Capítulo 29.

1.3K 113 1
                                    

— Sei que você não se importa em pagar minhas dí¬vidas, Marcus, mas não quero que você faça isto. Eu mesma quero pagá-las. Não quero me sentir financeira¬mente em dívida com você.
— Muito bem, então. Se você pensa assim, por que eu não entro como sócio da Prêt a Party? Nós poderíamos ser... sócios sem ninguém saber, ele estivera prestes a di¬zer. Mas antes disso. Lucy disse bruscamente.
— Não! Não. Eu não quero.
Por quê? Marcus queria perguntá-la. Mas ele podia ver o quanto estava ficando irritada, e ele estava com medo... Ele estava com medo de perdê-la, Marcus reco-nheceu.
Ela ainda amava Blayne? Blayne a deixara por outra mulher, mas Lucy tinha esperanças que um dia ele fosse voltar? Ela achava que conservando a Prêt a Party em seu poder ela poderia seduzi-lo a voltar?
O que estava acontecendo? Ela parecera feliz em es¬tar com ele, feliz em relação ao futuro dos dois — e cer¬tamente feliz com ele na cama. Parecera... Mas noite passada, ela estava tensa em seus braços, e agora, hoje, ela estava se comportando como se ele fosse a última pessoa com quem queria estar.
Ele reconheceu que o fato de Lucy recusar-se a ter sua ajuda estava machucando-o de verdade. Como? Por quê?
Ela desejava desesperadamente que a relação entre os dois fosse diferente, que pudesse contar-lhe sobre Andrew Walker. Mas não podia.
— Vamos sair da rodovia no próximo cruzamento — escutou Marcus dizer-lhe depois de um tempo, acres¬centando. — O hotel fica a apenas alguns quilômetros adiante. Achei que você fosse querer deixar nossas coi¬sas Já primeiro. A que horas você disse que Julia e Silas estarão nos esperando?
— Depois das duas. Não tem porque termos pressa. — Ele entenderia que ela estava tentando insinuar que gostaria de passar algum tempo sozinha com ele? Pode¬ria ser uma oportunidade para que pudesse corrigir a noite passada. Lucy esperava que sim.
— Parece que eles vão ter sorte com o tempo — acrescentou ela sem emoção. — A previsão do tempo é boa para o fim de semana.
— Aqui está nosso cruzamento — disse-lhe Marcus.
Ele não falou muito durante vários quilômetros per¬corridos em lindas estradas e através de pequenas cida¬des. Apenas disse casualmente:
— Aqui é muito bonito, e conveniente para quem mora em Londres. Vale a pena considerarmos a possibi¬lidade de procurar uma casa por aqui. O que você acha?
— Amo este lugar — admitiu Lucy, — Costumava -vir e ficar com Julia durante as nossas férias na escola, e sempre pensei que era um lugar onde gostaria de mo¬rar.
— Aqui está o nosso hotel.
Folhas de outono, fumaças vindo das chaminés, chei¬ro de madeira queimando e ar fresco: o que era mais evocativo em uma casa de fazenda inglesa? Lucy refletiu, de pé ao lado do carro olhando para os cervos no parque.
Na recepção, o cheiro de cera de abelha misturava-se com essência de rosa e lavanda. A recepcionista sorri¬dente explicou-lhes que reservara para eles uma suíte na parte principal do hotel, um celeiro convertido.
— Acho que vocês vão gostar. Mas venham e dêem uma olhada.
Quando atravessaram o jardim, Lucy podia ver um lago com dois cisnes e um grupo de patos.
— Eles nos adotaram — explicou a recepcionista com um sorriso. — A propósito, temos pavões também. Por favor, não se assustem quando os escutarem, mas eu pessoalmente acho que.a beleza deles compensa.
Era um prédio de dois andares, com hall e escadas largas.
— Temos duas suítes no andar de baixo e duas no de cima. Colocamos vocês no segundo andar.
Lucy e Marcus a seguiram e esperaram que ela des¬trancasse as duas portas com chaves antigas pesadas.
Além da porta, havia uni pequeno corredor e, além dele. um enorme quarto com uma cama imensa e uma lareira.
— A suíte tem dois banheiros, um de cada lado da cama — explicou ela, indicando duas portas. — Os so¬fás do quarto viram camas extras para as famílias, e por aqui... — Levou-os a uma porta próxima a lareira e abriu-a. Havia uma sala para café da manhã com uma varanda e vista para o campo.
— O que achou? — perguntou Marcus a Lucy.
— É adorável — disse ela à recepcionista calorosa¬mente.
— Bom, fico feliz que vocês tenham gostado. Vou chamar alguém para ajudar vocês com a bagagem.
— Marcus, é lindo — disse-lhe Lucy assim que esta¬vam sozinhos. — Muito romântico. Especialmente com a lareira. — Ela andou em direção a ele. Sentira-se tão culpada na noite passada que não ousara deixar que ele a abraçasse com medo de desabafar e contar tudo. Mas nesse momento, ela o desejava demais. Por que ela não deixava para trás toda a história sobre Andrew Walker e aproveitava a companhia de Marcus?
— Mmm. Olha, é melhor nos apressarmos. Levamos mais tempo para chegar aqui do que eu esperava.
Marcus estava ignorando sua sutil insinuação de que gostaria que ele a levasse para cama. Ela reconheceu os indícios com facilidade. Afinal de contas, vivenciara-os com freqüência com Nick.

NO CALOR DA SEDUÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora