A luz de mensagens estava piscando em seu telefone quando Lucy retornou ao seu escritório. Ela passara mais tempo na cafeteria do que o esperado. Seu coração foi até a boca quando ouviu a voz de Marcus dizendo-lhe que combinara que eles visitassem sua irmã e que a buscaria no escritório às quatro horas.
Quatro horas? Eram dez para as quatro agora.
Treze minutos e meio depois estava descendo as es¬cadas, o cabelo penteado, gloss nos lábios e o coração batendo como um tambor.
— Aí está você... vamos.
Não houve como fazer objeção quando Marcus pe¬gou seu braço e apressou-se, levando-a até o carro.
Lucy encostou a cabeça em seu assento e fechou os olhos, respirando o mais devagar possível.
— Nosso vôo sai às seis, o que significa que você tem tempo apenas para arrumar as malas se eu levá-la a seu apartamento agora.
— O quê? Que vôo? Para onde nós vamos? — Ela abriu os olhos rapidamente e inclinou o corpo.
— Ver Beatrice, é claro — disse Marcus com paciên¬cia. — Lembra-se?
— Sua irmã mora em Chelsea! — protestou Lucy.
— Na maior parte do tempo, sim. Mas ela e George também têm uma casa em Maiorca, e é exatamente onde está agora. Achou que seria uma boa idéia se você fosse vê-la enquanto ela está lá para que vocês possam falar sobre a festa de George quando ele não estiver por per¬to. Ela não quer que ele descubra o que está se passando.
Em silêncio, Lucy digeriu o que ele estava dizendo. Não era particularmente fora do comum fazer com que ela pegasse um avião, mas Marcus dissera bem clara¬mente 'nosso vôo', o que significava...
— Você também vai para Maiorca? — perguntou ela.
— Tenho de conversar com Beatrice sobre alguns negócios de família, então ela sugeriu que eu fosse tam¬bém — disse-lhe Marcus calmamente. — Vamos ficar por dois dias.
— Vou ter de me trocar. Não posso viajar vestindo este terninho.
Marcus virou na praça Sloane, e depois cortou algu¬mas ruas estreitas, parando em um estacionamento pró¬ximo ao bloco de apartamentos onde ela morava.
— Vou subir com você.
Marcus não iria falar nada sobre a noite passada? Te¬mera encontrar com ele o dia inteiro, preocupando-se com o que ele diria e como ela reagiria.
Ela dissera a si mesma que o pior seria se ele simples¬mente soubesse a verdade. Ela até mesmo ensaiara a cena em sua mente.
Marcus diria: Você está apaixonada por mim, não está?
Lucy: — O quê? Claro que não. O que faz você pen¬sar que eu esteja?
Com aquela voz seca e preocupada que usava para surtir um efeito dramático, Marcus: — Noite passada.
Lucy, parecendo indiferente; — Oh, meu Deus, não! Só queria alguém para me aquecer. Era Tudo.
Mas evidentemente não iria ser como aconteceu.
Deixando que Marcus a seguisse, Lucy apressou-se até a portaria com um rápido olá, e depois subiu as esca¬das. Seu apartamento ficava no primeiro andar e era bem pequeno.
Ela destrancou a porta e entrou pelo pequeno corre¬dor. O espaço fechado e sem janelas tornara-se maior e mais claro com os dois espelhos que ela pegara "em-prestado" do sótão de sua casa. Uma pequena mesa, também resgatada no sótão, ficava abaixo de um dos es¬pelhos.
Depois do hall, havia uma sala de estar mínima, mo¬biliada e decorada em vários tons de creme.
— Antes de fazer qualquer coisa, vou preparar um café — Lucy disse a Marcus. — Você quer?
— Não, obrigada. Não temos muito tempo, não es¬queça — lembrou-a.
— Foi você quem organizou isso, não eu, e não vou a lugar algum sem tomar minha dose de cafeína — infor¬mou Lucy a Marcus com teimosia, seguindo para a co¬zinha.
— Tudo bem! Onde você guarda seu passaporte, Lucy?
— Na escrivaninha atrás do sofá — disse-lhe Lucy da cozinha.
Marcos abriu a escrivaninha e imediatamente viu passaportes. Dois estavam presos por um elástico. Ele tirou o elástico e abriu um, e depois desejou que não ti-vesse aberto. Era o passaporte que Lucy tinha quando era casada, e a fotografia mostrava uma jovem alegre de olhos cintilantes. Seu passaporte atual, no entanto — o que ela tirou depois do divórcio, quando voltara a usar o nome de solteira — mostrava uma jovem de rosto fino cujos olhos continham dor e desespero. Que diabos ela vira em Nick Blayne? Como ela podia ter amado ele?
— Você encontrou o passaporte? — perguntou Lucy enquanto passava por ele com seu café e abria a porta do quarto. Tirando uma pequena mala que estava debaixo da cama e colocando-a sobre esta, começou a abrir e pôr na mala o que achava que seria necessário.
— Olha, enquanto você está fazendo isso, poderia ir arrumando as suas coisas de toalete?
VOCÊ ESTÁ LENDO
NO CALOR DA SEDUÇÃO
RomanceA atraente Lucy Blayne desapareceu da mídia desde que foram reveladas as traições e as trapaças de seu marido. Mas ela está determinada a reestruturar sua vida e, para isso, conta com a ajuda do conselheiro Marcus Carring, um banqueiro rico e famoso...