— Você não está com seu vestido de casamento — ressaltou ele. — Pelo menos, a não ser que você tenha mudado de idéia, e pretende casar-se comigo usando jeans.
— Não seja bobo. Não estou com o vestido agora, mas estava quando você apareceu.
— Mas eu não vi você — assegurou-lhe Marcus, mas Lucy podia ver que ele estava com os dedos cruzados atrás das costas. Estes últimos dias foram tão estressantes.
— Anime-se, logo vai acabar — disse-lhe Marcus, como se de alguma maneira tivesse adivinhado como ela se sentia. — E quando estivermos em lua-de-mel, você vai poder relaxar.
— Mal posso esperar.
Os dois se olharam em silêncio.
— Estas últimas semanas foram longas — disse-lhe Lucy sem fôlego. A expressão nos olhos dele fazia seu coração bater rápido dentro de seu peito.
Marcus permaneceu olhando-a e ficou de repente ciente de uma emoção um tanto peculiar preenchendo-o e conduzindo-o. Uma necessidade — quase uma com-pulsão — de pegar Lucy em seus braços e deixá-la lá, enquanto ele...
— Ele balançou a cabeça, tentando dissipar as emoções não familiares que o assaltavam.
— Por que nós não...? — começou ele lentamente e depois franziu a testa quando foram interrompidos pela campainha. Ele foi abrir a porta, pegou um pacote do entregador e assinou um papel,
— Você quer preparar um drinque para nós dois en¬quanto eu vejo o que é isto? — perguntou-lhe.
Ela não conseguia resistir à tentação de olhar para ele, Lucy admitiu, observando-o abrir o pacote. Quando ele abriu-o, duas fotografias caíram no chão.
Lucy foi automaticamente pegá-las.
— Não, não toque nelas, Deixa.
A rispidez de seu comando fez com que Lucy ime¬diatamente se lembrasse do velho Marcus.
— O quê? — começou ela e, em seguida, parou quando olhou para o chão e para a fotografia que estava virada para cima.
Ela sentiu como se seu sangue estivesse sendo drena¬do e substituído por algo como gelo.
— Marcus... — Sua voz era um murmúrio angustia¬do e chocado. Olhou para a fotografia, depois para a ex¬pressão indecifrável de Marcus, e depois para a fotogra¬fia novamente.
Estava nua na fotografia. Os braços e as pernas esti¬cados, segurados por quatro pares de mãos masculinas enquanto um quinto homem estava entre suas pernas, obviamente transando com ela.
Como alguém em transe, ela agachou-se e pegou a outra fotografia.
— Lucy! Não!
Ignorando-o como se não tivesse nem mesmo o escu¬tado, Lucy virou a segunda fotografia. Era ainda pior. Uma mulher juntara-se aos homens, uma mulher usan¬do um vibrador, ela e os homens, estavam todos fazendo as coisas mais imorais um com o outro. Ela estava an¬siosa e querendo participar de tudo.
Ela olhou para o que Marcus estava segurando. Ha¬via urna foto dela na capa de um vídeo — nua, as pernas abertas. Havia escrito: Lucy ama sexo selvagem. Veja ela em ação!
Lucy sentiu seu estômago embrulhar.
Correu para o banheiro e imediatamente vomitou. Tremendo, apoiou-se na pia, lavou o rosto e escovou os dentes. Queria arrancar suas roupas e ficar debaixo do chuveiro mais quente e mais forte que pudesse encon¬trar. Queria esfregar sua pele e de alguma maneira re¬mover a sujeira que sentia agarrada a ela.
— Lucy.
Marcus estava de pé na porta do banheiro, uma ex¬pressão nos olhos que parecia de dor, mas que ela sabia que devia ser de aversão.
— Não sou eu — disse-lhe, lenta e cuidadosamente, fixando seu olhar na parede para não ter de olhar para ele. — Sei que parece comigo, mas não é.
Silêncio.
O que ela esperava? Que ele fosse pegá-la em seus braços e dizer que a amava? Depois de ver isto?
— Você não vai querer se casar comigo, é claro. Como poderia? — Ela ficou surpresa em como soara calma e compreensiva.
— É melhor eu ir para casa e contar a todo mundo. — Como ela estava conseguindo ser educada? Como se es¬tivesse em uma festa na casa de sua tia-avó, suportando o que estava passando?
Ela sentia tanto frio como se estivesse na casa de sua tia-avó, admitiu começando a bater os dentes.
— Lucy.
O corpo de Marcus estava tão perto.
— Por favor, não — ela implorou-o conforme as lá¬grimas brotavam de seus olhos e escorriam em seu ros¬to. — Por favor, não faça com que seja ainda mais difícil para mim, Marcus. Sei o que você deve estar pensan¬do e como deve estar se sentindo.
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NO CALOR DA SEDUÇÃO
RomanceA atraente Lucy Blayne desapareceu da mídia desde que foram reveladas as traições e as trapaças de seu marido. Mas ela está determinada a reestruturar sua vida e, para isso, conta com a ajuda do conselheiro Marcus Carring, um banqueiro rico e famoso...