Humilhada, Lucy começou a andar em direção à porta.
— Bem, neste caso, era melhor eu ter ido para casa, não era? — disse ela com petulância. A verdade era que embora não estivesse bêbada, a taça e meia de champa-nhe que bebera era muito mais do que normalmente be¬bia — e também estava de estômago vazio. Não havia dúvidas de que a presença de Marcus, a privacidade de sua casa e a intensidade de seus sentimentos por ele es¬tavam todos trabalhando para fazer com que ela colo¬casse em prática os desejos ardentes que escondera por tanto tempo. Embora estivesse tonta de desejo, ainda es¬tava sob controle suficiente para reconhecer que o me¬lhor lugar para ela, no momento, era algum lugar com uma cama confortável sem Marcus.
— De jeito nenhum. — Marcus parou-a. — Você pode curar a bebedeira aqui. Venha, por aqui.
Ele a virara e estava praticamente arrastando-a a for¬ça pelas escadas, reconheceu Lucy indignada. Ela ten¬tou livrar-se dele, mas, para sua humilhação, perdeu o equilíbrio.
— Certo, então é isto — anunciou Marcus, levantan¬do-a em seus braços para subir os últimos dois degraus.
Com seu rosto enterrado em seu ombro e a mão nas costas dele, sentindo perfeitamente o pêlo masculino que havia sobre a blusa, Lucy sentiu-se como se estives¬se se tornado uma versão sexual de Lucy no País das Maravilhas, jogada em um mundo mágico.
Ainda carregando-a, Marcus abriu a porta do quarto de uma maneira um tanto hollywoodiana, empurrando-a com o sapato.
O quarto em que estavam era, obviamente, o de hós¬pedes.
Marcus deslizava-a pelo seu corpo de uma maneira tão deliciosa, colocando-a no chão, e tentava afastar-se dela, ela percebeu. Mas ela não permitiria.
O choque de seus próprios pensamentos foi uma onda poderosa de adrenalina, e encheu-a de uma deter¬minação que a tornava uma pessoa que mal reconhecia. Alguém que queria saber por que não podia ter o que queria; por que não podia fazer como os outros, e sim¬plesmente ter o que queria? Por que, pela primeira vez na vida, não podia colocar a si mesma e seus desejos em primeiro lugar?
Ela nunca experimentara algo tão tentador... tão irre¬sistível. Por que ela deveria tentar resistir? Por que não aproveitar esta oportunidade? Por que não poderia se-duzir Marcus para cama? Por que não poderia fazer o que as mulheres faziam o tempo inteiro, ao invés de ne¬gar para si mesma o que desesperadamente queria? Por que não poderia permitir-se esta única noite?
E amanhã?.Quando tivesse de encarar a raiva e a re¬jeição de Marcus?
Mas isto não era o amanhã. Era hoje. Era o aqui e agora. Ela já lidava com a rejeição de Marcus há anos. Por que não poderia torná-la mais agradável com me¬mórias que queimariam em seus lugares mais secretos para sempre?
— Marcus... Marcus... — sussurrou ardentemente e encostou sua boca na dele, contorcendo seu corpo o mais próximo dele possível, alheia ao fato de que seus movimentos fizeram com que os botões que fechavam seu vestido de seda abriram-se até sentir a presença indesejada de sua manga no meio de seus braços.

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