Capítulo 17.

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A luz de mensagens estava piscando em seu telefone quando Lucy retornou ao seu escritório. Ela passara mais tempo na cafeteria do que o esperado. Seu coração foi até a boca quando ouviu a voz de Marcus dizendo-lhe que combinara que eles visitassem sua irmã e que a buscaria no escritório às quatro horas.
Quatro horas? Eram dez para as quatro agora.
Treze minutos e meio depois estava descendo as es¬cadas, o cabelo penteado, gloss nos lábios e o coração batendo como um tambor.
— Aí está você... vamos.
Não houve como fazer objeção quando Marcus pe¬gou seu braço e apressou-se, levando-a até o carro.
Lucy encostou a cabeça em seu assento e fechou os olhos, respirando o mais devagar possível.
— Nosso vôo sai às seis, o que significa que você tem tempo apenas para arrumar as malas se eu levá-la a seu apartamento agora.
— O quê? Que vôo? Para onde nós vamos? — Ela abriu os olhos rapidamente e inclinou o corpo.
— Ver Beatrice, é claro — disse Marcus com paciên¬cia. — Lembra-se?
— Sua irmã mora em Chelsea! — protestou Lucy.
— Na maior parte do tempo, sim. Mas ela e George também têm uma casa em Maiorca, e é exatamente onde está agora. Achou que seria uma boa idéia se você fosse vê-la enquanto ela está lá para que vocês possam falar sobre a festa de George quando ele não estiver por per¬to. Ela não quer que ele descubra o que está se passando.
Em silêncio, Lucy digeriu o que ele estava dizendo. Não era particularmente fora do comum fazer com que ela pegasse um avião, mas Marcus dissera bem clara¬mente 'nosso vôo', o que significava...
— Você também vai para Maiorca? — perguntou ela.
— Tenho de conversar com Beatrice sobre alguns negócios de família, então ela sugeriu que eu fosse tam¬bém — disse-lhe Marcus calmamente. — Vamos ficar por dois dias.
— Vou ter de me trocar. Não posso viajar vestindo este terninho.
Marcus virou na praça Sloane, e depois cortou algu¬mas ruas estreitas, parando em um estacionamento pró¬ximo ao bloco de apartamentos onde ela morava.
— Vou subir com você.
Marcus não iria falar nada sobre a noite passada? Te¬mera encontrar com ele o dia inteiro, preocupando-se com o que ele diria e como ela reagiria.
Ela dissera a si mesma que o pior seria se ele simples¬mente soubesse a verdade. Ela até mesmo ensaiara a cena em sua mente.
Marcus diria: Você está apaixonada por mim, não está?
Lucy: — O quê? Claro que não. O que faz você pen¬sar que eu esteja?
Com aquela voz seca e preocupada que usava para surtir um efeito dramático, Marcus: — Noite passada.
Lucy, parecendo indiferente; — Oh, meu Deus, não! Só queria alguém para me aquecer. Era Tudo.
Mas evidentemente não iria ser como aconteceu.
Deixando que Marcus a seguisse, Lucy apressou-se até a portaria com um rápido olá, e depois subiu as esca¬das. Seu apartamento ficava no primeiro andar e era bem pequeno.
Ela destrancou a porta e entrou pelo pequeno corre¬dor. O espaço fechado e sem janelas tornara-se maior e mais claro com os dois espelhos que ela pegara "em-prestado" do sótão de sua casa. Uma pequena mesa, também resgatada no sótão, ficava abaixo de um dos es¬pelhos.
Depois do hall, havia uma sala de estar mínima, mo¬biliada e decorada em vários tons de creme.
— Antes de fazer qualquer coisa, vou preparar um café — Lucy disse a Marcus. — Você quer?
— Não, obrigada. Não temos muito tempo, não es¬queça — lembrou-a.
— Foi você quem organizou isso, não eu, e não vou a lugar algum sem tomar minha dose de cafeína — infor¬mou Lucy a Marcus com teimosia, seguindo para a co¬zinha.
— Tudo bem! Onde você guarda seu passaporte, Lucy?
— Na escrivaninha atrás do sofá — disse-lhe Lucy da cozinha.
Marcos abriu a escrivaninha e imediatamente viu passaportes. Dois estavam presos por um elástico. Ele tirou o elástico e abriu um, e depois desejou que não ti-vesse aberto. Era o passaporte que Lucy tinha quando era casada, e a fotografia mostrava uma jovem alegre de olhos cintilantes. Seu passaporte atual, no entanto — o que ela tirou depois do divórcio, quando voltara a usar o nome de solteira — mostrava uma jovem de rosto fino cujos olhos continham dor e desespero. Que diabos ela vira em Nick Blayne? Como ela podia ter amado ele?
— Você encontrou o passaporte? — perguntou Lucy enquanto passava por ele com seu café e abria a porta do quarto. Tirando uma pequena mala que estava debaixo da cama e colocando-a sobre esta, começou a abrir e pôr na mala o que achava que seria necessário.
— Olha, enquanto você está fazendo isso, poderia ir arrumando as suas coisas de toalete?

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